
As teorias de democracia participativas / deliberativas apontam para o fortalecimento da democracia através da participação direta dos cidadãos nas decisões públicas. A Conferência Municipal da Juventude de Belo Horizonte, cujo objetivo era eleger um Conselho Municipal de Juventude e indicar sugestões de políticas públicas específicas para a juventude na cidade, foi uma experiência rica para o estudo de democracia participativa. Este artigo analisa o desenho institucional da Conferência e suas conseqüências, utilizando o modelo de minipúblicos de Fung (2004). A análise é feita a partir das regras peculiares, do nível de participação e do conteúdo das sugestões apresentadas e debatidas pelos jovens. Todos os itens de análise indicam que a experiência tem forte caráter democrático, especialmente no que se refere à participação e à construção de espaços públicos de discussão de políticas públicas. Assim, o artigo apresenta um caso empírico para os modelos de democracia participativa.