Sigatoka Negra: Minas Gerais sob controle

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Sigatoka Negra: Minas Gerais sob controle

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O Instituto Mineiro de Agropecuária (IMA) tem verificado nos últimos anos, através de levantamentos fitossanitários realizados por seus técnicos em todo território mineiro, que a severidade da incidência da Sigatoka Negra em plantações de banana não está evoluindo mantendo-se, até o momento, na condição de estável.

A doença é causada por um fungo que é facilmente disseminado pelo vento, embalagens usadas no transporte de bananas, pelo caminhão transportador, pela água, por mudas infectadas e até por pessoas que tenham contato direto com a praga. Ela ataca a parte aérea da planta, o que resulta na produção de frutos pouco desenvolvidos e impróprios à comercialização ou pode até causar a morte das plantas em virtude da redução da capacidade fotossintética da bananeira e, dessa forma, gerando grandes prejuízos aos produtores rurais.

Além da necessidade constante de estudos epidemiológicos para avaliação do comportamento da Sigatoka Negra em Minas Gerais, aliado ao trabalho de Defesa Sanitária Vegetal, feito pelo IMA, outro fator deve ser levado em conta em relação à não progressão da doença. O fungo é fortemente influenciado por fatores climáticos como alta umidade e temperatura elevada, condições predominantes na região norte do Brasil e na América Central, onde a Sigatoka Negra é altamente destrutiva, se nenhuma medida de controle é adotada. Como as condições favoráveis ao desenvolvimento da praga não são constantes ao longo do cultivo da banana no estado, acredita-se que não esteja havendo adaptação do fungo nas áreas onde a sua ocorrência já foi constatada: Sul de Minas, Zona da Mata e Região metropolitana de Belo Horizonte.

No cumprimento de sua missão, o IMA continua em constante alerta, mantendo a vigilância sanitária vegetal por meio de seus Escritórios Seccionais em todo o estado. Além disso, todo o trabalho de cadastramento de propriedades, levantamentos fitossanitários, monitoramento, inspeção, coleta de material, exames laboratoriais, emissão de relatórios e outros, exigidos pelo Ministério de Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA) para a obtenção do status de área livre, é feito pelo Instituto.

As fiscalizações móveis (blitz) também são uma importante ferramenta de controle da praga. Os fiscais conferem a Permissão de Trânsito Vegetal (PTV) emitida com base no Certificado Fitossanitário de Origem (CFO) expedido por engenheiros agrônomos credenciados ao Instituto. Os servidores verificam, ainda, se as caixas de madeiras usadas no transporte de bananas são reutilizadas, o que é proibido. Se estiverem em caixas plásticas, é obrigatório o porte do laudo de desinfecção das mesmas.

Para o diretor-geral do IMA, Altino Rodrigues Neto, o trabalho realizado pelo órgão deve ser constante na tentativa de prevenir outros focos da praga e extingui-la de Minas Gerais. “As diversas ações feitas em todas as unidades do IMA, espalhadas no interior, visam não só prevenir a contaminação de produções de bananas pela Sigatoka Negra, mas também eliminar a praga do estado. A não ocorrência da doença, não significa o fim dos trabalhos”, finalizou o diretor.

Nas áreas onde a Sigatoka Negra já se encontra as medidas adotadas são o emprego de variedades resistentes – bananeiras geneticamente modificadas que resistem à praga e pulverizações aéreas de fungicidas.

O Instituto Mineiro de Agropecuária, órgão vinculado à Secretaria de Agricultura, Pecuária e Abastecimento de Minas Gerais (SEAPA) alerta o produtor e os profissionais da área de competência que comuniquem imediatamente à unidade do IMA mais próxima em caso de suspeita da ocorrência da praga. Somente um técnico do Instituto está autorizado a coletar amostra oficial e encaminha-la para análise laboratorial.

Histórico da praga

A Sigatoka Negra é uma doença originária da Ásia. Na América Latina sua ocorrência foi registrada em 1972 em Honduras, posteriormente por toda América do Sul. No Brasil a praga foi constatada em 1998 no Amazonas e até junho de 2004, a doença encontrava-se restrita em toda a região norte e parte do centro-oeste do país. A partir daí foi constatada no sul e sudeste brasileiro. Em Minas, os primeiros registros foram feitos em bananais das regiões sul e Zona da Mata, como resultado dos trabalhos de levantamentos fitossanitários por ocasião da constatação dela no estado de São Paulo.

A comercialização da banana em todo território nacional é permitida, independente ou não da presença da Sigatoka Negra, desde que sejam atendidas as exigências dos procedimentos para o reconhecimento e manutenção de área livre, onde a praga não existe. Nos locais em que ela já foi registrada, deve-se adotar o sistema de Mitigação de Riscos, de acordo com a Instrução Normativa nº 17, de 31 de maio de 2005, do MAPA e no caso de Minas Gerais, os da Portaria nº 816, de 04 de dezembro de 2006.

A região do estado de maior importância em relação à produção de bananas, o norte, ainda não foi afetada pela doença, sendo uma das áreas livres que o estado possui.

Atualmente 62 municípios mineiros dentro das macrorregiões do Triângulo Mineiro, Vale do Jequitinhonha, norte e noroeste são reconhecidos pelo Ministério da Agricultura como área livre de Sigatoka Negra.  

Pesquisas

Atualmente, a Empresa de Pesquisa Agropecuária de Minas Gerais (Epamig) tem feito algumas pesquisas com o fungo que causa a doença. Uma delas é a climatização e a conservação pós-colheita de frutos de variedades de bananeiras resistentes à Sigatoka Negra. Segundo a Epamig, esta ação está em andamento e tem previsão de término em abril do próximo ano.

Outro importante projeto é a aplicação de tecnologias de manejo fitossanitário e nutricional e validade de cultivares visando a viabilização do sistema de produção integrada da bananeira no norte de Minas como instrumento de sustentação econômica e social. Desenvolvido em parceria com a Universidade Federal de Montes Claros (Unimontes), a pesquisa tem como uma das metas avaliar o desempenho de variedades de bananeira resistentes à doenças, sendo algumas resistentes ou tolerantes à  Sigatoka Negra.


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