O Instituto Mineiro de Agropecuária (IMA), alerta os citricultores a estarem constantemente atentos ao aparecimento de Greening em plantações de citros (laranja, limão e tangerina), em Minas Gerais, especialmente no período da seca, que é a época ideal para o diagnóstico da praga.

 

A doença chega aos pomares por meio de um inseto, o psilídeo, presente em todas as regiões do Brasil e através de mudas de citros contaminadas. As árvores afetadas pelo Greening têm como sintoma inicial o surgimento de um ramo ou galho, que se destaca pela cor amarela em contraste com a coloração verde das folhas dos ramos não afetados. As folhas amareladas apresentam coloração pálida, formando manchas assimétricas.

 

As plantas doentes tendem a derrubar folhas e frutos precocemente, produzem frutos deformados que, apesar de poderem ser consumidos, são negociados a preços abaixo do valor de mercado. Quando afeta plantas novas elas não chegam a produzir frutos.

 

O principal prejuízo que o Greening causa é para o bolso do produtor que  tem que eliminar as plantas com sistomas, muitas vezes perdendo os frutos que estão para serem colhidos. Em casos mais severos, no qual o nivel de infestação ultrapassar 28% das plantas, pomares inteiros terão que ser eliminados.

 

Para essa praga não há tratamento. A planta afetada deve ser erradicada e não podada, pois a bactéria que ataca o sistema vascular, já encontra-se no interior da planta. Uma nova muda pode ser plantada no mesmo local, não havendo perigo de contaminação pelo solo.

 

Combate ao Greening

 

Os produtores são elementos fundamentais no combate ao Greening, mas uma medida importante de combate à praga são os levantamentos fitossanitários realizados pelo IMA. Essa ação, consiste em visitas às propriedades e análises das plantas. Eles ocorrem de maneira contínua para a verificação das condições sanitárias dos pomares. De janeiro a julho deste ano, o Instituto visitou 375 propriedades rurais de citros, em Minas Gerais. 

 

 “Minas Gerais tem 38 mil hectares de plantação de citros e é através dessas atividades que podemos acompanhar a atual situação de nossas lavouras. Identificando os focos podemos erradicá-los e evitar a disseminação”, afirma o diretor-geral do IMA, Altino Rodrigues Neto.

 

Para conter o avanço do Greening, os produtores devem adotar medidas de prevenção. A principal orientação é cultivar mudas sadias, compradas de viveiros registrados. O citricultor deve estar atento também à aplicação de inseticidas para reduzir a população do psilideos. A inspeção dos pomares deve ser constante.

 

A Instrução Normativa nº 53 de 16 de julho de 2008 do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) prevê que o produtor faça a inspeção de seu pomar com intervalo de no máximo 90, com o objetivo de identificar e eliminar as plantas com sintomas de Greening, ficando ainda, obrigado a apresentar dois relatórios anuais ao IMA.

 

O relatório referente ao primeiro semestre deve sempre ser entregue no IMA até 15 de julho; o segundo, até 15 de janeiro do ano seguinte. A apresentação do relatório faz parte das ações de controle da doença que hoje afeta plantações em 286 municípios em todo o país.

 

Ocorrências

 

O primeiro foco do Greening ocorreu em 2004, em São Paulo, onde a doença ainda causa problemas. Em 2005, foi diagnosticado no Sudoeste mineiro, no município de Monte Santo de Minas, quando todas as plantas contaminadas foram erradicadas. Um novo foco surgiu em 2006, desta vez em Carmo do Rio Claro, no Sul de Minas, onde as plantas foram eliminadas e o IMA está realizando o levantamento fitossanitário.

 

Recentemente, foi encontrado um foco de Greening em Minas Gerais, no município de Guaxupé, também na região Sul do Estado, onde o produtor já iniciou a eliminação de todas as plantas com sintomas da praga.

 

Nos casos de suspeita de ocorrência do Greening o produtor deve procurar um dos escritórios do IMA, a fim de receber instruções adequadas para o combate do Greening.