[Clipping] Dossiê aponta impactos sociais causados por rompimento de barragem, em Brumadinho

Um dossiê com artigos sobre o rompimento da barragem da Mina Córrego do Feijão, em Brumadinho, na Região Metropolitana de Belo Horizonte, aponta consequências, danos e reparação para as comunidades prejudicadas. O desastre ocorrido em 25 de janeiro de 2019 deixou 272 vítimas, sendo 2 nascituros e 11 Joias – vítimas ainda não localizadas.
O documento – que conta com sete textos, um cordel e uma entrevista – foi organizado pela professora do Departamento de Psicologia e pró-reitora de Extensão da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), Claudia Mayorga, e pela diretora do Centro de Pesquisas René Rachou, da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), em Minas Gerais, Zélia Maria Profeta da Luz.
Para Claudia, a ciência contribui na formulação de projetos e ações para a reconstrução, já que houve contaminação de solos, rios, ar, impactos na saúde e rupturas nas dimensões ecológica, social, cultural e econômica.
O dossiê, finalizado em agosto deste ano, foi publicado na edição mais recente da Revista Ciência e Cultura, publicada pela Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC).
"O objetivo do dossiê é apresentar perspectivas acerca dos impactos desse rompimento no âmbito social e socioambiental que marcaram um desastre desta magnitude. Foi pouco tempo entre um desastre e outro", disse Claudia, referindo-se também ao rompimento da barragem em Mariana, em 2015.
A professora também acredita que os textos que compõem o dossiê podem contribuir para as áreas de educação, saúde e economia, por exemplo, por se tratar de um assunto que tem dimensões importantes. Os trabalhos foram escritos com a colaboração de 20 pesquisadores, tem 57 páginas e produzido ao longo de 2019.
"A contribuição da ciência em um acontecimento como esse é na produção de informações, no conhecimento dos impactos, os danos, as perdas humanas e materiais, o monitoramento, a sistematização e análise dos inúmeros dados e informações relacionados ao acontecimento, além de colaborar com ações e políticas para a reparação desse processo", respondeu.
O documento reúne artigos assinados por Maria Isabel Antunes Rocha, da Faculdade de Educação (FaE) da UFMG; Adriane Cristina de Melo Hunzicker, do Instituto de Geociências (IGC-UFMG); Lúcia Maria Fantinel, da FaE, membro da Frente Educação do Programa Participa UFMG; Léo Heller, professor aposentado da Escola de Engenharia da UFMG; e docentes da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes), Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), entre outras instituições.
O dossiê completo pode ser lido no site da SBPC.
Fonte: Portal G 1 – Minas Gerais, Por Alex Araújo, 02/09/2020 - 05h30
Imagem: Reprodução / TV Globo