Câmara e Pólo de Excelência vão fortalecer florestas de Minas

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Câmara e Pólo de Excelência vão fortalecer florestas de Minas

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Minas Gerais vai ganhar dois novos instrumentos para dar suporte ao desenvolvimento sustentável do setor de florestas plantadas no Estado: a Câmara Técnica Estadual de Desenvolvimento Florestal e o Pólo de Excelência de Florestas. O anúncio será feito nesta quarta-feira (28/11), às 10h30, no Palácio dos Despachos, em Belo Horizonte. Além do governador Aécio Neves, estarão presentes seis secretários de Estado. Entre eles, o secretário de Agricultura, Pecuária e Abastecimento de Minas Gerais, Gilman Viana Rodrigues, e o secretário de Estado de Ciência, Tecnologia e Ensino Superior, Alberto Duque Portugal.    


Participarão também representantes dos segmentos envolvidos com o setor de florestas. Segundo o secretário Gilman Viana, “a Câmara Técnica de Desenvolvimento Florestal não está vinculada apenas a uma secretaria, o que lhe possibilita uma atuação mais ampla e eficaz”. Os titulares da câmara são os secretários da Agricultura, Desenvolvimento Econômico, Planejamento e Gestão, Fazenda, Ciência e Tecnologia, e Meio Ambiente. Todos tomarão posse durante a solenidade. Gilman Viana será o presidente da câmara.


Além dos representantes do setor governamental, a câmara também terá, entre seus titulares, dirigentes de empresas do setor de indústrias que trabalham com matéria-prima vegetal e de entidades da cadeia florestal.



Demandas diversificadas


Gilman Viana explica que Câmara vai definir políticas públicas para o setor com base no exame de demandas diversificadas. Destacam-se a formulação de políticas para a revitalização de bacias hidrográficas, como a Bacia do Rio Doce, e a formação de fundos de financiamentos específicos para a cadeia produtiva florestal.


A câmara vai possibilitar o desenvolvimento de pesquisas sobre a produção de materiais alternativos aos eucaliptos e pinus e a modernização dos processos de produção de carvão vegetal. O objetivo é criar condições para o Estado se tornar auto-suficiente em matérias-primas florestais. Segundo o secretário da Agricultura, a meta é expandir a ocupação de áreas degradadas – principalmente pastagens – com florestas para aumentar a área plantada de 1,2 milhão de hectares para 1,8 milhão de hectares até 2014. Nesse contexto, haverá a oferta anual de 57 milhões de metros cúbicos de matérias-primas florestais.    


Outra função da câmara será achar soluções para reduzir a burocracia que onera a produção florestal e dificulta o desenvolvimento do setor.


Preservação da vegetação nativa


“A participação do Sistema Estadual de Meio Ambiente (Sisema), por meio do IEF, agregará a experiência de 45 anos do Instituto na execução da política florestal do Estado”, afirma Humberto Candeias, diretor do Instituto Estadual de Florestas. “A Câmara será o palco ideal para a discussão do crescimento e desenvolvimento do setor relacionada às políticas de incentivo econômico para a produção florestal”, observa.


“Reflorestar ajuda a criar condições econômicas, ambientais e sociais para o homem do campo”, observa Humberto Candeias. Ele afirma que a criação da Câmara e do Pólo viabilizará a execução das políticas traçadas pelo Governo do Estado no Projeto Estruturador para Conservação do Cerrado e Recuperação da Mata Atlântica. “Nos próximos três anos, a ampliação da base florestal diminuirá a pressão sobre os remanescentes florestais nativos do Estado, permitindo a conservação das riquezas naturais de Minas Gerais”, afirma.


Excelência em florestas


O Pólo de Excelência em Florestas vai gerar soluções inovadoras, capazes de garantir qualidade, competitividade, promoção social e, ao mesmo tempo, consolidar o desenvolvimento sustentável florestal de Minas. A sede do Pólo será em Viçosa, na Zona da Mata, e vai abranger as cadeias produtivas de carvão vegetal, celulose e papel, madeira e móveis. Além disso, o Pólo vai promover a integração entre lavoura, pecuária e floresta, para a conservação da água e do solo, como exemplo, e incentivar o plantio em áreas degredadas dando alternativas de renda aos produtores rurais.


A iniciativa vai promover a integração entre o mercado, universidades e instituições de pesquisa, fazendo articulações entre as cadeias produtivas e as instituições de financiamento, governo e parceiros. Segundo o secretário de Estado de Ciência, Tecnologia e Ensino Superior, Alberto Duque Portugal, essa integração vai criar e atrair novos negócios para a cadeia produtiva. “Vai gerar desenvolvimento e criar uma rede de inovação tecnológica, integrando centros de competência”, disse. Com o Pólo, Minas vai ganhar um Núcleo de Capacitação Técnica, um Centro de Inteligência Florestal e o curso de mestrado profissionalizante para a área, que será oferecido pela Universidade Federal de Viçosa (UFV).


São parceiros na criação do Pólo em Florestas a Secretaria de Estado de Ciência, Tecnologia e Ensino Superior (Sectes), que coordenadora o programa Pólos de Excelência em Minas, a Secretaria de Estado de Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Seapa), a Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável (Semad), a Universidade Federal de Viçosa (UFV), local da sede, Universidade Federal de Lavras (Ufla), Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri (UFVJM), Sociedade de Investigações Florestais (SIF), Sindicato Intermunicipal das Indústrias de Marcenaria de Ubá (Intersind), Associação Mineira de Silvicultura (AMS), Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas de Minas Gerais (Sebrae/MG) e a Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de Minas Gerais (Faemg).


O Pólo de Excelência em Florestas vai organizar e fortalecer as estruturas geradoras de conhecimento e tecnologias, formação de recursos humanos e prestação de serviços técnico-especializados, para a promoção do desenvolvimento sustentável do setor de base florestal. A iniciativa vai possibilitar o desenvolvimento de infra-estrutura metrológica e de certificação para assegurar a qualidade, a competitividade e a inserção dos produtos e serviços do Pólo nos mercados interno e externo. O Pólo de Excelência em Florestas terá um gerente executivo e um coordenador científico, que atuarão juntamente com o comitê gestor e com o comitê consultivo a serem definidos.


O projeto para sua implantação recebe o apoio da Fundação de Amparo a Pesquisa do Estado de Minas Gerais (Fapemig), instituição vinculada à Secretaria de Estado de Ciência, Tecnologia e Ensino Superior (Sectes), e prevê a elaboração de um plano de negócios para definir o foco, o modelo de governança e sustentabilidade, a montagem do escritório de funcionamento e a manutenção da estrutura administrativa.


Florestas em MG
 

Minas é o estado com a maior área de floresta plantada do país, com  1,2 milhão de hectares. As plantações florestais estão presentes em 300 municípios. Segundo o assessor de Florestas da Secretaria da Agricultura, José Batuíra de Assis, essas plantações, que correspondem a 23% da área plantada no país, ocupam apenas 2,1% da área total do Estado.


A cadeia produtiva florestal emprega cerca de 800 mil pessoas no estado. São 60 indústrias de ferro gusa, quatro siderúrgicas integradas, oito empresas de ferro-liga, 14 empresas de madeira imunizada, 7,3 mil pequenas empresas de móveis.


As exportações de produtos elaborados a partir de florestas plantadas por Minas Gerais geraram, entre janeiro e outubro de 2007, US$ 490 milhões, representando crescimento de 32% em relação ao mesmo período do ano passado. O setor é o terceiro na pauta de exportações do agronegócio mineiro, ficando atrás apenas do café e de carnes.




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