PIB mineiro mostra redução na desaceleração da economia

Apesar da estagnação econômica brasileira, Minas Gerais conseguiu reverter a tendência de queda no desempenho de alguns setores da atividade produtiva
O resultado do PIB mineiro relativo ao 1º trimestre de 2017 foi divulgado na manhã desta quarta-feira (5/6) na Fundação João Pinheiro (FJP), instituição do Governo de Minas responsável pelos estudos da economia do Estado. O resultado indica que a atividade econômica se estabilizou, em termos reais, em relação ao desempenho registrado no trimestre imediatamente anterior, e alguns setores apontam certa reversão do ciclo recente de retração do nível de atividade produtiva.
De acordo com o presidente da FJP, Roberto Nascimento, o índice de 0% apurado no 1º trimestre de 2017 reflete uma desaceleração da queda da economia mineira. O setor que mais contribuiu para esse resultado foi o agropecuário, que cresceu 10,5% em relação ao trimestre anterior impulsionado sobretudo pela produção de café, um dos carros-chefes das exportações do Estado. O índice de 0% de crescimento refletiu uma ligeira melhora em relação ao quarto trimestre de 2016, quando houve uma queda de 0,7%.
O secretário-adjunto de Planejamento e Gestão, César Lima, que participou da abertura da apresentação dos resultados, afirmou que o Estado está trabalhando com poucos recursos financeiros para investimentos, mas buscando potencializar ao máximo as possibilidades de crescimento econômico. “Estamos há vários trimestres enfrentando uma situação de dificuldades e agora existe uma estabilização em relação aos números. O Governo tem buscado dialogar com os agentes políticos e econômicos para ampliar as oportunidades em todo o estado de Minas Gerais, levando, inclusive, o gabinete do governador Fernando Pimentel ao interior como forma de intensificar essa aproximação”, destacou César Lima.
O secretário-adjunto chamou atenção para o papel dos Fóruns Regionais de Governo, que têm intensificado a presença do Governo de Minas em todos os territórios, com a presença não apenas das secretarias de Estado, mas também de órgãos vinculados à atividade econômica, como o Instituto Mineiro de Agropecuária (IMA), a Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural de Minas Gerais (Emater-MG) e o Banco de Desenvolvimento Econômico de Minas Gerais (BDMG), Companhia de Desenvolvimento de Minas Gerais (Codemig), Instituto de Desenvolvimento Integrado de Minas Gerais (Indi), Cemig e Copasa.
Outra ação importante levada a cabo pelo Governo – em parceria com a Assembleia Legislativa – é a discussão da Lei Kandir, que colocaria em Minas e seus municípios recursos adicionais. “Também temos percorrido todo o Estado discutindo com prefeitos, vereadores e agentes econômicos uma forma fazer com que a economia mineira encontre caminhos para que saiamos dessa crise com um pouco mais de rapidez”, ressalta.
Desaceleração em queda
Em Minas Gerais, os três setores econômicos apresentaram variação positiva do PIB, em relação ao quarto trimestre de 2016, com destaque para o setor agropecuário, que continua registrando desempenho bem mais expressivo do que os setores industrial e de serviços (Tabela 1).“O crescimento de 10,5% do volume de valor adicionado agropecuário estadual pode ser creditado, basicamente, à expansão da safra de grãos (soja e primeira safra do milho e do feijão), da batata-inglesa (primeira safra) e da banana”, explica o pesquisador da Fundação João Pinheiro Glauber Silveira.
No caso do setor industrial, cujo valor adicionado cresceu 0,4%, chama a atenção a recuperação da indústria extrativa mineral, que cresceu 3,3%, e da indústria de transformação, com crescimento de 2,7%. “Dentro da indústria de transformação podemos destacar o crescimento de algumas atividades como a fabricação de celulose, papel, máquinas e equipamentos e a fabricação de produtos têxteis”, aponta Silveira.