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Chegou a época do plantio da safra 2025/2026, quando muitos agricultores já estão com a área preparada ou começando a semeadura. Profissionais da Emater-MG alertam os produtores  que, neste ano, é necessário fazer um planejamento bem feito para obter uma safra produtiva e rentável, uma vez que os preços dos produtos agrícolas estão em patamares mais baixos e os juros altos.

O coordenador estadual de Culturas da Emater-MG, Sérgio Brás Regina, ressalta que hoje é fundamental a assistência técnica. “Sem assistência técnica, o agricultor tem uma produtividade menor e fica à mercê de vendedores, que estimulam a aquisição de produtos desnecessários. Com assistência técnica, o produtor parte para uma análise e correção do solo, usa sementes e insumos adequados e convive melhor com as questões climáticas, correndo menos riscos”, alerta Sérgio.

Em 2025, a queda nos preços globais das commodities agrícolas deve chegar a 12%, segundo o Banco Mundial. A instituição financeira prevê uma continuidade desse movimento em 2026, com uma redução das cotações em torno de 5%. “Hoje, as cotações das commodities de uma maneira geral exigem do produtor mais eficiência. Ele tem que ter boa produtividade para ter algum lucro. Se ele iniciar o cultivo sem uma eficiência agronômica, está correndo um sério risco de ter prejuízo”, diz o coordenador.

Mudanças climáticas

Outro desafio atual são as mudanças climáticas. “Há muitas tecnologias hoje que o produtor pode usar para conviver melhor com essas questões do clima. Uma delas é a adoção de plantas de cobertura para aumentar a matéria orgânica do solo, conservando mais a umidade, além de abaixar a temperatura do terreno. O plantio direto também é muito recomendado do ponto de vista de sustentabilidade, ajudando na conservação do solo e da água”, orienta.

Segundo o coordenador da Emater-MG, a compactação dos solos é hoje o grande inimigo da agricultura. “Solos compactados trazem raízes pouco desenvolvidas, que sentem muito mais o efeito da falta de chuvas. Em todo cultivo, o produtor tem que se preocupar com o solo, que não é só uma base para a sustentação física da planta. A sustentabilidade do planeta depende de termos solos vivos, ricos em microorganismos e matéria orgânica. Além da baixa produção, quando há perda de solo, temos problemas com os recursos hídricos, pois o solo vai assorear córregos e rios”, alerta.

Sérgio recomenda que o produtor faça  análises tanto químicas como físicas do solo e, em alguns casos, até a análise biológica. “A análise química identifica o nível de nutrientes, o que o solo está precisando e as quantidades. Já a física mostra os níveis de argila, areia, compactação e outros. Com a análise biológica, você vê os componentes da fauna e da flora. O que tem naquele solo que é positivo e negativo para as plantas. É uma análise cara, mas vem sendo uma rotina nos cultivos mais tecnificados. A tomada de decisão fica muito mais fácil quando você tem essas três análises”, esclarece.

Gestão

Para garantir o sucesso da atividade, a boa gestão do negócio também não pode ser esquecida. “Quem não mede, não gerencia. Então o produtor tem que anotar tudo que fez e quanto gastou, porque ele não vai saber quanto custou o seu produto. Além disso, é preciso medir a produtividade por talhão e a qualidade do produto que, no caso do café, é fundamental, pois é um cultivo que é remunerado pela qualidade do grão”, lembra.

Na opinião do especialista, com o juro alto no país, o produtor tem de pensar bastante no que vai investir e ficar de olho no mercado. Saber qual tipo de grão o mercado precisa, o valor dos fretes e como armazenar o produto. “São muitos aspectos a serem avaliados para que o cultivo da nova safra seja bem-sucedido, e a assistência técnica é essencial nesse planejamento. No caso dos agricultores familiares mineiros, lembramos que a Emater-MG está presente em 819 municípios e dispõe de profissionais preparados para prestar a assistência técnica”, indica Sérgio Regina. 

Jornalista responsável: Flávia Freitas

Fotos: Divulgação Emater-MG