Intercâmbio entre pesquisadores fortalece a cadeia de queijo artesanal
A troca de conhecimentos entre pesquisadores mineiros e portugueses contribui para o fortalecimento da cadeia de queijos artesanais em Minas Gerais. A Empresa de Pesquisa Agropecuária de Minas Gerais (EPAMIG) e a Rede Mineira de Pesquisa em Queijos Artesanais concluíram, neste mês de outubro, uma missão técnica em Portugal. A iniciativa teve como objetivo fortalecer parcerias científicas, promover o intercâmbio técnico e impulsionar a inovação no setor.
Participaram da missão os pesquisadores da EPAMIG Daniel Arantes e Cristiane Viana, também coordenadora do projeto, além de Fabiana Aparecida Couto, docente do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de Minas Gerais (IFMG), que teve papel fundamental no planejamento e na execução das atividades.
“As experiências em Portugal trouxeram novas perspectivas para a pesquisa com coleções microbianas, inspirando iniciativas que podem contribuir para o fortalecimento da cadeia dos queijos artesanais. A troca de conhecimentos entre equipes e instituições reforça a importância da cooperação na preservação e no uso responsável da biodiversidade de microrganismos presente nos queijos de leite cru de Minas Gerais”, destacou Daniel.
As ações estiveram alinhadas ao projeto “Estudo do fermento biológico endógeno dos Queijos Artesanais em Minas Gerais: do uso empírico ao conhecimento científico e tecnológico” (APQ-5943-24), financiado pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Minas Gerais (Fapemig).
Coordenada pela EPAMIG, a missão contou com o apoio da Universidade do Minho, localizada em Braga e representada pelo professor Nelson Lima, e reuniu pesquisadores em visitas a laboratórios e queijarias de referência.
A programação foi direcionada à troca de conhecimentos sobre as etapas da cadeia produtiva de queijos, com destaque para o uso de técnicas avançadas de identificação, preservação e análise de microrganismos.
Entre os locais visitados estiveram a Queijaria Lactis Mercados, em Vila Verde, a Vale da Estrela, em Viseu, e a Queijaria da Vaquinha, em Açores. Também nos Açores, foi realizada visita ao Laboratório Regional de Veterinária, referência no aprimoramento de práticas analíticas voltadas à identificação e ao armazenamento de microrganismos de interesse para a produção de queijos artesanais.
Próximos passos
A missão também resultou na organização da conferência “Novas Tendências de Identificação Microbiana: uso de MALDI-TOF MS, FTIR e Biologia Molecular LAMP”, prevista para abril de 2026, no auditório da EPAMIG Sede, em Belo Horizonte (MG). O evento reunirá especialistas brasileiros e internacionais para discutir métodos modernos de caracterização microbiana e suas aplicações na indústria de queijos artesanais.
Além disso, está prevista para 2026 a visita de representantes da Universidade do Minho ao Centro de Pesquisa e Treinamento em Queijos Artesanais da EPAMIG, em São João del-Rei (MG), fortalecendo a cooperação entre as instituições e fomentando novas ações conjuntas em pesquisa, formação e inovação.
Jornalista responsável: Mila Cristian
Fotos: Arquivo pessoal