A SIC 2025 e os seus personagens
A Semana Internacional do Café é uma festa. Um encontro de sabores, saberes, negócios e relacionamentos que une povos dos quatro cantos do planeta com o único propósito: fomentar a cadeia produtiva do café. Realizada pelo Sistema Faemg Senar, com apoio da Secretaria de Estado da Agricultura Pecuária e Abastecimento (Seapa) e do Sebrae Minas, e organizada pela Expresso&CO, a feira chega neste ano à 13ª edição com o tema “Café em Transformação – Inovação, Sustentabilidade e Oferta do Mercado Global”.
“Escolhemos estes assuntos por conta do atual momento do café, marcado pelo dinamismo, pela mudança rápida das relações comerciais globais e pegando, também, a calda da COP-30. É uma forma de reafirmar toda essa transformação, com a qual precisamos olhar para o mercado. A SIC é um espaço de discussão e reflexão do presente para seguirmos em frente”, define o sócio diretor da Expresso&CO, Caio Alonso Fontes.
Neste ano, a SIC atraiu 30 missões de compradores internacionais de lugares como China, Canadá, Emiradores Arábes e América Latina, além produtores, expositores e visitantes que circularam pela Expominas, onde puderam conferir produtos, maquinários e serviços voltados para o setor.
Percorremos o centro de eventos na quarta-feira (5/11), durante a abertura da SIC, para conhecer os diferentes perfis de visitantes e o que os movem a participar deste grande encontro do café, que termina amanhã (7/11).
Confira a seguir:
“É a terceira vez que participo. Sempre levo um conhecimento novo e mais contatos. O ambiente é gostoso, onde o pessoal lança produtos e até maquinários. Conhecemos, também, pessoas interessadas em compra. Nosso café está ganhando prêmios. Fomos campeões da região de Chapada de Minas, no concurso realizado pelo Sebrae e Instituto do Café. E a Emater-MG foi a primeira que nos incentivou a participar dos concursos de qualidade. Fomos bem classificados e, desde então, participamos todos os anos”, Claudio Nakamura, paranaense que, há 40 anos, produz café arábica com a mulher no município de José Gonçalves de Minas, no Vale do Jequitinhonha.
"É o segundo ano que temos um estande na SIC com produtores de café do Acre, uma experiência muito exitosa. No ano passado, dialogamos com mais de 40 países e produtores de outros estados. A troca de experiência é magnífica, sobretudo com outros estados, como Minas Gerais, em que as ações nos inspiram. Os produtores adoram vir à SIC. No passado, a delegação era de 40 pessoas, agora vieram quase 100. Quando trazemos um produtor para uma feira dessas, ele volta com outra visão. Com isso, temos aumentado a qualidade do nosso café ”, José Luiz Schafer, secretário de Estado de Agricultura do Acre.
“Vim em 2024, mas neste ano vou voltar para o Acre mais empolgado. A gente trabalha, em Xapuri, com produtores de pequenas propriedades sustentáveis dentro da reserva. Na SIC vejo falar demais sobre sustentabilidade, coisa que para nós, que estamos lá Amazônia, não achava ser debatido aqui. Hoje assisti palestras e treinamentos de mineiros sobre preservação. O plantio, em Xapuri, é feito em agroflorestas. Colocamos o café dentro da reserva, recuperando áreas degradadas. José Menezes, gerente da Emater de Xapuri, no Acre.
“No ano passado, eu vim à SIC participar do estande do Acre, porque meu café ficou entre os melhores de lá. Aqui, na feira, aprendi que o importante não é a grande quantidade de café que produzimos, mas é a qualidade dele. Desde então, eu e minha mulher, Ilda, estamos nos dedicando mais ainda à produção de café especial. Meu produto foi eleito de novo, neste ano, um dos melhores cafés do estado e, por isso, pude trazer a Ilda para feira comigo. Vir à feira está nos motivando a trabalhar mais com o café na reserva, onde cultivamos também melão, melancia e pepino. Plantamos e ainda preservamos a floresta”, Sebastião Oliveira e Ilda, produtores de café em Xapuri, no Acre.
“A produção de café é passada de geração em geração na nossa família. No ano passado, meu café foi eleito aqui na SIC como o melhor do Brasil. A emoção foi grande e muita coisa mudou de lá para cá para nós. Hoje, temos plantio e cafeteria. Aqui a gente aprende muita coisa sobre tecnologia e sustentabilidade", Paulo Alves, produtor do município de Divino de São Lourenço (ES).
Jornalista responsável: Márcia Queiroz
Fotos: Márcia Queiroz