Antonio Anastasia participa de abertura do maior evento mundial de café
Ao participar da abertura oficial da Semana Internacional do Café, na manhã desta segunda-feira (09), no Expominas, em Belo Horizonte, o governador Antonio Anastasia afirmou que o maior desafio para o setor é agregar mais valor ao produto, principal âncora agrícola de Minas Gerais. Metade da produção de cafés especiais no Brasil é feita no Estado. A Semana inclui a reunião anual da Organização Internacional do Café (OIC), que este ano comemora 50 anos de fundação.
Minas Gerais possui o maior programa de certificação do mundo, o Certifica Minas, que garante o crescimento da participação da produção agropecuária mineira nos mercados nacional e internacional. Neste ano, o Estado contará com um total de 1.750 propriedades certificadas. No entanto, a participação do café especial na pauta exportadora do país e do Estado de Minas Gerais ainda é inferior ao embarque do café in natura. Segundo Antonio Anastasia, não só o produtor, mas toda a cadeia produtiva do café se beneficiará com o processo de agregar mais valor ao produto.
“Esse tem sido nosso grande esforço, agregar valor ao café. É muito interessante observar, e até estranho, que Minas Gerais e o Brasil são os maiores produtores de café em grão do mundo, mas não são os maiores exportadores do café processado. Os líderes são os países europeus. Então, o nosso grande propósito é, com a melhoria da produtividade e do estímulo ao empresariado, trazermos para cá essas fábricas para que possam processar o café. O Brasil é o segundo maior mercado consumidor de café e já caminha para ser o primeiro. Portanto, temos, internamente mesmo, um mercado imenso que pode ser também aqui conquistado, melhorando a renda não só do produtor mais de toda a cadeia produtiva do café”, afirmou.
O secretário de Estado de Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Elmiro Nascimento, destacou que o Governo de Minas desenvolve várias ações de suporte ao setor cafeeiro, responsável por mais de 50% da produção de café no Brasil. “O Governo de Minas, por meio da Secretaria de Estado de Agricultura e Pecuária, tem feito um enorme esforço para melhorar a qualidade do nosso café. O programa Certifica Minas é um exemplo objetivo desse avanço, porque busca adequar as propriedades rurais mineiras às normas internacionais de produção”, afirmou.
Crise no setor
Durante a abertura do evento, o diretor-executivo da Organização Mundial do Café (OIC), Robério Silva, alertou sobre uma nova crise do setor em função do baixo preço da saca. Segundo ele, que é mineiro de Pedra Azul, a queda acentuada dos preços atuais cria as condições de uma nova crise do café, semelhante à que o setor enfrentou na virada do século. “Questões econômicas, como a volatilidade dos preços e a incertezas econômicas são motivos de preocupações há muito tempo e continuam a constituir um aspecto importantíssimo no plano de trabalho da OIC”, afirmou.
No primeiro semestre do ano, o governo federal, responsável pela política econômica do país, elevou o preço mínimo do café para R$ 307 a saca de 60 quilos. Porém, o setor reivindicava uma cotação a um patamar não inferior a R$ 350, a fim de que o cafeicultor mineiro pudesse cobrir o custo de produção, que, hoje, atinge esse patamar na maioria das regiões produtoras. Para comparação, em maio de 2011, o preço da saca do café chegou a ser negociada por R$ 530. Atualmente o valor da saca de café está em torno de R$ 300.
Maior feira do mundo
Segundo o governador Antonio Anastasia, é uma honra e uma oportunidade Minas e Belo Horizonte sediarem, pela primeira vez, a Semana Internacional do Café, a Reunião Anual da OIC, feita tradicionalmente em Londres. Ele lembrou que a cafeicultura está presente em cerca de 600 municípios mineiros, sendo cultivado por pequenos e médios produtores. Participam da reunião delegações dos 70 países-membros da OIC.
“Trouxemos para cá este evento, que é um dos maiores do setor no mundo, com o objetivo não só de internacionalizar cada vez mais Minas Gerais e a nossa capital, mas, sobretudo, para focar na relevância que é o café para Minas. O café é o nosso maior produto agrícola. Tem uma participação importantíssima em nossa pauta de exportações. Mais do que isso, ele está presente em 600 municípios mineiros e é um produto extremamente democrático, já que ele é plantado e produzido, normalmente, por médios e pequenos produtores organizados em cooperativas. Portanto, o debate sobre os assuntos do café, a melhoria da produtividade e o aumento da renda do produtor é algo relevantíssimo para a economia de nosso Estado”, afirmou.
Após a abertura, Antonio Anastasia visitou a feira que ocupa dois pavilhões do Expominas. Ele cumprimentou expositores, circulou pelos estandes e provou alguns produtos à base de café. O governador de Minas também foi homenageado por uma produtora, a artista plástica Valéria Vidigal, com a entrega de uma peça em madeira alusiva à semente do grão.
A Semana Internacional do Café está programada para o período de 9 a 13 de setembro, em Belo Horizonte, recebendo a reunião de 50 anos da OIC e a 8ª edição do Espaço Café Brasil. O evento é uma promoção do Governo de Minas - por meio da Secretaria de Estado de Agricultura, Pecuária e Abastecimento, em parceria com a Federação da Agricultura e Pecuária de Minas Gerais (Faemg), Sebrae Minas, OIC, ministérios da Agricultura Pecuária e Abastecimento e das Relações Exteriores e Café Editora, promotora da 8ª edição do Espaço Café Brasil. Será realizada no Expominas.
A entrada é franca para produtores rurais com número do cartão do produtor e profissionais do setor com CNPJ, mediante credenciamento antecipado pelo site. Demais visitantes pagam R$ 20.
Antonio Anastasia destaca a relevância da indústria cafeeira para o desenvolvimento do país em artigo
O café gera de divisas da ordem de US$ 6,5 bilhões anuais para o Brasil; Minas, maior produtor e exportador, recebe reunião comemorativa da OIC, diz texto do Valor Econômico
Em artigo publicado na edição desta segunda-feira (9) do jornal Valor Econômico, o governador Antonio Anastasia destaca a importância do café na pauta de exportação brasileira e a relevância da indústria cafeeira para o desenvolvimento e modernização do país. Segundo Antonio Anastasia, o café é responsável pela geração de divisas da ordem de US$ 6,5 bilhões anuais e pela criação de, aproximadamente, quatro milhões de empregos, sendo cerca da metade em 600 municípios mineiros.
“Além de seu papel na formação econômica nacional, a cultura cafeeira contribuiu para a evolução do mercado de trabalho no país. Seu papel socioeconômico é, pois, inegável”, afirmou o governador em seu artigo. Ainda no texto, Antonio Anastasia ressalta que o Brasil é o maior produtor e exportador de café, bem como Minas Gerais é o maior produtor exportador do país. “A cada três cafés brasileiros degustados mundo afora, dois foram produzidos em uma das 104 mil propriedades cafeicultoras do Estado”, enfatiza o governador.
Belo Horizonte, a capital mundial do café
Antonio Anastasia ainda lembra que Belo Horizonte se “transformará na capital mundial do café”. A cidade recebe, até a próxima sexta-feira (13), a Semana Internacional do Café. A programação do evento comemorativo ao cinquentenário da Organização Internacional do Café (OIC) inclui a maior feira do setor na América Latina e visitas técnicas às tradicionais regiões cafeeiras de Minas, além de reuniões e fóruns para debates.
Preço mínimo do café e políticas públicas
O governador também defende a necessidade de elevar o preço mínimo da saca do café para um valor de, pelo menos, R$ 350,00. Para agregar valor ao café, o Governo de Minas tem criado diversas políticas públicas pautadas em pesquisa e profissionalização. Dentre as ações do Estado, Anastasia cita o Fundo Estadual do Café (Fecafé), que financia investimentos em produtividade, qualidade e inovação, e o Certifica Minas Café, um dos primeiros programas de certificação de propriedades de café do mundo realizado por um governo regional em um país.
"Assim, agimos para garantir que o agronegócio do café continue a gerar prosperidade e bem-estar não só para os mineiros, mas também além das nossas montanhas. A realização da Semana Internacional do Café será um momento ímpar para tratarmos da sustentabilidade desse setor tão importante para o desenvolvimento econômico e social do país", finaliza o governador.