Minas prepara certificação de 380 fazendas de café

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Minas prepara certificação de 380 fazendas de café

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Uma nova etapa do Programa de Certificação de Propriedades Cafeeiras será completada até o final de agosto, quando 380 fazendas de Estado estarão em condições de se submeter à auditagem do Instituto Mineiro de Agropecuária (IMA). “Depois dessa vistoria, será feita outra avaliação, desta vez por um auditor internacional, que vai certificar as propriedades”, informa o assessor de Café da Secretaria de Agricultura de Minas Gerais, Wilson Lasmar.  O programa de certificação de café criado pela Secretaria é o primeiro do país desenvolvido por um governo estadual.

“A certificação, neste caso, atesta que a propriedade está em conformidade com as exigências do mercado mundial”, acrescenta Lasmar. “É um instrumento importante em vários aspectos, sobretudo para Minas Gerais, porque interessa garantir a sustentabilidade desse setor, que responde por cerca de 50% da safra nacional de café”. Ele explica que, em 2008, o Estado terá uma produção estimada de 22 milhões de sacas, com aumento de 47,9% em relação ao ano anterior. “Temos 1,1 milhão de hectares de lavouras de café, que depois do minério de ferro é o produto de maior peso da balança comercial mineira”, informa.  

De acordo com Lasmar, um grande número de fazendas de café participa do programa de certificação de propriedades coordenado pela Secretaria da Agricultura com a gestão do IMA. “Diversas propriedades se encontram em avançado estágio de ajuste às exigências e se preparam para serem auditadas pelo instituto”, diz o assessor.

Baixo custo

A assistência técnica e as orientações para adequação das propriedades é feita, gratuitamente,  pela Emater, empresa vinculada à Secretaria de Agricultura . Em seguida, o Instituto Mineiro de Agropecuária (IMA) faz uma auditoria nas propriedades aptas à certificação. Concluindo o processo, a certificadora internacional Imo Control fará a auditoria final e concederá a certificação às propriedades candidatas ao selo.

A visita de um auditor internacional a uma propriedade cadastrada no  programa estadual de certificação custa, em média, US$ 150. O valor varia de acordo com o tamanho da propriedade certificada. O custo total da certificação está bem abaixo do que é cobrado se o processo fosse inteiramente feito por uma certificadora internacional.

Para o coordenador técnico estadual de Café da Emater-MG, Julian Silva Carvalho, uma prova do sucesso dos trabalhos realizados pelas instituições nessa fase de ajustes das propriedades é o aumento do número de produtores interessados. “Esses cafeicultores, informados sobre a importância da certificação de suas propriedades, procuram por conta própria os escritórios da Emater-MG”, assinala.

Na fase de adequação, o cafeicultor recebe orientação e executa trabalhos para que a propriedade atenda à legislação trabalhista, ambiental e de boas práticas de produção, que possibilitem a conquista de novos espaços no mercado mundial pelo café de Minas. Quando inicia o processo de certificação, o agricultor recebe o Caderno de Anotações, no qual registra todas as atividades ligadas à produção, desde os insumos usados, o processo de colheita e pós-colheita e investimentos feitos. A adequação da propriedade segue um cronograma negociado com o agricultor. No primeiro ano 80% das normas têm que ser cumpridas. O índice cresce a cada safra e até o quarto ano 100% das normas deverão ser cumpridas.

As normas definem adequações e exigências que vão garantir que o produto não oferece perigo à saúde do consumidor, pois está livre de contaminação física, química e biológica. Outra vantagem é a rastreabilidade, que permite ao consumidor ter informações sobre o café desde o plantio até a xícara.  As boas práticas de produção, o uso adequado do solo e da água, a reutilização dos resíduos e a destinação de 20% da propriedade à preservação ambiental (implantação da Reserva Legal) completam o rol de vantagens.

O trabalho de ajuste foi iniciado em 2006 e a meta, segundo Julian Carvalho, é promover a certificação de 1.500 propriedades até 2011, entre elas as dos pequenos produtores de café. De acordo com o coordenador, “a propriedade certificada tem condições de produzir com responsabilidade social e também de promover a preservação do ambiente e o desenvolvimento econômico”.

Atividade forte

O café tem a maior receita nas exportações do agronegócio mineiro: cerca de US$ 1,3 bilhão no primeiro semestre de 2008, ou 8% mais que o valor do primeiro semestre do ano passado. Segundo Wilson Lasmar, “a certificação procura fortalecer a atividade dentro do conjunto de ações do governo para incrementar os setores do agronegócio, agregando qualidade e fatores de segurança alimentar, rastreabilidade, responsabilidade social e ambiental.



   


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