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É tempo de Jabuticaba: sabor que preserva histórias e gera renda para famílias

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Produtores festejam neste mêsva colheita da fruta cultivada em pomares por gerações
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Boa pedida para o fim de semana é a 39ª edição do Festival de Jabuticaba, em Sabará, o maior do país.  O tradicional evento, organizado pela Associação de Produtores de Derivados da Jabuticaba de Sabará (Asprodejas), começou na última quinta-feira, segue até domingo e tem diversas atrações como barraquinhas de doces, compotas bombons, vinhos, sorvetes, molhos e geleias feitas da fruta, eleita em 2023 a segunda melhor fruta do mundo por um ranking internacional. O festival também prevê mini eventos culturais, como chefs de cozinha com performances ao vivo e até rodas de música. E o visitante ainda pode alugar um pé da fruta num dos quintais de agricultores familiares da cidade para degustar a fruta in natura.

A jabuticaba é parte importante   da  agricultura familiar em  municípios  mineiros. Entre o plantio de outras frutas e de hortaliças, pequenos produtores cultivam nos pomares pés da fruta pretinha e saborosa, que nos meses de novembro e dezembro ajudam a aumentar a renda das famílias, por meio de vendas no comércio local ou nos festivais que celebram a colheita.

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Antes de a jabuticaba chegar às mesas ou ser celebrada no festival, conta com a assistência técnica da Emater que desenvolve ações junto aos produtores de Sabará para fomentar a cadeia produtiva. “Realizamos cursos de poda e adubação,  prestamos assistência técnica para as mulheres que fazem derivados de jabuticaba, além de fazermos a ponte com a política pública de legalização sanitária”, explica Silvia Carolina Maia, extensionista de Bem-estar social da Emater, em Sabará.

Cabe à Emater organizar, também,os produtores de venda in natura no festival. No pré-festival, a empresa está à frente, ainda, do Concurso de Derivados de Jabuticaba, que neste ano foi realizado em outubro, quando um corpo de jurados renomados elegeu os melhores produtos. “A intenção é dar um retorno técnico sobre o trabalho das mulheres que produzem o festival”, diz Sílvia.

A Asprodejas é formada por 27 produtoras responsáveis pela fabricação de 100 itens diferentes de derivados da jabuticaba. Neste ano, o festival vai celebrar a obtenção do Selo de Indicação Geográfica, que confere valor agregado ao produto e fortalece sua credibilidade tanto no mercado interno quanto em oportunidades de exportação.

 Nos pomares, as mulheres também são protagonistas. “Elas cuidam muito mais do que os homens, mas quando falamos em comercialização, entra a família toda. Geralmente, os homens fazem o  processo de venda”, conta Sílvia. 

Sílvia Maia destaca a importância da produção para a economia da cidade. “O festival recebe 100 mil pessoas por dia. Já contabilizamos a venda de seis toneladas de jabuticaba em uma das festas. Não existe plantio comercial. São vários pomares domésticos e algumas propriedades maiores, por isso não temos números sobre produçãol”, diz.

O superintendente de Inovação e Economia Agropecuária da Secretaria de Agricultura, Pecuária e Abastecimento de Minas Gerais, Feliciano Nogueira de Oliveira, destaca que a jabuticaba, tradicionalmente cultivada por agricultores familiares,  em pomares domésticos, chácaras e pequenos sítios, vem ganhando maior proporção comercial.

  “Ainda não temos grandes cultivos em áreas comerciais, mas dada a sua importância cultural e gastronômica, a produção tem se consolidado no mercado, chegando a restaurantes, em pratos elaborados da gastronomia mineira, nas lanchonetes e sendo utilizada em produtos como sucos e sorvetes”, afirma. Segundo ele, a fruta é típica das regiões Sul, Sudeste e Centro do país, com maior prevalência nas áreas de bioma de Mata Atlântica.

 

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