Pesquisadora da Epamig está na lista Forbes das 100 Mulheres Doutoras do Agro

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Pesquisadora da Epamig está na lista Forbes das 100 Mulheres Doutoras do Agro

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Madelaine Venzon atua nas áreas de agroecologia e agricultura regenerativa e também como orientadora em cursos de pós-graduação
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A foto mostra a pesquisadora da Epamig Madelaine Venzon no meio de plantas em laboratório

A pesquisadora da Empresa de Pesquisa Agropecuária de Minas Gerais (Epamig) Madelaine Venzon foi apontada como uma das 100 Mulheres Doutoras do Agro pela Revista Forbes. A lista, em ordem alfabética, publicada no último domingo, 15 de outubro, Dia Internacional da Mulher Rural, homenageia profissionais altamente especializadas que atuam em universidades, faculdades, instituições de pesquisa e demais empresas do agronegócio.

“Ser uma das 100 pesquisadoras referência no Agro foi uma notícia muito gratificante, por ver o trabalho de uma vida sendo reconhecido. Um trabalho em Agroecologia, de Controle Biológico, que rompe diversas barreiras. Fico ainda mais feliz, por saber que os produtores e a população têm buscado cada vez mais essas tecnologias mais sustentáveis no seu dia a dia”, reflete Madelaine.    

Trajetória

Natural de Caxias do Sul, no Rio Grande do Sul, Madelaine cursou Agronomia na Universidade Federal de Pelotas. E conta que desde o início se interessou pela entomologia e pelo controle biológico. “Naquela época chamávamos tudo isso de agricultura alternativa. E logo me interessei pelo emprego de insetos, como os crisopídeos, para combater pragas em diferentes culturas”.

Em 1989, a pesquisadora veio a Minas Gerais para fazer seu mestrado em Fitopatologia/ Entomologia pela Universidade Federal de Lavras (UFLA). “Em 1992, comecei na Epamig. Os primeiros trabalhos foram com soja e algodão, mas já na área de controle biológico. Fizemos as primeiras liberações de parasitoides para o controle de percevejos na soja na região do Cerrado, em 1995. Depois desse período, fiquei quatro anos fora e fiz meu doutorado em Biologia Populacional, pela Universidade de Amsterdam. E foi quando, posso dizer, que a minha mente se abriu. Eu passei a estudar ecologia e voltei com a cabeça mais aberta para não só buscar resolver o problema imediato, mas procurar as causas, o mecanismo e trabalhar com soluções baseadas na natureza”.

No retorno do doutorado, a pesquisadora foi transferida para a Epamig Sudeste, em Viçosa, onde atua desde o ano 2000. “Quando eu vim para Viçosa, iniciei os trabalhos com café e algumas hortaliças, principalmente, com a pimenta, que é muito importante para a região, especialmente na agricultura familiar”. As pesquisas envolvendo café têm obtido grande repercussão. “Os trabalhos com café consistem na busca por estratégias e plantas que possam ser associadas ao café de modo a diminuir ou zerar o uso de agrotóxicos”, ressalta.

O pós-doutorado, também em Biologia Populacional, realizado na Universidade da Califórnia, reforçou a atuação na agroecologia e na cafeicultura regenerativa. “Hoje todos os projetos estão concentrados nisso e a gente tem conseguido muitas parcerias, tanto com empresas privadas, quanto com as agências de fomento, para implantar unidades modelo em regiões cafeeiras com o intuito de diminuir ou zerar o uso de agrotóxicos. Os trabalhos começaram na Zona da Mata e hoje a gente tem muitas ações no Cerrado e demandas para o Sul de Minas e outras regiões produtoras. Temos uma parceria grande com a Nespresso e a NKG Stockler, que nos ajuda a alcançar um maior número de produtores”.

A demanda pelos resultados dessas pesquisas tem aumentado. “Costumo dizer que a gente criou essa onda de biológicos. Quando a demanda veio, nós já tínhamos as tecnologias prontas. Estamos prontos para atender. É gratificante ver os resultados, ter esse feedback dos produtores, ver crescer a demanda por parcerias”, finaliza Madelaine.     

Orientação de novos profissionais     

Com mais de três décadas de atuação na área, Madelaine tornou-se referência em agroecologia e controle biológico de plantas. A ida para Viçosa, possibilitou que a pesquisadora, atuasse também como orientadora em cursos de pós-graduação nas áreas de Entomologia e Defesa Sanitária Vegetal, na Universidade Federal de Viçosa, outro motivo de orgulho. “Eu orientei diversos estudantes no Mestrado, no Doutorado e agora no Pós Doc. E, inclusive, duas dessas orientadas estão na lista da Forbes também. Me dá uma alegria muito grande saber que ajudei a formar pessoas, mulheres, que estão sendo referência”, conta, citando as doutoras Fernanda Andrade, do Consórcio de Pesquisa Café, que atua na Epamig, e Mayara Loos Franzin, atualmente na Nestlé.

Entre 2016 e junho de 2023, Madelaine Venzon foi coordenadora do Programa Estadual de Pesquisa em Agroecologia da Epamig. Para a pesquisadora, um dos grandes diferenciais do trabalho da Empresa está na possibilidade de interação com o produtor. “A gente trabalha com a parte básica de entender os mecanismos, na ciência, publica em revista de alto valor de impacto, mas também vai a campo e leva o que a gente produz de tecnologia para o produtor. A gente tem essa interface, um diferencial nosso, da Epamig, algo que não é comum nas pesquisas acadêmicas, por exemplo”, destaca.

A lista Forbes das 100 Mulheres Doutoras do Agro pode ser consultada no site da publicação.


Jornalista Responsável: Mariana Vilela Penaforte de Assis - Ascom/Epamig

Foto: Acervo Pessoal

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