
Órgão, que reúne 44 instituições em uma Sala de Monitoramento instalada na Cidade Administrativa, efetivou 374 ações integradas entre abril e agosto deste ano
O nome pode até remeter a uma sala fria, repleta de aparatos tecnológicos, mas o Centro Integrado de Comando e Controle Regional (CICCR), uma integração das forças de segurança do Estado, tem atuação bem mais próxima da população do que muita gente imagina.
Ajuda a localizar veículos roubados, flagra autores de furtos e roubos, identifica acusados de homicídios, dá suporte a grandes eventos públicos, entre outras ações. Tudo de forma extremamente ágil, com o auxílio de modernos equipamentos e profissionais especialmente qualificados.
O CICCR trabalha de forma ininterrupta para garantir segurança ao cidadão mineiro. O órgão da Secretaria de Estado de Segurança Pública (Sesp) reúne forças de segurança municipais, estaduais e federais e executa suas atribuições com representantes de 44 instituições.
O funcionamento é permanente, 24 horas por dia, e garante resposta imediata às ocorrências registradas pelas instituições que ocupam seus postos nas 40 posições disponíveis na Sala de Monitoramento, localizada na Cidade Administrativa, em Belo Horizonte.
Além de um mosaico de televisores interligados na Sala de Monitoramento, o CICCR conta com um aplicativo de troca de mensagens, que reúne servidores da área de segurança e contribui para o rápido compartilhamento de informações.
“Com o uso da tecnologia e o compartilhamento de dados, os profissionais contribuem para que a resposta e o atendimento às ocorrências aconteçam de uma forma mais ágil”, garante o coordenador interino do Centro Integrado, Leonardo Caputo.
Seja para o pronto atendimento em acidentes nas rodovias ou diante de práticas criminosas de qualquer natureza, como a localização de veículos roubados e a identificação de autores de assaltos, o Centro Integrado administra cerca de 1.300 câmeras de monitoramento em Belo Horizonte e Região Metropolitana.
Entre abril e agosto deste ano, 374 ações integradas foram coordenadas pelo Centro Integrado de Comando e Controle Regional, segundo dados da Sesp. Entre as quais, duas ocorrências distintas, em Belo Horizonte e em Contagem.
Em uma delas, a ação coordenada pelo CICCR reuniu dados da Polícia Militar de Minas Gerais e do Sistema de Monitoramento Eletrônico da Secretaria de Estado de Administração Prisional (Seap) para solucionar um furto de veículo, ocorrido no dia 1º de setembro, em Contagem, no qual, o autor portava uma tornozeleira eletrônica.
No local do crime, em contato com testemunhas, o policial militar obteve a informação de que o suspeito visto no local estaria usando uma tornozeleira eletrônica. Ao acionar o Sistema de Monitoramento da Seap, os agentes do CICCR confirmaram que o indivíduo estivera no local da ocorrência, na mesma hora em que o veículo havia sido furtado.
“Com as informações, a Polícia Militar deslocou viaturas para endereço onde se encontrava o suspeito, situação permitida em função do compartilhamento dos dados do sistema de monitoramento da Seap. Lá chegando, encontraram o veículo, outros objetos do furto e o autor do crime, que foi autuado em flagrante”, conta Caputo.
Trabalho coordenado
A Secretaria de Estado de Segurança Pública é a responsável pela coordenação do Centro Integrado de Comando e Controle Regional, porém não atua de forma hierarquizada. Para que o funcionamento seja bem estruturado, as instituições trabalham em sintonia e diálogo constante dentro de suas próprias atribuições.
“A integração acontece no pronto diálogo entre as forças de segurança, nada com subordinação, tudo na horizontal, para que a resposta à ocorrência seja imediata e encontrada em parceria com as instituições responsáveis”, garante Caputo.
Em outra ocorrência, dessa vez, em Belo Horizonte, o CICCR atuou para garantir a prisão dos envolvidos em um homicídio praticado na estação São Francisco, do Move, na Avenida Antônio Carlos.
Com informações repassadas pelo Copom, via 190, uma intervenção foi articulada com apoio da Polícia Militar e da Guarda Municipal de Belo Horizonte, que têm o acesso às câmeras de monitoramento do Move.
Os guardas municipais repassaram as imagens com as características dos envolvidos no crime à Polícia Militar, e os policiais envolvidos com a ocorrência efetuaram a abordagem de um dos suspeitos, que trajava roupas e tinha porte físico idêntico ao das imagens obtidas no CICCR.
As instituições equipam suas posições na Sala de Monitoramento com recursos tecnológicos próprios, como exemplo a Polícia Militar, com equipamentos que os mantêm em sintonia com o Copom; o Corpo de Bombeiros, com o Cobom; e a Policia Civil, com a Cepolc.
Além disso, sistemas de localização de viaturas e outros bancos de dados das instituições são compartilhados em tempo real, assim como as imagens dos programas de monitoramento, como o Olho Vivo, Bhtrans, Guarda Municipal, Move, DEER-MG e CBTU.
Órgãos que integram o CICCR
A rotina de trabalho na Sala de Monitoramento do CICCR é compartilhada, em média, por 18 profissionais escalados em horário administrativo. Além deles, outros agentes da área de segurança atuam em esquema de plantão.
Cada órgão atua conforme suas atribuições, contribuindo e agindo para que os problemas apresentados tenham solução. Por exemplo, em dias de jogos nos estádios Independência e Mineirão, BHTrans, Polícia Militar, Polícia Civil, Bombeiros atuam cada um dentro de suas funções, mas de forma integrada.
O contingente de profissionais é definido pelos órgãos e o trabalho de qualificação e formação dos agentes é desenvolvido pela coordenação do Centro Integrado. “A equipe é basicamente a mesma desde a inauguração do órgão, em 2013. Quando ocorre a substituição de um agente, o novato participa de um treinamento próprio com a coordenação”, conclui Caputo.