Atemóia do Jaíba seduz a Europa com seu sabor
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A atemóia, uma fruta exótica de finíssimo sabor, produzida com sucesso no Norte de Minas, poderá reforçar a balança comercial do Estado. Importadores europeus, sobretudo da Holanda e de Portugal, estão interessados em adquirir o produto, que se destaca atualmente entre os cultivos nas áreas irrigadas do Projeto Jaíba, coordenado pela Secretaria de Agricultura, Pecuária e Abastecimento de Minas Gerais.
Segundo o gerente-adjunto do projeto, Alexandre Hideki Kawakami, a atemóia é bom negócio para os grandes produtores, porque o rendimento dos plantios é alto, a fruta tem boa cotação e grande procura em todo o país. Ele acrescenta que a produção é indicada também para os produtores familiares, que dispõem do grande volume de mão-de-obra exigido pela atividade.
Levantamento da Emater-MG mostra que, na área do Projeto Jaíba destinada à agricultura familiar, atualmente são cultivados 37 hectares de atemóia. Os agricultores empresariais ocupam quase 100 hectares. A boa adaptação da fruta ao Norte de Minas pode ser atribuída, principalmente, às condições climáticas e à irrigação.
Mercado interno é forte
Cerca de mil hectares são ocupados, no Brasil, com a atemóia. A planta é resultado do cruzamento da pinha ou fruta-do-conde com a cherimólia – originária de países andinos como o Peru. De formato semelhante ao da pinha, a atemóia é um pouco maior. De acordo com o gerente da Unidade Projeto Jaíba da Emater-MG, André Mendes Caxito, Minas Gerais, Paraná e Bahia respondem, cada um, por aproximadamente 18% da produção nacional da fruta, que é superior a 1 milhão de caixas de 3 quilos por ano. Em primeiro lugar na produção está São Paulo, com 43,8% do volume colocado no mercado.
O presidente da Associação Central dos Fruticultores do Norte de Minas (Abanorte), Dirceu Colares Araújo, diz que os estudos para a exportação da atemóia estão avançados. “No entanto, caso fosse possível exportar atualmente, os produtores não poderiam aproveitar a oportunidade, pois o mercado interno está comprando toda a produção de atemóia”, explica o empresário. “Além disso, o preço no Brasil atualmente é remunerador, alcançando a média de R$ 9,00 a caixa de três quilos ao produtor”.
Aumentar a produção e, ao mesmo tempo, garantir a alta qualidade da fruta são duas providências fundamentais para manter satisfeito o mercado interno e ainda atender aos contratos de exportação que serão feitos futuramente. Segundo Dirceu Colares, é indispensável também que a logística de transporte de frutas no Brasil seja aperfeiçoada. “Os portos de Santos e Salvador ainda não têm boas condições para trabalhar com frutas, e a utilização dos portos especializados do Nordeste aumenta muito os custos”, assinala o empresário.
O presidente da Abanorte informa que a entidade está procurando mostrar ao governo federal a necessidade de ajustar a infra-estrutura portuária para atender principalmente ao embarque de frutas nobres da região. “A alta cotação de nossas frutas no exterior justifica o investimento”, diz o dirigente. “Pretendemos fazer embarques conjuntos da atemóia com a banana prata, o produto mais forte da agricultura irrigada do Jaíba”.
Consumo in natura
Dirceu Colares informa que a atemóia é mais indicada para o consumo in natura ou para ser processada na agroindústria caseira, sobretudo produção de sorvete. “As grandes indústrias não são muito receptivas à fruta porque preferem trabalhar com produtos mais baratos”, explica.
O produtor Mário Borborema, que desde o ano 2000 cultiva atemóia na área irrigada do Jaíba, prevê aumento de receita quando tiver condições de colocar parte da produção na indústria. Os 12 hectares destinados pelo produtor ao cultivo da fruta garantiram, em 2007, produção de 300 mil quilos e receita da ordem de R$ 800 mil. Além de Borborema, outros 12 agricultores empresariais no Projeto Jaíba cultivam atemóia, cada um com área média de 7 hectares. Essas áreas se expandirão quando houver a demanda da indústria e a possibilidade de exportar a fruta”, assinala o produtor.
Mário Borborema está apostando também na conquista do mercado internacional para suas frutas. Ele participou de delegações da Abanorte à Argentina, Portugal e Espanha, a fim de fazer prospecções de mercado. Acredita que as rodadas com as organizações de compradores desses países darão bons resultados, assim como os contatos feitos pela Abanorte na Alemanha, em fevereiro deste ano.
Receita compensa dedicação
Segundo Mário Borborema o cultivo da atemóia, que vai de maio a agosto, dá muito trabalho e não permite improvisação. “A polinização manual deve ser feita para completar a ação das abelhas. O trabalho de flor em flor é indispensável para definir a qualidade da fruta. Sem a polinização manual, a atemóia fica deformada”, explica. Outra medida indispensável para garantir a qualidade é o ensacamento de cada fruta, ainda no pé, com um material sintético. Uma plantação como a de Borborema emprega cerca de 48 pessoas na safra, ou quatro trabalhadores por hectare. Nos demais períodos, a ocupação média é de uma pessoa por hectare.
“A receita que se obtém com a venda da atemóia compensa a dedicação exigida no cultivo”, acrescenta Borborema. “O trabalho dará mais retorno se o produtor seguir a orientação dos técnicos para programar o período da colheita, que também é feita manualmente. A safra será sempre seis meses depois da poda.” Desta forma, segundo o produtor, é possível ajustar a produção à colheita, que deve coincidir com uma época favorável à comercialização da fruta.
A Secretaria da Agricultura de Minas trabalha com o apoio de suas vinculadas Epamig, IMA e Emater-MG para fortalecer o desenvolvimento da atemóia nas áreas irrigadas do Projeto Jaíba. As ações são desenvolvidas em parceria com a Embrapa e destinam-se à produção sustentável de frutas de alta qualidade. Na parte de pesquisas destaca-se a parceria com a Universidade Estadual de Montes Claros (Unimontes), Universidade Federal de Viçosa (UFV) e Universidade Federal de Lavras (Ufla).
Segundo o gerente-adjunto do projeto, Alexandre Hideki Kawakami, a atemóia é bom negócio para os grandes produtores, porque o rendimento dos plantios é alto, a fruta tem boa cotação e grande procura em todo o país. Ele acrescenta que a produção é indicada também para os produtores familiares, que dispõem do grande volume de mão-de-obra exigido pela atividade.
Levantamento da Emater-MG mostra que, na área do Projeto Jaíba destinada à agricultura familiar, atualmente são cultivados 37 hectares de atemóia. Os agricultores empresariais ocupam quase 100 hectares. A boa adaptação da fruta ao Norte de Minas pode ser atribuída, principalmente, às condições climáticas e à irrigação.
Mercado interno é forte
Cerca de mil hectares são ocupados, no Brasil, com a atemóia. A planta é resultado do cruzamento da pinha ou fruta-do-conde com a cherimólia – originária de países andinos como o Peru. De formato semelhante ao da pinha, a atemóia é um pouco maior. De acordo com o gerente da Unidade Projeto Jaíba da Emater-MG, André Mendes Caxito, Minas Gerais, Paraná e Bahia respondem, cada um, por aproximadamente 18% da produção nacional da fruta, que é superior a 1 milhão de caixas de 3 quilos por ano. Em primeiro lugar na produção está São Paulo, com 43,8% do volume colocado no mercado.
O presidente da Associação Central dos Fruticultores do Norte de Minas (Abanorte), Dirceu Colares Araújo, diz que os estudos para a exportação da atemóia estão avançados. “No entanto, caso fosse possível exportar atualmente, os produtores não poderiam aproveitar a oportunidade, pois o mercado interno está comprando toda a produção de atemóia”, explica o empresário. “Além disso, o preço no Brasil atualmente é remunerador, alcançando a média de R$ 9,00 a caixa de três quilos ao produtor”.
Aumentar a produção e, ao mesmo tempo, garantir a alta qualidade da fruta são duas providências fundamentais para manter satisfeito o mercado interno e ainda atender aos contratos de exportação que serão feitos futuramente. Segundo Dirceu Colares, é indispensável também que a logística de transporte de frutas no Brasil seja aperfeiçoada. “Os portos de Santos e Salvador ainda não têm boas condições para trabalhar com frutas, e a utilização dos portos especializados do Nordeste aumenta muito os custos”, assinala o empresário.
O presidente da Abanorte informa que a entidade está procurando mostrar ao governo federal a necessidade de ajustar a infra-estrutura portuária para atender principalmente ao embarque de frutas nobres da região. “A alta cotação de nossas frutas no exterior justifica o investimento”, diz o dirigente. “Pretendemos fazer embarques conjuntos da atemóia com a banana prata, o produto mais forte da agricultura irrigada do Jaíba”.
Consumo in natura
Dirceu Colares informa que a atemóia é mais indicada para o consumo in natura ou para ser processada na agroindústria caseira, sobretudo produção de sorvete. “As grandes indústrias não são muito receptivas à fruta porque preferem trabalhar com produtos mais baratos”, explica.
O produtor Mário Borborema, que desde o ano 2000 cultiva atemóia na área irrigada do Jaíba, prevê aumento de receita quando tiver condições de colocar parte da produção na indústria. Os 12 hectares destinados pelo produtor ao cultivo da fruta garantiram, em 2007, produção de 300 mil quilos e receita da ordem de R$ 800 mil. Além de Borborema, outros 12 agricultores empresariais no Projeto Jaíba cultivam atemóia, cada um com área média de 7 hectares. Essas áreas se expandirão quando houver a demanda da indústria e a possibilidade de exportar a fruta”, assinala o produtor.
Mário Borborema está apostando também na conquista do mercado internacional para suas frutas. Ele participou de delegações da Abanorte à Argentina, Portugal e Espanha, a fim de fazer prospecções de mercado. Acredita que as rodadas com as organizações de compradores desses países darão bons resultados, assim como os contatos feitos pela Abanorte na Alemanha, em fevereiro deste ano.
Receita compensa dedicação
Segundo Mário Borborema o cultivo da atemóia, que vai de maio a agosto, dá muito trabalho e não permite improvisação. “A polinização manual deve ser feita para completar a ação das abelhas. O trabalho de flor em flor é indispensável para definir a qualidade da fruta. Sem a polinização manual, a atemóia fica deformada”, explica. Outra medida indispensável para garantir a qualidade é o ensacamento de cada fruta, ainda no pé, com um material sintético. Uma plantação como a de Borborema emprega cerca de 48 pessoas na safra, ou quatro trabalhadores por hectare. Nos demais períodos, a ocupação média é de uma pessoa por hectare.
“A receita que se obtém com a venda da atemóia compensa a dedicação exigida no cultivo”, acrescenta Borborema. “O trabalho dará mais retorno se o produtor seguir a orientação dos técnicos para programar o período da colheita, que também é feita manualmente. A safra será sempre seis meses depois da poda.” Desta forma, segundo o produtor, é possível ajustar a produção à colheita, que deve coincidir com uma época favorável à comercialização da fruta.
A Secretaria da Agricultura de Minas trabalha com o apoio de suas vinculadas Epamig, IMA e Emater-MG para fortalecer o desenvolvimento da atemóia nas áreas irrigadas do Projeto Jaíba. As ações são desenvolvidas em parceria com a Embrapa e destinam-se à produção sustentável de frutas de alta qualidade. Na parte de pesquisas destaca-se a parceria com a Universidade Estadual de Montes Claros (Unimontes), Universidade Federal de Viçosa (UFV) e Universidade Federal de Lavras (Ufla).
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