8º HortPANC debate usos e potencial dessas plantas

O 8º Encontro Nacional de Hortaliças Não Convencionais – HortPANC – realizado pela Empresa de Pesquisa Agropecuária de Minas Gerais (Epamig), em parceria com a Embrapa Hortaliças e a Emater-MG, reuniu cerca de 200 participantes em discussões sobre o cultivo e os potenciais de uso das chamadas espécies tradicionais.
A programação foi dividida em mesas redondas, debates e apresentações de trabalhos científicos, que aconteceram na Embrapa Milho e Sorgo, em Sete Lagoas, nos dias 1 e 2 de julho. E um dia de campo, nesta quinta-feira, 3, realizado no Campo Experimental Santa Rita da Epamig, em Prudente de Morais.
Durante a cerimônia de abertura, a diretora-presidente da Epamig, Nilda Soares, destacou a importância do HortPANC como uma iniciativa voltada ao resgate e ao papel da pesquisa na busca por alternativas que fortaleçam esse movimento.
“Fico feliz em saber que o evento está alcançando cada vez mais pessoas, inclusive com participação internacional. Reunimos aqui participantes interessados em valorizar o cultivo das PANC, e é fundamental reconhecer quem produz e coloca esse alimento na mesa”, comentou Nilda, reforçando que a Epamigtem como prioridade oferecer benefícios ao produtor e fomentar oportunidades de geração de renda.
As palestras exploraram o tema “Hortaliças PANC: das tradições populares ao conhecimento científico”. A professora Jaqueline Durigon, da Universidade Federal do Rio Grande (RS), trouxe relatos sobre o comportamento das hortaliças PANC após as enchentes que atingiram a região em 2024 e destacou a resistência e resiliência de algumas espécies.
“Em São Lourenço do Sul, vivenciamos enchentes, frio intenso e outras intempéries, logo após a realização do 7º Hortpanc, que foi organizado por nós. Quando as águas baixaram, após mais de um mês, fomos surpreendidos com algumas plantas de Jambu com folhas verdinhas. Outra planta que nos chamou atenção pela resistência e adaptabilidade foi a taioba”.
O potencial nutracêutico das hortaliças foi outro tema que despertou o interesse nos debates. “A chave da alimentação é a diversidade. É preciso combinar alimentos para explorar ao máximo os benefícios de cada um e lembrar que a dieta é um tratamento e não um hábito alimentar”, destacou Natália Marques, da VP Centro de Nutrição Funcional, ao falar sobre dietas restritivas.
O pesquisador da EpamigVinícius Correia falou sobre o uso do sorgo granífero na alimentação humana. “O sorgo não é uma PANC, mas é alimento nutritivo e pouco explorado. Não tem glúten e pode ser usado em diferentes composições. No evento servimos pipoca, canjica, cookie, quibe e empada produzidos com o grão”, informou.
O dia de campo contou com explanações sobre frutos, hortaliças perenes, raízes e rizomas, folhosas, além de caminhada de reconhecimento das hortaliças e Cozinha PANC ao vivo. A programação foi encerrada com um almoço preparado com PANC.
Marinalva Woods Pedrosa, pesquisadora da Epamig e integrante da comissão organizadora do evento, contou sobre a satisfação ao concluir a 8º edição do HortPANC.
“É sempre satisfatório organizar um evento que congrega pessoas dentro de um mesmo propósito. Nos movimentamos para que fosse um sucesso e de fato foi. Ouvimos dos participantes o quanto o ambiente estava rico e contribuindo para concretizar os potenciais nutricionais e de mercado das PANC, ligado a memórias afetivas e saberes tradicionais”, comentou.
Assessoria de Comunicação Epamig
Jornalista responsável: Mariana Villela Penaforte de Assis
Foto: Igor Rocha\Ascom Epamig