PIB de Minas Gerais retrai 2,6% em 2016
Resultado foi divulgado hoje em evento organizado pela Fundação João Pinheiro, do qual participou o secretário de Planejamento e Gestão, Helvécio Magalhães
A Fundação João Pinheiro divulgou, em evento realizado nesta quinta-feira, dia 6, os resultados do desempenho econômico de Minas Gerais em 2016. O principal indicador foi a retração de 2,6% do PIB do Estado em relação a 2015. Participaram da divulgação o secretário de Planejamento e Gestão (Seplag), Helvécio Magalhães, o secretário-adjunto da Seplag, César Lima, e o presidente da FJP, Roberto do Nascimento Rodrigues.
Esse é o terceiro ano consecutivo de retração do PIB mineiro, tendência que reflete um contexto de desaceleração no nível de atividade econômica do Estado que já vem sendo observado desde o início da década. Com isso, o PIB mineiro em 2016, em termos reais, foi 1,5% inferior àquele registrado em 2010. No entanto, é importante destacar que o resultado apresentado em 2016 aponta para uma situação menos ruim do que aquela observada em 2015, quando a retração foi de 4,3%.
O secretário Helvécio Magalhães lembrou que um dos problemas de Minas é ter uma matriz econômica pouco diversificada, o que agrava a situação em tempos de crise e de baixa demanda pelos produtos mineiros, como minérios, o carro-chefe da economia do Estado. Não é fácil enfrentar esse problema histórico, pois é preciso de investir muito dinheiro público, já que o Estado continua sendo o principal propulsor da economia, destacou.
Planejamento territorial
Segundo o secretário, em que pese os graves problemas ocorridos nos últimos anos como a queda nos preços do minério de ferro, intempéries climáticas e o desastre de Mariana tenham prejudicado bastante o desempenho da economia mineira, o atual governo tem atuado para reverter essa situação. Nós temos procurado reintroduzir o planejamento territorial na economia do Estado. A criação dos 17 territórios de desenvolvimento foi concebida com o objetivo buscar o desenvolvimento passando longe da burocracia. Essa iniciativa compõe um conjunto de ações que buscam integrar as diversas instâncias do governo (secretarias de Estado, Banco de Desenvolvimento de Minas Gerais, FJP, Instituto de Desenvolvimento Integrado de Minas Gerais – Indi) para articular melhor e organizar as demandas de cada território, esclarece.
De acordo com Magalhães, esse esforço de integrar políticas contribuiu para aumentar a produção de café em 33% em relação a 2015. Claro que o principal responsável pelo incremento de cerca de 500 mil toneladas em um ano é do produtor, mas é importante ressaltar a participação da agricultura familiar, uma iniciativa que vem sendo bastante valorizada pelo governador Fernando Pimentel.
O secretário citou outras iniciativas importantes do governo, como a parceria da FJP com a Emater/MG em um projeto financiado pela Companhia de Desenvolvimento de Minas Gerais (Codemig) para mapear todos os pés de café de Minas Gerais, o que resultará em uma base de dados importante para aprimorar a qualidade do café mineiro e a recriação de uma linha de crédito agropecuária pela BDMG, que havia sido extinta pelos governos anteriores.
Conforme os resultados apresentados pela FJP, o setor agropecuário foi justamente o principal responsável pela desaceleração na tendência de queda do PIB de Minas Gerais, tendo sido o único setor a apresentar variação positiva. Ainda assim, cumpre salientar que o comportamento do setor agropecuário é irregular, no sentido de que nem sempre acompanha a trajetória de desempenho das outras atividades econômicas, pois depende da ocorrência ou não de intempéries climáticas ao longo dos anos e se relaciona com o nível dos preços e de estoques das commodities agrícolas.
O resultado positivo do setor agropecuário em 2016, cujo pico de produção ocorreu no segundo trimestre do ano, pode ser creditado à expansão na quantidade produzida dos dois principais produtos da pauta agrícola mineira: o café arábica e a soja. A maior parte dos demais produtos agrícolas apresentou variação negativa, à exceção do alho, batata inglesa, cana-de-açúcar e feijão.