
Quinze jovens que cumprem medida de internação na unidade de Uberaba fazem curso de Horticultor Orgânico
Promover a ressocialização para que o adolescente em cumprimento de medida socioeducativa sinta-se mais produtivo, além de no futuro conseguir se sustentar e sustentar a sua família. É este o objetivo do curso de Horticultor Orgânico realizado no Centro Socioeducativo de Uberaba, no Território Triângulo Sul.
Trata-se de uma parceria entre a unidade e o Programa Nacional de Acesso ao Ensino e Emprego (Pronatec), por meio do Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Senar), que visa ampliar a educação e o conhecimento para a formação profissional dos adolescentes.
Com previsão de término em setembro, a carga horária de 160 horas é preenchida entre aulas teóricas e práticas e os alunos aprendem desde lições sobre empreendedorismo e lucratividade até aproveitamento das hortaliças, horticultura geral, armazenamento e comercialização dos produtos.
Durante a prática, que acontece na horta da própria unidade, eles aprendem desde a fabricação das mudas, manejo, até a colheita. As aulas são diárias.
A realização do curso de horticultura partiu de uma demanda dos próprios adolescentes. E está sendo ministrado para 15 jovens que cumprem medida de internação na unidade. Segundo a direção da unidade, a escolha dos participantes foi feita baseando-se no interesse e nas habilidades específicas dos meninos.
A diretora de Atendimento do centro socioeducativo, Rubiane Santos Max, destaca que os adolescentes estão muito empolgados e que o aproveitamento do que é ensinado tem sido ótimo.
“O curso proporcionará aos adolescentes uma qualificação profissional capaz de instrumentalizá-los para uma futura inserção no mercado de trabalho ou até mesmo para a agricultura familiar”, diz Rubiane.
Segundo a diretora, que acompanha de perto o projeto, a metodologia utilizada fomenta nos adolescentes o desejo em participar ativamente das atividades propostas.
É o caso de Fernando Passos, de 19 anos, que cumpre medida de internação há nove meses. “Quando eu sair da unidade quero levar tudo o que eu aprendi para a minha realidade. Vou ensinar o que aprendi para a minha irmã mais nova e para o meu padrasto. Pretendo também trabalhar e ajudar minha família em casa, nas despesas, além de fazer uma horta, assim minha mãe não precisará comprar verduras”, conta, entusiasmado.
*Nome fictício para preservar a identidade do adolescente.