Estado amplia rede de monitoramento da qualidade do ar
(BELO HORIZONTE - 07/08/2012) - A inauguração há pouco mais de dois anos da Cidade Administrativa Presidente Tancredo Neves, sede do Governo do Estado, trouxe desenvolvimento à região Norte da capital e, consequentemente, mais movimento de pessoas e veículos. E foi como condicionante para a construção da sede do Executivo mineiro é que, pela primeira vez, o Vetor Norte de Belo Horizonte conta com a estação automática de monitoramento da qualidade do ar para medir e controlar os níveis de poluição da região. Essa estação automática, adquirida de uma empresa australiana, se somará às outras 25 espalhadas em todo o Estado.
Desde a inauguração da obra, em fevereiro de 2010, são pelo menos 16 mil pessoas a mais na região, o que aumentou consideravelmente o tráfego na Linha Verde. E não é só a Cidade Administrativa que está movimentando a região. Novos empreendimentos imobiliários, a nova catedral de Belo Horizonte, shopping, ampliação do Aeroporto Internacional Tancredo Neves e outros projetos prometem intensificar ainda mais o fluxo. Com essa nova realidade para funcionários e moradores da região, existe a necessidade de averiguar as possíveis interferências na qualidade do ar provenientes da operação da Cidade Administrativa. A estação, cujo investimento foi de R$ 1.554.880, beneficiará toda a região do Vetor Norte.
Monitorar o ar é observar de forma contínua as concentrações na atmosfera de quaisquer poluentes que afetam a sua qualidade. Dessa forma, o objetivo é avaliar ininterruptamente as características que tornam o ar um ambiente propício ao ser humano e ao meio ambiente, possibilitando observação das emissões relativas às fontes fixas e móveis, explica Raquel Andreia Franco, da Diretoria de Planejamento e Otimização do Gasto, da Intendência da Cidade Administrativa, responsável pela aquisição do equipamento.
Controle de poluentes
O monitoramento da qualidade do ar é realizado para determinar o nível de concentração de um grupo de poluentes universalmente consagrados como indicadores, selecionados devido à sua maior freqüência e ocorrência na atmosfera e aos efeitos diversos que causam ao meio ambiente. São eles: poeira, dióxido de enxofre, monóxido de carbono, óxidos de nitrogênio, hidrocarbonetos e ozônio.
A Fundação Estadual de Meio Ambiente (Feam) explica que para cada uma dessas substâncias, foram definidos padrões de qualidade do ar, ou seja, limites máximos de concentração que, quando ultrapassados, podem afetar a saúde, a segurança, o bem-estar da população, bem como ocasionar danos ao meio ambiente. Por isso, esse novo ponto de monitoramento é fundamental. Com a estação em funcionamento, poderemos acompanhar os níveis de poluição do ar e informar com precisão e rapidez sobre a qualidade do ar, informa o gerente da Qualidade do Ar e Emissões da Feam, Flavio Daniel Ferreira.
No Brasil, os padrões de qualidade do ar foram fixados pelo Conselho Nacional do Meio Ambiente (Conama), sendo também adotado em Minas. A divulgação dos dados do monitoramento é realizada por meio de cálculo dos Índices de Qualidade do Ar (IQAr), ferramenta utilizada para converter as concentrações dos poluentes nas escolas boa, regular, inadequada, má, péssima e crítica. O objetivo do IQAr é permitir uma informação precisa, rápida e facilmente compreendida sobre os níveis diários de qualidade do ar.
Rede de monitoramento
Para monitorar a qualidade do ar na Região Metropolitana de Belo Horizonte – eixo Belo Horizonte/Contagem/Betim, a Feam opera uma rede constituída de nove estações automáticas, onde estão instalados monitor de PM-10, analisadores de gases, sensores meteorológicos e sistema de aquisição e transmissão dos dados.
Os dados das medições são transmitidos por rede telefônica, em tempo real, a uma central instalada na Feam e os resultados disponibilizados em boletim diário, elaborado às 16h, apresentando a situação das últimas 24 horas. Os equipamentos que compõem a rede são de origem francesa e foram adquiridos em atendimento a condicionante de licença ambiental ou medida compensatória de dano ambiental.