
Evento, realizado por meio da SES-MG e da Sedese, tem por propósito fomentar as discussões acerca do cuidado aos usuários de acordo com os princípios do SUS
Nesta sexta-feira (27/10), o Governo de Minas Gerais, por meio de parceria entre as Secretarias de Estado de Saúde (SES-MG) e de Trabalho e Desenvolvimento Social (Sedese) promoveu, na Cidade Administrativa, em Belo Horizonte, o 1º Fórum Estadual Intersetorial sobre Drogas no estado.
O evento é um preparatório para o congresso da Associação Brasileira Multidisciplinar de Estudos sobre Drogas (Abramd) e teve como objetivo discutir sobre o cuidado aos usuários decorrente do uso prejudicial de álcool e outras drogas, sob a perspectiva da Política Estadual de Saúde Mental, álcool e outras drogas.
Na abertura da mesa, a superintendente de Redes de Atenção à Saúde da SES-MG, Lara Farah Valadares, destacou a importância da realização do fórum. “Hoje é um dia muito importante e a realização do 1º Fórum Intersetorial sobre Drogas é essencial para que a gente possa fazer uma discussão entre saúde, desenvolvimento social, educação, defesa e, a partir daí, que a gente consiga cuidar do usuário da forma mais adequada possível”, analisou.
A subsecretária de Assistência Social da Sedese, Simone Albuquerque, também abordou a relevância da realização do fórum. “Temos pela frente um trabalho árduo, que é o de ressignificar as políticas fundamentais e universais de direito da população. Por isso, a intersetorialidade é uma questão de sobrevivência, para que juntos, construamos uma nova realidade”, afirmou.
Contextualização histórica
Na sequência da programação, a coordenadora Estadual de Saúde Mental da SES-MG, Marta Elizabete, presidiu a primeira mesa - 'Contextualização histórica das drogas, as dicotomias da legislação brasileira e as repercussões nas políticas públicas'.
“A construção de uma política Intersetorial de álcool e outras drogas não é simples. Há vários atores que permeiam essa temática e para que a política pública se efetive, ela precisa de uma construção sólida, é um exercício diário para todos nós”, avaliou.
Também integraram a mesa o sociólogo, antropólogo e presidente da Associação Brasileira Multidisciplinar de Estudos sobre Drogas (Abramd), Rubens Adorno, e o doutor em Medicina Preventiva pela USP e ex-coordenador nacional de Saúde Mental do Ministério da Saúde, Pedro Gabriel Delgado.
Rubens Adorno, em sua participaçãou, abordou a importância da desconstrução, por parte da sociedade de forma geral, do preconceito que permeia o universo dos usuários de drogas. “Precisamos nos despir de nossos preconceitos para que enxerguemos esses cidadãos como cidadãos de fato e, dessa forma, os acolhermos. A pior droga é a discriminação”, afirmou.
Logo após, Pedro Delgado deu continuidade à mesa ,citando o enfrentamento da sociedade frente ao uso de álcool e outras drogas. “Nossa tarefa é extremamente importante, pois é por meio de nosso trabalho como gestores de saúde, que possibilitamos o entendimento da população acerca da necessidade do SUS, de políticas públicas adequadas que não matem, mas que protejam a todos. O cenário é difícil, porém, são nos cenários difíceis que a gente precisa ampliar nossa capacidade de luta”, finalizou.
Na parte da tarde, o fórum ainda apresentou a mesa “A construção do cuidado na Rede de Atenção Psicossocial e rede Intersetorial”, com destaque para as experiências exitosas que envolvem práticas na Rede de Atenção à Saúde e da Assistência Social na construção Intersetorial nos municípios.
Essas experiências, inclusive, possibilitaram um diálogo sobre os desafios, impasses e avanços no cuidado aos usuários de álcool e outras drogas no âmbito das políticas de assistência social e de saúde mental.