
Curso acontece em Belo Horizonte e Montes Claros e reúne profissionais das 32 escolas quilombolas de Minas Gerais
Com o objetivo de auxiliar na formação de profissionais que atuam em escolas quilombolas, para a compreensão sobre a Educação Escolar Quilombola enquanto uma política de ação afirmativa, o Governo de Minas Gerais, por meio da Secretaria de Estado de Educação (SEE) promove a capacitação “Afirmando Direitos”.
O curso reúne gestores, professores, servidores das escolas, analistas educacionais, superintendentes e inspetores relacionados com as 32 escolas estaduais quilombolas do Estado de Minas Gerais.
São ofertadas 130 vagas no total e a carga horária é de 40 horas, dividido em dois módulos de 20 horas cada e acontecem em dois polos: Belo Horizonte e Montes Claros.
Sob a coordenação da Professora Shirley Miranda (Faculdade de Educação da Universidade Federal de Minas Gerais - FAE/UFMG) e do Grupo de Pesquisa sobre Educação e Quilombos (GPEQ), com o apoio do Ações Afirmativas da UFMG e da SEE, o primeiro módulo aconteceu entre os dias 10 e 12 de agosto, em Belo Horizonte, com mais de 100 inscritos. Este mesmo módulo será replicado para as escolas e regionais alocadas em Montes Claros, nos dias 24, 25 e 26 de agosto.
O segundo módulo, em Belo Horizonte, será oferecido nos dias 14, 15 e 16 de setembro e, em Montes Claros, entre dias 28 e 30 de setembro.
O curso leva em consideração os conhecimentos tradicionais, nas formas de oralidade; os elementos da cultura nas práticas tradicionais; os aportes do etnodesenvolvimento e das lutas pela terra; as dinâmicas do território – base do trabalho, das trocas materiais, simbólicas e espirituais, da identidade e a reconfiguração político pedagógica das escolas existentes.
De acordo com a superintendente de Modalidades e Temáticas Especiais de Ensino da SEE, Iara Viana, o curso constitui-se num instrumento de qualificação para os profissionais dessa modalidade, aperfeiçoando-os na prática profissional e contribuindo para a efetivação das diretrizes curriculares nacionais para a Educação Escolar Quilombola.
Cada escola quilombola deve indicar para participação no curso um gestor (diretor ou vice-diretor), um professor e um assistente de serviços gerais. Cada Superintendência Regional de Ensino deve indicar para o curso um gestor (Superintendente ou Diretor da área Pedagógica), um analista educacional da Regional e um inspetor escolar (responsável pelas escolas quilombolas da Regional). Em Belo Horizonte, 10 lideranças quilombolas participam do curso. E em Montes Claros, serão 22 lideranças.
Na abertura do primeiro módulo, em Belo Horizonte, a ex-ministra das Mulheres, Igualdade Racial e Direitos Humanos, Nilma Lino Gomes, falou da importância da capacitação. "É a concretização das Diretrizes Nacionais para a Educação Quilombola, que traçamos ainda no governo de Dilma Roussef. Um trabalho realizado em parceria com as comunidades e resultado de muita luta pelo reconhecimento do direito à educação quilombola”.
A coordenadora do curso, Shirley Miranda, professora da FAE/UFMG, disse que esses estudos têm como objetivo colaborar com a convergência de diretrizes estaduais para a Educação Quilombola no estado de Minas Gerais. “Esse processo de diretrizes sugerem conhecimentos muito específicos dessas comunidades”, relatou.
Também participaram do evento os secretários de Estado Odair Cunha (Governo), Helvécio Magalhães (Planejamento e Gestão), José Afonso Bicalho (Fazenda), Miguel Corrêa (Desenvolvimento Econômico, Ciência e Tecnologia e Ensino Superior) e Angelo Oswaldo (Cultura), além dos presidentes do BDMG, Marco Aurélio Crocco, da Fiemg, Olavo Machado, e da Fundação João Pinheiro (FJP), Roberto Nascimento.