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Minas reforça proteção à sanidade avícola

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Minas Gerais já conta com um Fundo Privado de Emergência Sanitária para a Avicultura, que tem por objetivo indenizar o produtor caso suas aves tenham de ser sacrificadas por causa de doença comprometedora do plantel comercial. O convênio para oficializar a criação do fundo foi assinado durante a Feira dos Avicultores e Suinocultores de Minas Gerais (Superfas) pelo secretário da Agricultura do Estado, Gilman Viana Rodrigues e pelo presidente da Associação dos avicultores de Minas Gerais (Avimig), Tarcísio Franco do Amaral.  

Conforme explicou o secretário na solenidade, realizada no Parque de Exposição Francisco Olivé Diniz, em Pará de Minas (região Oeste), esse instrumento criado por Assembléia-Geral Extraordinária da Avimig tem o aval do Estado. “A operacionalização do fundo é simultânea à Guia de Transporte Animal (GTA), administrada pelo Instituto Mineiro de Agropecuária (IMA). Para obter a guia, o empresário avícola terá de apresentar o comprovante bancário de depósito da contribuição para o fundo.

“O fundo de emergência é uma exigência do Programa Nacional de Sanidade Avícola (PNSA) para o Estado ter condições de fazer a Regionalização da Avicultura, sistema que lhe possibilitará autonomia sanitária”, disse Gilman Viana. A idéia da regionalização é a de que, no caso de uma doença atingir determinado Estado da federação, os demais integrados ao sistema poderão continuar exportando.

De acordo com o secretário, “esse instrumento anula a resistência à extinção dos animais contaminados, e a principal conseqüência é a confiança dos compradores internacionais no Estado ou região que utiliza esse instrumento”. Para ele, “essa iniciativa do setor privado da avicultura é o reconhecimento de que os riscos de doença existem em qualquer paraíso do mundo e o Brasil não constitui exceção.” O secretário explicou que “o grande diferencial é o de que as tentativas de esconder o problema se tornam desnecessárias com o fundo, porque os proprietários das aves serão indenizados pelo sacrifício dos animais envolvidos em algum sinistro sanitário.”


Conhecimento

         
Gilman Viana disse que, além de atender às demandas do Estado e do país, os empresários do agronegócio avícola devem buscar novos conhecimentos para oferecer novos produtos, com qualidade e volume, ao mercado global. Ele fez essa recomendação na palestra que proferiu após a assinatura do Fundo Privado de Emergência da Avicultura de Minas. O secretário observou que os segmentos de produção de alimentos devem trabalhar visando, entre outros fatores, o crescimento da população mundial, que alcança a média de 2,5% ao ano, enquanto caem de maneira acentuada os estoques de milho, trigo e soja. “Ao mesmo tempo, estima-se o crescimento da demanda de fertilizantes de 170 milhões de toneladas em 2006 para 197 milhões de toneladas em 2012”, observou o secretário. “Este é um dos grandes obstáculos à obtenção de renda na produção rural, mesmo quando alguns produtos tenham seus preços aumentados.”    

De acordo com o secretário, há projeções de que, em menos de 30 anos, haverá mais de 8 bilhões de consumidores no mundo, com destaque para a concentração de pessoas na África e na Índia, onde o aumento populacional não é correspondido pela oferta interna de alimentos. “Vamos contar com a possibilidade de fornecer grande volume de alimentos a esses países, mas não podemos apostar que será uma demanda de alta qualidade”, acrescentou Gilman Viana, referindo-se ao baixo poder aquisitivo das populações.

O aquecimento global, segundo o secretário, é um dos fatores  que tornam urgente a busca de novos conhecimentos para que a produção de alimentos atenda a essas demandas. Com base em dados organizados pela Secretaria da Agricultura de Minas, o secretário informou que a temperatura do planeta aumentará cerca de 1 grau por ano até 2100, de acordo com estimativas, “ou até 5,8 graus se houver desorganizações maiores que as previstas.”

Ao assinalar que todos os setores da produção de alimentos devem ter a tecnologia como aliada para superar as dificuldades, o secretário apontou a capacidade de crescimento da produção mineira. A safra de grãos do Estado saltou de 5,7 milhões de toneladas em 3,3 milhões de hectares, em 1996, para 11,6 milhões de hectares em 3,8 milhões de hectares em 2008. Segundo Gilman Viana, a participação do PIB (Produto Interno Bruto) do agronegócio mineiro no PIB do agronegócio nacional evoluiu de 9,5 para ll,4% nos últimos sete anos. O secretário destacou ainda o trabalho que a Secretaria da Agricultura vem desenvolvendo com os empresários do agronegócio para o aumento da qualidade dos produtos, citando como exemplo o programa Minas Carne, que está fortalecendo o abate formal de bovinos no Estado. “Os abates informais em Minas já representaram 55% e atualmente são de cerca de 32%, como conseqüência de ações propostas pelo programa, como a extensão da abrangência dos abatedouros inspecionados.”                


Setores fortes

A Feira dos Avicultores e Suinocultores de Minas Gerais (Superfas) é uma iniciativa da Associação dos Suinocultores do Estado de Minas Gerais (Asemg) e da Associação dos Avicultores de Minas Gerais (Avimig), em parceria com diversas entidades dos produtores. O evento integra a XXVIII Festa Estadual do Frango e VIII Festa do Suíno de Pará de Minas, que foi aberta dia 3, quarta-feira. Na véspera foi realizada a AGE de criação do fundo e, em seguida, o 162º Jantar do Clube do Galo Mineiro. As atividades empresariais da festa do frango terminam nesta quinta-feira (5).

Segundo a Avimig, a produção de frango, no Estado, alcançou 369,7 milhões de cabeças em 2007, enquanto o Brasil a produção nacional foi de 4,9 bilhões de aves. Com a produção de ovos, Minas Gerais ocupa o segundo lugar, cerca de 7,8 milhões de caixas de 30 dúzias por ano. Em todo o país foram 67,4 milhões de caixas. Também nesse segmento houve crescimento no Estado: a média mensal para Minas, na análise de todo o ano passado, foi de 20 milhões de dúzias, enquanto no primeiro semestre deste ano alcançou 23 milhões de dúzias, ou crescimento de 15%.

Nas exportações de frango, Minas Gerais alcançou, no ano passado, 116,7 mil toneladas, ou cerca de 3,5% do total brasileiro, de 3,3 milhões de toneladas. Estão previstas para o Brasil cerca de 3,5 milhões de toneladas em 2008 e, para o Estado, um volume da ordem de 125 mil toneladas. Destacam-se as exportações de perus, em que Minas participa com 22,5% do total brasileiro ou 40,1 mil toneladas no conjunto das 177,4 mil toneladas de todo o país.  

Na produção de suínos, Minas Gerais ocupa o quarto lugar, com um plantel de 218,7 mil matrizes. A maior concentração de animais está no Triângulo Mineiro, com 77,5 mil cabeças, seguindo-se a Zona da Mata, com 55,9 mil cabeças, e a região Oeste, com 30,8 mil cabeças.    

Secretaria de Estado de Agricultura, Pecuária e Abastecimento de Minas Gerais
Assessoria de Comunicação Social
Jornalista responsável: Ivani Cunha
Contato: (31) 3215-6568

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