Conteúdo Principal

Receita de exportação do agronegócio mineiro cresce 15%

Submitted by Anônimo (não verificado) on
Publicado em:
 
As exportações do agronegócio mineiro confirmaram sua força no conjunto das vendas externas do Estado, entre janeiro e setembro deste ano. Segundo a Secretaria de Comércio Exterior (Secex) do Ministério de Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC), com a comercialização de produtos em geral, Minas Gerais alcançou, nos primeiros nove meses deste ano, uma receita de US$ 13,4 bilhões, e a participação do agronegócio garantiu US$ 3,5 bilhões. Este número mostra evolução de 15% no valor das vendas internacionais do setor  em relação aos primeiros nove meses do ano passado, quando a receita do setor foi de US$ 3,1 bilhões.  

A crescente participação do agronegócio nas exportações mineiras deverá se confirmar quando forem consolidados os resultados de outubro. Um levantamento preliminar Secex aponta nesta direção ao revelar que as exportações totais de Minas Gerais, no período de janeiro a outubro deste ano,  geraram receita superior a US$ 15,1 bilhões. A evolução do valor das vendas externas totais do Estado, neste período, foi de 18,2% em comparação com o mesmo período do ano passado e superior à média nacional, que ficou em 16,5%.

Os números referentes às exportações estaduais no período de janeiro a setembro, divulgados pela Secex, confirmam a importância do café na pauta das exportações mineiras. O aumento da receita com a comercialização do café de Minas foi de US$ 1,4 bilhão para US$ 1,8 bilhão, ou 23%, entre janeiro e setembro de 2006 e o mesmo período deste ano. Destacam-se também as carnes, com aumento de US$ 359,8 milhões para US$ 464,1 milhões (29%). Neste grupo, os destaques foram os seguintes: aves, de US$ 80,2 milhões para US$ 113,2 milhões (41%); suínas, de US$ 20,5 milhões para US$ 28,3 milhões (38%); e bovinas, de US$ 209,8 milhões para US$ 261,9 milhões (25%). Um volume adicional da carne bovina de Minas Gerais exportada passa por venda para a mesma empresa instalada em São Paulo. Tais valores estão sendo levantados e representam um acréscimo àquelas exportações exclusivamente a partir do Estado.  

O levantamento da Secex mostra também que a receita das exportações de etanol de Minas Gerais subiu de US$ 43,6 milhões para US$ 82,9 milhões (90%), nos períodos analisados. Leite e laticínios também evoluíram bastante, de US$ 29,1 milhões para US$ 48,5 milhões (66%). A exportação de algodão gerou aumento de receita de US$ 104,7 milhões para US$ 124,7 milhões (19%).

As exportações de milho, por sua vez, começam a ter significado para a balança do Estado com o acréscimo de 845% nos primeiros nove meses deste ano em relação ao mesmo período de 2006, a partir de uma base modesta de US$ 2,1 milhões para US$ 19,8 milhões. Existem novas possibilidades de colocação do produto no mercado internacional principalmente após a decisão do governo do Estados Unidos de utilizar essa matéria-prima para a produção de etanol naquele país.      

Cenário de setembro    

Ao apontar os números isolados das exportações mineiras em geral no mês de setembro, a Secex revela que houve um crescimento de apenas 1% na receita em relação a setembro de 2006 (US$ 1,46 bilhão contra US$ 1,44 bilhão). O agronegócio se destaca nesse conjunto com evolução de 4% (US$ 407 milhões contra US$ 393 milhões no mesmo mês do ano passado). Entre os setores que mais se destacaram está o óleo de soja, com salto de US$ 4,6 milhões em setembro de 2006 para US$ 8,8 milhões em setembro deste ano, ou evolução de 90%.

As exportações de madeiras e subprodutos tiveram crescimento de 79%, passando de US$ 33,5 milhões para US$ 59,9 milhões. O etanol registrou evolução de 77%, ou de US$ 6,2 milhões para US$ 11 milhões. Foi expressivo também o crescimento das exportações do complexo carnes, de US$ 48 milhões para US$ 53,3 milhões (11%), e nesse grupo destacaram-se as exportações de carnes aves, que tiveram crescimento de 75%, ou de US$ 7,9 milhões para US$ 13,9 milhões. No grupo de leite e laticínios, a receita em setembro deste ano foi de US$ 2,9 milhões contra US$ 2,4 milhões de setembro de 2006, ou crescimento de 20%.

Suporte do governo estadual

Programas e ações do governo do Estado, criados e desenvolvidos  pela Secretaria de Agricultura, Pecuária e Abastecimento de Minas Gerais, dão suporte à expansão das exportações do agronegócio. O programa Minas Carne estimula toda a cadeia da bovinocultura de corte, com ações específicas para a criação e recuperação de unidades industriais, a fim de garantir um crescente processamento do produto dentro do Estado, e a observância das normas de qualidade e segurança alimentar, a fim de garantir a maior presença do produto no mercado internacional.

Após o lançamento do Minas Carne, foram anunciadas reativações e aberturas de frigoríficos no Estado em condições de exportar. Quatro já estão em funcionamento. Eles estão localizados em Janaúba (Norte), Frutal (Triângulo Mineiro), Teófilo Otoni (Vale do Mucuri) e Patos de Minas (Alto Paranaíba). Em breve, devem entrar em operação um frigorífico em Governador Valares e outro no Triângulo.

O Minas Carne também conta com o suporte do Pró-Genética, que o Estado criou para aumentar a qualidade do rebanho, por meio da introdução, nas propriedades, de tourinhos selecionados, com origem garantida pela Associação Brasileira dos Criadores de Zebu (ABCZ).    

Outro programa criado pela Secretaria da Agricultura é o Minas Leite, que oferece estímulo à produção de qualidade em toda a cadeia, com ênfase no desenvolvimento industrial e cuidando para a obtenção da sustentabilidade do setor. Uma das ações do Minas Leite tem sido a  atração de indústrias interessadas em processar e exportar o soro do leite. O soro é  um resíduo de alto teor protéico, com grande valor no mercado, inclusive internacional. Ele é utilizado na fabricação de produtos lácteos e também pelos setores de panificação e farmacêutico. Cinco indústrias já estão investindo no processamento do soro e outras duas já demonstraram interesse em investir em Minas Gerais.

A Secretaria criou também o Programa de Certificação das Propriedades Cafeeiras, de fundamental importância para o Estado poder usufruir plenamente de sua condição de maior produtor nacional de café, ampliando sua participação no mercado internacional. Com a ação de certificação, o Minas Gerais vai fortalecer  a atividade,  agregando qualidade e fatores de segurança alimentar, rastreabilidade, responsabilidade social e ambiental ao produto. Com a certificação, o café de Minas Gerais tem mais condições de ganhar novos espaços no mercado internacional.

Mais de 700 propriedades cafeeiras, distribuídas em 40 municípios do Estado, já foram cadastradas.  Orientados por técnicos do Estado, os cafeicultores irão seguir um Código de Conduta para que possam receber a certificação de uma empresa reconhecida internacionalmente

Compartilhe via: