Nova cultivar de soja para alimentação humana deverá chegar ao mercado em breve

Uma nova cultivar de soja com características especiais para a alimentação humana deverá chegar ao mercado em breve. Pesquisadores da Empresa de Pesquisa Agropecuária de Minas Gerais (EPAMIG) estão prestes a finalizar os estudos. A nova cultivar para a alimentação humana é mais palatável, com sabor mais agradável para os brasileiros e não é transgênica.
“Os trabalhos estão próximos de serem finalizados porque já temos uma uniformidade e número expressivo de plantas, o que permite a repetição das parcelas para a realização de avaliações e análises estatísticas. A partir desse cenário, conseguimos identificar os materiais com melhor desempenho”, explicou a pesquisadora da EPAMIG, Ana Cristina Juhász.
Essa etapa final requer o plantio da nova cultivar em outras duas Regiões Edafoclimáticas de Cultivo (REC), que são as áreas definidas por condições específicas de solo, clima e latitude, contribuindo para orientar o cultivo mais adequado da variedade. Após a fase de plantio, que tem duração estimada de dois anos, a nova cultivar poderá ser registrada junto ao Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa).
“A partir do registro, faremos o trabalho de difusão com os produtores, levando uma soja livre de transgênicos e de alto potencial para a alimentação humana, além de permitir diversificação da produção fora a indústria de óleos e de ração para animais”, pontuou Ana.
Condução dos estudos
Os estudos começaram em 2006, em uma parceria entre EPAMIG, Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) e a Fundação Triângulo de Pesquisa e Desenvolvimento. O foco era o desenvolvimento de cultivares de soja, tanto convencionais, voltadas à alimentação humana, quanto transgênicas, com alto potencial em atributos como aparência, sabor, cor do tegumento e do hilo, além de características agronômicas aprimoradas.
A partir de 2015, com o encerramento da parceria, a EPAMIG deu continuidade às pesquisas com soja destinada à alimentação humana. Para o desenvolvimento dessa nova cultivar, os pesquisadores optaram por cruzamentos a partir de variedades com propriedades consideradas ideais, como grão de cor marrom ou preta, tamanho expressivo e teor de proteína elevado.
As cultivares BRSMG 715A, BRSMG 790A e BRSMG 800A, registradas pela EPAMIG, atendem aos atributos desejados e foram utilizadas no processo de cruzamento que segue avançando em gerações e, atualmente, chega em sua etapa final.
“Por meio de diversos equipamentos e tecnologias, buscamos avaliar todos os aspectos: o desempenho agronômico, o ciclo de produção, o porte das plantas, a inserção da primeira vagem, entre outros. Todos os critérios são analisados parcela por parcela”, detalha Ana Cristina Juhász.
A pesquisadora também ressaltou que, após a fase da colheita, os grãos são processados para que sejam realizadas análises relativas às características gustativas e tempo de cozimento.
Jornalista responsável: Mila Cristian - Assessoria de Comunicação / EPAMIG
Fotos: Divulgação EPAMIG