Campo vai abrir mais espaço para trabalhador qualificado
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A atividade rural continua entre os mais fortes geradores de ocupação em Minas Gerais, com a criação de mais de 11 mil empregos em julho. É o que mostra o cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) do Ministério do Trabalho. O conjunto dos setores econômicos do Estado gerou, no período, 28.471 vagas com carteira assinada.
O aumento na geração de empregos com carteira assinada no campo acontece desde o início do ano. No acumulado de janeiro a maio de 2007, foram criados 54,6 mil empregos com carteira assinada. No mesmo período do ano passado, foram 36,4 mil novas vagas na atividade agropecuária. O crescimento é de 50%. Este número pode ser explicado pela demanda por trabalhadores para a colheita de cana-de-açúcar, café, citrus e morango. A tendência, segundo especialistas, é que a procura passe a ser cada vez maior pela mão-de-obra mais qualificada, principalmente para a área de cana-de-açúcar.
Segundo o secretário da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Gilman Viana, “a mecanização das atividades rurais não pode servir de argumento para a previsão de uma drástica mudança desta realidade”. Ele prevê a abertura de um grande mercado para a mão-de-obra qualificada nas atividades sucroalcooleiras no Estado e no país.
“A substituição do trabalho braçal, que não ocorre apenas neste setor, mas em grande parte da área rural, é uma tendência inevitável. Um dos objetivos claros da mecanização, no caso do trabalho nos canaviais, é preservar o próprio trabalhador”, ele explica.
Segundo o secretário, as novas demandas, que incluem a mecanização e conhecimentos tecnológicos, devem estimular a adoção de providências para as pessoas se adaptarem. “Está prevista a criação de muitas oportunidades em futuro próximo para os habilitados na nova situação”, enfatiza Gilman Viana, referindo-se a inovações que surgiram na cultura de cana, nas técnicas de irrigação, no uso da vinhaça para a fertilização e em outras atividades resultantes de avanços tecnológicos.
“O negócio rural não pode dispensar a incorporação de tecnologias que aumentam a quantidade de produto por área e abrem espaço para um volume maior de mão-de-obra qualificada”, continua o secretário. Ele destaca a importância da formalização de parcerias entre as usinas de álcool e açúcar e as indústrias fabricantes de máquinas agrícolas, por exemplo, para preparar mão-de-obra capaz de entender a operação e manutenção do maquinário moderno. Além disso, segundo o secretário, parcerias público-privadas podem participar com a transferência de tecnologia e orientação para dar suporte aos programas de habilitação dos trabalhadores.
Além de pessoas para operar máquinas nos canaviais e em outras áreas das empresas rurais, haverá a crescente necessidade da utilização de serviços de terceiros com qualificações variadas, assinala Gilman Viana. “Mesmo nos casos de empresas intensamente mecanizadas, esse sistema será indispensável”, afirma.
Segundo o secretário, em Minas Gerais o impacto das novas exigências de mão-de-obra deverá ser menor porque grande parte das empresas que se implantaram no setor sucroalcooleiro escolheu, desde o início, o corte mecanizado da cana-de-açúcar. Gilman Viana pondera que as usinas antigas vão incluir as máquinas em suas atividades pela mesma razão que as novas estão fazendo este investimento. “Essas empresas seguem a tendência de reservar para as máquinas os trabalhos mais desconfortáveis ou de risco.”
Proteção do trabalhador
O secretário destaca que existe uma recomendação, com base nos princípios da preservação ambiental, de que a queima dos canaviais para o trabalho de colheita deve ser evitada. “Sem a utilização da queima, o trabalhador teria de entrar em contato com as folhas ásperas e o caule da planta, o que pode ser evitado com a utilização de máquinas”, explica.
A abolição da queima é um dos procedimentos recomendados para o controle da emissão de gás carbono, porque este contribui para o aquecimento global. Segundo o secretário, o controle das emissões exige, na maioria dos casos, a conjugação do uso de máquinas com mão-de-obra qualificada.
“Por isso, está prevista a substituição da força humana no corte da cana como em outras atividades. Para atender às novas demandas de trabalho, diante da crescente mecanização, é necessário universalizar a educação de qualidade”, finaliza o secretário.
Participação do governo
Uma das ações com o objetivo de ajudar as pessoas a atender às novas exigências do trabalho na atividade rural é o Programa Formação Jovem Rural. Coordenado pela Emater-MG, vinculada à Secretaria da Agricultura. Esse programa busca a promoção da qualidade de vida do jovem no seu espaço de origem.
A proposta é habilitar os participantes a desenvolver atividades produtivas que gerem oportunidades de ocupação e renda de forma sustentável, informa a coordenadora estadual de Organização e Metodologia da Emater-MG, Helena Silva. Ela explica que podem participar jovens rurais com idade entre 16 e 29 anos que exerçam atividades produtivas agrícolas e não agrícolas, individuais ou coletivas relacionadas ao espaço rural.
O programa se destina também aos jovens residentes no meio rural ou urbano que desenvolvam ações relacionadas à gestão social de programas e projetos voltados ao Desenvolvimento Rural Sustentável.
Em 2006, ano de lançamento do programa, foram realizados trabalhos com quase 600 jovens de todas as regiões do Estado. Eles receberam informações sobre agroecologia, segurança alimentar, associativismo e gestão Social. Para 2007, a meta é atender cerca de 1.200 jovens até setembro. Os trabalhos são desenvolvidos em 32 Unidades Regionais da Emater-MG e consistem na transmissão de informações sobre políticas públicas e gestão social, para dar suporte ao desenvolvimento local sustentável e à agricultura familiar.
Na etapa atual do programa, os jovens discutem as atividades em que eles atuam ou tem pretensão de atuar, que será a sua fonte de renda, ou seja, o seu negócio agrícola. A coordenadora explica também que “os temas são discutidos de forma a levar aos jovens uma visão mais criteriosa sobre tecnologia de produção, mercado, custos, viabilidade das atividades que poderão desenvolver com o suporte de uma linha específica de crédito do Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf)”.
O Programa Formação Jovem Rural orienta também os participantes, de forma complementar, no desenvolvimento de atividades geradoras de renda segundo a vocação das comunidades. Destacam-se a agroindústria do leite, café, artesanato, horticultura, derivados da cana, apicultura, cultura florestal, fruticultura, processamento de frutas, bovinocultura de leite e avicultura.
O aumento na geração de empregos com carteira assinada no campo acontece desde o início do ano. No acumulado de janeiro a maio de 2007, foram criados 54,6 mil empregos com carteira assinada. No mesmo período do ano passado, foram 36,4 mil novas vagas na atividade agropecuária. O crescimento é de 50%. Este número pode ser explicado pela demanda por trabalhadores para a colheita de cana-de-açúcar, café, citrus e morango. A tendência, segundo especialistas, é que a procura passe a ser cada vez maior pela mão-de-obra mais qualificada, principalmente para a área de cana-de-açúcar.
Segundo o secretário da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Gilman Viana, “a mecanização das atividades rurais não pode servir de argumento para a previsão de uma drástica mudança desta realidade”. Ele prevê a abertura de um grande mercado para a mão-de-obra qualificada nas atividades sucroalcooleiras no Estado e no país.
“A substituição do trabalho braçal, que não ocorre apenas neste setor, mas em grande parte da área rural, é uma tendência inevitável. Um dos objetivos claros da mecanização, no caso do trabalho nos canaviais, é preservar o próprio trabalhador”, ele explica.
Segundo o secretário, as novas demandas, que incluem a mecanização e conhecimentos tecnológicos, devem estimular a adoção de providências para as pessoas se adaptarem. “Está prevista a criação de muitas oportunidades em futuro próximo para os habilitados na nova situação”, enfatiza Gilman Viana, referindo-se a inovações que surgiram na cultura de cana, nas técnicas de irrigação, no uso da vinhaça para a fertilização e em outras atividades resultantes de avanços tecnológicos.
“O negócio rural não pode dispensar a incorporação de tecnologias que aumentam a quantidade de produto por área e abrem espaço para um volume maior de mão-de-obra qualificada”, continua o secretário. Ele destaca a importância da formalização de parcerias entre as usinas de álcool e açúcar e as indústrias fabricantes de máquinas agrícolas, por exemplo, para preparar mão-de-obra capaz de entender a operação e manutenção do maquinário moderno. Além disso, segundo o secretário, parcerias público-privadas podem participar com a transferência de tecnologia e orientação para dar suporte aos programas de habilitação dos trabalhadores.
Além de pessoas para operar máquinas nos canaviais e em outras áreas das empresas rurais, haverá a crescente necessidade da utilização de serviços de terceiros com qualificações variadas, assinala Gilman Viana. “Mesmo nos casos de empresas intensamente mecanizadas, esse sistema será indispensável”, afirma.
Segundo o secretário, em Minas Gerais o impacto das novas exigências de mão-de-obra deverá ser menor porque grande parte das empresas que se implantaram no setor sucroalcooleiro escolheu, desde o início, o corte mecanizado da cana-de-açúcar. Gilman Viana pondera que as usinas antigas vão incluir as máquinas em suas atividades pela mesma razão que as novas estão fazendo este investimento. “Essas empresas seguem a tendência de reservar para as máquinas os trabalhos mais desconfortáveis ou de risco.”
Proteção do trabalhador
O secretário destaca que existe uma recomendação, com base nos princípios da preservação ambiental, de que a queima dos canaviais para o trabalho de colheita deve ser evitada. “Sem a utilização da queima, o trabalhador teria de entrar em contato com as folhas ásperas e o caule da planta, o que pode ser evitado com a utilização de máquinas”, explica.
A abolição da queima é um dos procedimentos recomendados para o controle da emissão de gás carbono, porque este contribui para o aquecimento global. Segundo o secretário, o controle das emissões exige, na maioria dos casos, a conjugação do uso de máquinas com mão-de-obra qualificada.
“Por isso, está prevista a substituição da força humana no corte da cana como em outras atividades. Para atender às novas demandas de trabalho, diante da crescente mecanização, é necessário universalizar a educação de qualidade”, finaliza o secretário.
Participação do governo
Uma das ações com o objetivo de ajudar as pessoas a atender às novas exigências do trabalho na atividade rural é o Programa Formação Jovem Rural. Coordenado pela Emater-MG, vinculada à Secretaria da Agricultura. Esse programa busca a promoção da qualidade de vida do jovem no seu espaço de origem.
A proposta é habilitar os participantes a desenvolver atividades produtivas que gerem oportunidades de ocupação e renda de forma sustentável, informa a coordenadora estadual de Organização e Metodologia da Emater-MG, Helena Silva. Ela explica que podem participar jovens rurais com idade entre 16 e 29 anos que exerçam atividades produtivas agrícolas e não agrícolas, individuais ou coletivas relacionadas ao espaço rural.
O programa se destina também aos jovens residentes no meio rural ou urbano que desenvolvam ações relacionadas à gestão social de programas e projetos voltados ao Desenvolvimento Rural Sustentável.
Em 2006, ano de lançamento do programa, foram realizados trabalhos com quase 600 jovens de todas as regiões do Estado. Eles receberam informações sobre agroecologia, segurança alimentar, associativismo e gestão Social. Para 2007, a meta é atender cerca de 1.200 jovens até setembro. Os trabalhos são desenvolvidos em 32 Unidades Regionais da Emater-MG e consistem na transmissão de informações sobre políticas públicas e gestão social, para dar suporte ao desenvolvimento local sustentável e à agricultura familiar.
Na etapa atual do programa, os jovens discutem as atividades em que eles atuam ou tem pretensão de atuar, que será a sua fonte de renda, ou seja, o seu negócio agrícola. A coordenadora explica também que “os temas são discutidos de forma a levar aos jovens uma visão mais criteriosa sobre tecnologia de produção, mercado, custos, viabilidade das atividades que poderão desenvolver com o suporte de uma linha específica de crédito do Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf)”.
O Programa Formação Jovem Rural orienta também os participantes, de forma complementar, no desenvolvimento de atividades geradoras de renda segundo a vocação das comunidades. Destacam-se a agroindústria do leite, café, artesanato, horticultura, derivados da cana, apicultura, cultura florestal, fruticultura, processamento de frutas, bovinocultura de leite e avicultura.
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