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Estudo avalia inserção da população feminina no mercado de trabalho da RMBH

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Desigualdade diminui, mas ainda é realidade

Entre 2010 e 2011 a taxa de desemprego das mulheres na Região Metropolitana de Belo Horizonte diminuiu mais que a referente aos homens, passando de 10,7% para 8,6%. Entre os homens, a queda foi de 6,4% para 5,5% no período. Mesmo assim, as mulheres continuam representando a maior parte da população desempregada na RMBH (57,1%) e, quando ocupadas, têm rendimentos menores que os dos homens.

A conclusão é parte do Boletim Especial A inserção das mulheres no mercado de trabalho da Região Metropolitana de Belo Horizonte, desenvolvido pela Fundação João Pinheiro, Secretaria de Estado de Trabalho e Emprego (Sete), Dieese e Fundação Seade.

De forma geral, o mercado de trabalho da RMBH apresentou desempenho positivo em 2011, registrando pelo segundo ano consecutivo queda da taxa de desemprego total (7,0% da PEA). Em movimento contrário, o rendimento real médio dos ocupados apresentou retração de 2,7%, interrompendo a trajetória de recuperação dos últimos anos.

Setores - Houve incremento ocupacional para as mulheres em 2011, especialmente no comércio, com 6,8%, e na indústria, com 1,1%. No setor de serviços, o nível ocupacional feminino foi relativamente estável (-0,1%).

Nos serviços domésticos, onde há predomínio de mão de obra feminina, houve redução de 3,5%. Mesmo assim, o setor ainda é responsável por 13,8% dos postos ocupados por mulheres.

No contingente de mulheres ocupadas, houve aumento de 7,0% de trabalhadoras com carteira assinada no setor privado e redução de 6,3% sem registro em carteira. Houve redução ocupacional de 8,0% no volume de mulheres autônomas e de 13,3% entre as mulheres empregadoras.

Rendimentos - O rendimento real médio mensal diminuiu para os homens e aumentou para as mulheres em 2011. O valor auferido pela população feminina ocupada passou de R$ 1.172, em 2010, para R$1.182 em 2011 (acréscimo de 0,9%). Neste mesmo período, para os homens a variação foi negativa (-5,4%), passando de R$ 1.708 para R$ 1.616.

Em 2010 o rendimento real médio por hora das mulheres correspondia a 77,6% do rendimento masculino. Em 2011 houve aumento da proporção do rendimento médio das mulheres, que passou a corresponder a 80,8% do rendimento dos homens, explica a analista de Pesquisa e Ensino da Fundação João Pinheiro, Flávia Xavier.

De acordo com a pesquisadora, a perspectiva de diminuição da desigualdade entre a remuneração de mulheres e homens é positiva. O cenário depende do crescimento econômico e de melhores possibilidades das mulheres chegarem a outras áreas do mercado de trabalho, diminuindo, assim, os indicadores de desigualdade, afirma.

Entre os assalariados o rendimento real médio mensal das mulheres correspondeu a 84,6% do rendimento dos homens no período avaliado, enquanto, entre autônomos, a 62,5% e, entre os empregadores, a 85,9%.

No geral, o mercado de trabalho para as mulheres da Região Metropolitana de Belo Horizonte apresentou desempenho positivo em 2011, com tendência a melhoria. Mas, mesmo com resultados positivos, ainda há situações em que a mulher exerce a mesma função do homem e tem rendimento menor, observa Flávia Xavier.

A posição de empregados domésticos, tipicamente feminina, apresentou o menor valor de rendimento médio real em 2011: as diaristas obtiveram apenas 39,2% do rendimento médio recebido pelo total de ocupados da RMBH. O emprego doméstico é responsável por 13,8% dos postos ocupados por mulheres, mas é um setor com menor proteção social e menores salários, conclui Flávia Xavier.