Mercado firme incentiva produção de caqui
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A produção de caqui em Minas Gerais é de aproximadamente 9 mil toneladas por ano. A boa cotação da fruta colhida na safra de 2008, encerrada em junho, deverá manter os produtores incentivados e dispostos a investir no aumento do plantio, prevê a Secretaria da Agricultura do Estado, com base em informações da sua vinculada Emater-MG.
O coordenador Estadual de Fruticultura da Emater, Deny Sanábio, diz que o produtor de caqui foi beneficiado pelos preços do produto na safra de 2007 e também nas vendas deste ano. Segundo a Seção de Informações de Mercado da Ceasa Minas, em Contagem, a cotação média do caqui variou de R$ 1,56 o quilo, em março, para R$ 4,30 em julho. Da safra deste ano, entraram na Ceasa Minas cerca de 1,7 milhão de quilos.
O Sul de Minas é a região que mais produz caqui no Estado, respondendo por 7,1 mil toneladas por ano, em cerca de 350 hectares. O grande pólo é o município de Turvolândia, com 6 mil toneladas e rendimento de até 20 mil quilos por hectare. O cultivo do caqui no sul do Estado começou há quase 30 anos, por meio de uma cooperativa paulista que se instalou em Turvolândia, com o objetivo de plantar tomate. A cooperativa desistiu desse projeto por causa de algumas doenças do legume e aderiu à fruticultura, investindo principalmente no caqui, que encontra excelentes condições de desenvolvimento em áreas montanhosas e com períodos de chuvas bem definidos. Predomina a produção do caqui “in natura”, para consumo na própria região, Belo Horizonte, Rio e São Paulo.
Dulce e as passas
Dulce Bahia Diniz Arthur, conhecida como dona Duca, é uma exceção entre os produtores do Sul de Minas, pois não comercializa caqui de mesa. Proprietária da maior plantação do município de Itamonte, nas Terras Altas da Mantiqueira, ela vende há mais de dez anos o caqui exclusivamente em forma de passas e, por enquanto, não tem concorrentes. Há cerca de vinte anos, dona Duca iniciou-se na fruticultura, plantando pêssego, maçã e ameixa, e depois optou pelo caqui para venda “in natura”, mas não insistiu nesse segmento. “Eu enfrentava muitos problemas de logística”, ela explica. “Duas vezes por semana, carregava a caminhonete e ia ao Rio de Janeiro e a São Paulo para levar caqui, e o custo do transporte era alto.” Por isso, a produtora decidiu experimentar a desidratação da fruta, que se tornou mais leve, durável e acima de tudo diferenciada, para atender a um mercado específico.
O caqui em passas produzido por dona Duca é vendido apenas na região, principalmente para os compradores de Caxambu, Itamonte, Passa Quatro, São Lourenço e Itanhandu. “Grande parte dos consumidores da fruta desidratada é constituída de turistas e entre eles destacam-se os ciclistas, que preferem carregar alimentos leves, nutritivos e que saciam a fome”, diz a produtora. A cotação do caqui em passas é R$ 4,00 a embalagem de 100 gramas. “Está barato, pois eu pesquisei nos supermercados do Rio de Janeiro e de São Paulo, onde o preço alcança o dobro”, afirma.
Dona Duca faz a desidratação das frutas com um equipamento antigo, que custou R$ 4 mil, tem apenas um funcionário e recorre a cerca de cinco diaristas na época da colheita de caqui, pois o trabalho no pomar é totalmente manual. “No início de nossas atividades, o escritório da Emater-MG em Itamonte treinou o pessoal para trabalhar com a transformação das frutas”, ela conta. A produtora diz que não tem despesas com o uso de produtos para o combate de doenças, pois “o caqui apresenta poucos problemas fitossanitários”. Como essa fruta tem uma safra distanciada das demais do pomar, a produtora aproveita os intervalos para cultivar framboesa, amora e pêra. O próximo passo será a obtenção da certificação orgânica, e para isso a produtora participa de um grupo que tem processo de certificação em andamento por intermédio da Associação dos Produtores Orgânicos das Montanhas da Mantiqueira (Apomm).
De acordo com o superintendente de Política e Economia Agrícola da Secretaria da Agricultura do Estado, João Ricardo Albanez, “a produtora Dulce Bahia confirma que é importante para a pequena propriedade agregar valor aos produtos da agropecuária. O desenvolvimento das pequenas unidades aponta para a transformação dos produtos, com a utilização de novas tecnologias, que dão suporte à melhoria da qualidade, geração de emprego e aumento da renda.” Ele acrescenta que, em diversos aspectos, dona Duca se diferencia no mercado em relação aos produtores que trabalham com frutas “in natura”, e assim ela fortalece a economia de sua propriedade.
Segundo pólo
Depois do Sul de Minas, o maior produtor de caqui do Estado é a Região Central, com cerca de 1,7 mil toneladas em quase 90 hectares e produtividade média de cerca de 18,7 mil quilos por hectare. Destacam-se os municípios de Antônio Carlos, Barbacena e Carandaí.
O engenheiro agrônomo Antônio Carlos Fonseca, extensionista da Emater-MG em Barbacena, informa que o município tem 34 hectares em produção e dez hectares em formação. “O caqui de Barbacena, destinado ao consumo in natura, é vendido principalmente na própria região e no Rio de Janeiro”, explica Fonseca. “A produção é altamente tecnificada e os pomares exigem alguns cuidados especiais por causa do ataque das maritacas. Essas aves encontram pouco alimento no inverno e, para evitar que elas comam todas as frutas, os produtores têm que cobrir as árvores com uma tela de náilon escuro.”
Já no município de Antônio Carlos, segundo o extensionista, a produção de caqui é uma atividade preferencialmente da agricultura familiar. “A economia local gira em torno dessa fruta, que é vendida nas feiras”, ele explica. O município conta com uma área de 50 hectares em produção, colheu cerca de 90 toneladas de caqui na safra de 2007 e a produtividade foi da ordem de 18 mil quilos por hectare.
O coordenador Estadual de Fruticultura da Emater, Deny Sanábio, diz que o produtor de caqui foi beneficiado pelos preços do produto na safra de 2007 e também nas vendas deste ano. Segundo a Seção de Informações de Mercado da Ceasa Minas, em Contagem, a cotação média do caqui variou de R$ 1,56 o quilo, em março, para R$ 4,30 em julho. Da safra deste ano, entraram na Ceasa Minas cerca de 1,7 milhão de quilos.
O Sul de Minas é a região que mais produz caqui no Estado, respondendo por 7,1 mil toneladas por ano, em cerca de 350 hectares. O grande pólo é o município de Turvolândia, com 6 mil toneladas e rendimento de até 20 mil quilos por hectare. O cultivo do caqui no sul do Estado começou há quase 30 anos, por meio de uma cooperativa paulista que se instalou em Turvolândia, com o objetivo de plantar tomate. A cooperativa desistiu desse projeto por causa de algumas doenças do legume e aderiu à fruticultura, investindo principalmente no caqui, que encontra excelentes condições de desenvolvimento em áreas montanhosas e com períodos de chuvas bem definidos. Predomina a produção do caqui “in natura”, para consumo na própria região, Belo Horizonte, Rio e São Paulo.
Dulce e as passas
Dulce Bahia Diniz Arthur, conhecida como dona Duca, é uma exceção entre os produtores do Sul de Minas, pois não comercializa caqui de mesa. Proprietária da maior plantação do município de Itamonte, nas Terras Altas da Mantiqueira, ela vende há mais de dez anos o caqui exclusivamente em forma de passas e, por enquanto, não tem concorrentes. Há cerca de vinte anos, dona Duca iniciou-se na fruticultura, plantando pêssego, maçã e ameixa, e depois optou pelo caqui para venda “in natura”, mas não insistiu nesse segmento. “Eu enfrentava muitos problemas de logística”, ela explica. “Duas vezes por semana, carregava a caminhonete e ia ao Rio de Janeiro e a São Paulo para levar caqui, e o custo do transporte era alto.” Por isso, a produtora decidiu experimentar a desidratação da fruta, que se tornou mais leve, durável e acima de tudo diferenciada, para atender a um mercado específico.
O caqui em passas produzido por dona Duca é vendido apenas na região, principalmente para os compradores de Caxambu, Itamonte, Passa Quatro, São Lourenço e Itanhandu. “Grande parte dos consumidores da fruta desidratada é constituída de turistas e entre eles destacam-se os ciclistas, que preferem carregar alimentos leves, nutritivos e que saciam a fome”, diz a produtora. A cotação do caqui em passas é R$ 4,00 a embalagem de 100 gramas. “Está barato, pois eu pesquisei nos supermercados do Rio de Janeiro e de São Paulo, onde o preço alcança o dobro”, afirma.
Dona Duca faz a desidratação das frutas com um equipamento antigo, que custou R$ 4 mil, tem apenas um funcionário e recorre a cerca de cinco diaristas na época da colheita de caqui, pois o trabalho no pomar é totalmente manual. “No início de nossas atividades, o escritório da Emater-MG em Itamonte treinou o pessoal para trabalhar com a transformação das frutas”, ela conta. A produtora diz que não tem despesas com o uso de produtos para o combate de doenças, pois “o caqui apresenta poucos problemas fitossanitários”. Como essa fruta tem uma safra distanciada das demais do pomar, a produtora aproveita os intervalos para cultivar framboesa, amora e pêra. O próximo passo será a obtenção da certificação orgânica, e para isso a produtora participa de um grupo que tem processo de certificação em andamento por intermédio da Associação dos Produtores Orgânicos das Montanhas da Mantiqueira (Apomm).
De acordo com o superintendente de Política e Economia Agrícola da Secretaria da Agricultura do Estado, João Ricardo Albanez, “a produtora Dulce Bahia confirma que é importante para a pequena propriedade agregar valor aos produtos da agropecuária. O desenvolvimento das pequenas unidades aponta para a transformação dos produtos, com a utilização de novas tecnologias, que dão suporte à melhoria da qualidade, geração de emprego e aumento da renda.” Ele acrescenta que, em diversos aspectos, dona Duca se diferencia no mercado em relação aos produtores que trabalham com frutas “in natura”, e assim ela fortalece a economia de sua propriedade.
Segundo pólo
Depois do Sul de Minas, o maior produtor de caqui do Estado é a Região Central, com cerca de 1,7 mil toneladas em quase 90 hectares e produtividade média de cerca de 18,7 mil quilos por hectare. Destacam-se os municípios de Antônio Carlos, Barbacena e Carandaí.
O engenheiro agrônomo Antônio Carlos Fonseca, extensionista da Emater-MG em Barbacena, informa que o município tem 34 hectares em produção e dez hectares em formação. “O caqui de Barbacena, destinado ao consumo in natura, é vendido principalmente na própria região e no Rio de Janeiro”, explica Fonseca. “A produção é altamente tecnificada e os pomares exigem alguns cuidados especiais por causa do ataque das maritacas. Essas aves encontram pouco alimento no inverno e, para evitar que elas comam todas as frutas, os produtores têm que cobrir as árvores com uma tela de náilon escuro.”
Já no município de Antônio Carlos, segundo o extensionista, a produção de caqui é uma atividade preferencialmente da agricultura familiar. “A economia local gira em torno dessa fruta, que é vendida nas feiras”, ele explica. O município conta com uma área de 50 hectares em produção, colheu cerca de 90 toneladas de caqui na safra de 2007 e a produtividade foi da ordem de 18 mil quilos por hectare.
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