Cotação da saca de feijão em Minas bate recorde
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A cotação do feijão carioca, termômetro do mercado em Minas Gerais, alcançou neste ano o recorde de R$ 150,00, enquanto o valor médio nos anos anteriores foi R$ 80,00. A informação é do Centro e Inteligência do Feijão, criado pela Secretaria de Estado da Agricultura, Pecuária e Abastecimento de Minas Gerais ( Seapa) em parceria com a Universidade Federal de Viçosa (UFV) e a iniciativa privada.
O principal motivo dessa cotação excepcional foi a diminuição da oferta do produto, em razão de fatores climáticos, além da redução do plantio. De acordo com o centro, a produção mineira colhida este ano deve ser aproximadamente 4% menor que a do ano passado.
“A grande elevação dos preços do feijão mais tradicional levou os consumidores a procurar outras variedades, que por sua vez também tiveram aumento”, explica Alberto Martins Resende, que participa da coordenação do CIF. O especialista informa que, no período entre 28 de setembro e 15 de outubro, o feijão carioca, em suas diversas variedades, teve novo aumento, desta vez de 14,76%.
Resende acredita que a oferta da leguminosa vai aumentar com o início da colheita das águas, entre dezembro e janeiro. Ele diz que as variações de cotação para cima e para baixo são normais. “Depois de um ano de boa receita, os produtores de feijão ficam estimulados a plantar mais e, caso o clima e outros fatores ajudem, a oferta do produto aumentará. Neste caso, não há condição de impor preços altos, e a próxima etapa será a realização de plantios menores, que resultarão em oferta menor e mercado melhor para o produtor, com o ciclo se reiniciando na safra seguinte.”
Poucas variações
O especialista considera o cenário do feijão muito parecido em todo o país. “Em Minas Gerais e no Brasil inteiro, os níveis de produção e consumo têm pouca alteração de uma safra para outra e a regra da oferta e procura também prevalece”, assinala. Com base em dados do CIF, ele acrescenta que, no período de 1994 a 2007, houve crescimento médio de 1,1% ao ano na produção da leguminosa em todo o país. Na safra 2007/2008, de acordo com a Conab, a produção brasileira deverá alcançar um volume de 3,2 milhões de toneladas, com uma queda provável de 2% em relação à safra anterior. De acordo com o centro de inteligência, a evolução da produção de feijão no Brasil é muito menor que o crescimento vegetativo da população brasileira.
Segundo dados da Conab, para a safra 2007/2008, a região Sul do País – maior produtora – deverá colher cerca de 1 milhão de toneladas, seguindo-se o Nordeste, com 924,5 mil toneladas. O Sudeste, que ocupa o terceiro lugar, tem produção estimada de 799,8 mil toneladas, destacando-se neste bloco Minas Gerais, com a estimativa de cerca de 518 mil toneladas para o período. O Noroeste de Minas, maior região produtora do Estado, responde por cerca de 150 mil toneladas, sendo Unaí o destaque, com cerca de 100 mil toneladas, ou 20% da produção estadual.
O professor Resende informa que o feijão carioca, de grãos creme com rajas marrons, predomina em Minas Gerais. “A exceção é a Zona da Mata, onde a demanda maior é de grãos de cor preta e vermelha”, explica. Segundo Centro de Inteligência do Feijão, nos últimos anos, os programas de melhoramento possibilitaram a oferta de inúmeras cultivares do carioca, e a maioria delas, comparadas à cultivar original, leva vantagens em produtividade e resistência às doenças.
Estímulo para toda a cadeia
O superintendente de Política e Economia Agrícola da Secretaria da Agricultura do Estado, João Ricardo Albanez, realça a importância do Centro de Inteligência do Feijão (www.cifeijao.com.br) como uma entidade técnica e de inteligência a serviço da política estadual, voltada para a gestão do complexo agroindustrial do feijão. “Os produtores, técnicos e outros agentes envolvidos na cadeia produtiva devem utilizar o centro como uma base de consulta para tomar decisões”, finaliza
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