Criação familiar de galinhas poedeiras faz sucesso na região Central de Minas

Um aviário de produção de ovos caipiras, em Queluzito, na região Central do estado de Minas Gerais, está chamando a atenção pelo bom desempenho alcançado, num prazo relativamente curto de funcionamento. Com pouco mais de dois anos de implantação, ocorrida no período mais crítico da pandemia da covid-19, o Aviário São Francisco, no sitio do mesmo nome, está provando que, mesmo em tempos de crise, é possível para a agricultura familiar realizar bons negócios. O segredo está na escolha da atividade e na assistência técnica adequada.
É o que acontece no empreendimento rural do produtor familiar Agnaldo Neves Souza, que recebe atendimento técnico da Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Estado de Minas Gerais (Emater-MG), vinculada à Secretaria de Estado de Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Seapa). Depois de se dedicar durante seis anos à produção de leite, ele partiu para a criação, no sistema caipira, de duas linhagens de galinhas para postura: Azur e Embrapa 051. E tudo indica que não tem do que reclamar dos resultados.
A produção diária de 1.300 ovos é considerada boa e a comercialização também, pois além de Queluzito, os ovos são vendidos nos municípios próximos. “Iniciamos aqui no Sítio São Francisco na atividade leiteira, mas com a alta de custos da produção do leite, mudamos para o Aviário São Francisco, onde colocamos as galinhas poedeiras”, conta Agnaldo. A alta nos custos de produção de leite estava relacionada ao preço da ração do gado e o transporte pago para levar o leite até o laticínio, o que acabou inviabilizando a ação por falta de retorno financeiro.
Família unida
Agora com a montagem do aviário, toda a família está envolvida na produção. A filha Diana Lorena Vieira Souza é a responsável pela manipulação dos ovos no entreposto e entregas no mercado. O pai e o filho ajudam no manejo dos galpões e a mãe é o suporte domiciliar, fornecendo alimentação e apoio em todas as atividades, quando necessário.
“O nosso aviário é o único registrado na região pelo Instituto Mineiro de Agropecuária (IMA). Temos o entreposto e nos tornamos unidade de observatório da Embrapa”, ressalta Diana. Segundo ela, os ovos abastecem o comércio local de Queluzito e nos municípios vizinhos de Conselheiro Lafaiete e Ouro Branco. O aviário também fornece para o Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE), que atende estudantes de escolas públicas dessas cidades.
Formada em Engenharia de Produção e professora de inglês, com um intercâmbio fora do país, Diana Lorena sempre manteve uma atitude de liderança e busca se atualizar constantemente sobre as melhores práticas que vêm sendo adotadas na avicultura familiar. Com a assistência da Emater-MG, ela conseguiu a certificação de ovo caipira do Consórcio Público para Desenvolvimento do Alto Paraopeba (Codap). Agora planeja aumentar a produção e conquistar novos mercados para o seu produto.
“Iniciamos o Aviário São Francisco com o apoio da Emater. Optamos pela produção em ovos caipira. Queremos provar para o pessoal que é possível levar qualidade da roça direto para o consumidor”, argumenta.
A técnica do escritório local da Emater-MG, Bianca Matos Pereira, acompanha o empreendimento de Queluzito. Ela explica que o próximo passo é comercializar os ovos, em todo o estado de Minas Gerais, com o registro do IMA. Segundo a técnica, o local funciona como uma agroindústria, pois é lá que os ovos são beneficiados, num processo que envolve a classificação, embalagem, identificação e distribuição do produto para a comercialização.
De acordo Bianca, entre as ações que a Emater-MG participou para implementar a criação do aviário, estão as instruções técnicas na construção de um galpão e a reforma de outro. Os dois espaços servem de alojamento das galinhas poedeiras. A empresa de extensão rural também fez o projeto de acesso ao crédito do Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf), na modalidade Investimento. O recurso foi investido na concretização do espaços fisicos para a criação das aves.
“Orientamos a construção, a reforma, a instalação de bebedouros, comedouros e ninhos. Também fizemos o projeto do crédito rural para construir um galpão e adaptar outro”, diz. Bianca ainda explica como é o sistema caipira adotado no Aviário São Francisco. “Uma parte do dia as galinhas ficam dentro dos galpões, onde têm alimentação e água disponíveis, além dos ninhos onde os ovos são botados. Em outra parte do dia, elas são soltas para piquetes, onde podem pastejar e ficar ao ar livre para o bem-estar delas”, esclarece.
Terezinha Leite - Ascom/Emater-MG
Foto: Divulgação/Emater-MG
*Este conteúdo foi produzido durante o período de restrição eleitoral e publicado somente após a oficialização do término das eleições.
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