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Secretária Ana Valentini destaca ações sustentáveis na produção de água e alimentos

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A contribuição da irrigação para atender o crescimento da demanda mundial por alimentos também foi abordada em evento virtual no Dia Mundial da Água
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Nessa segunda-feira (22/3), data em que se celebrou o Dia Mundial da Água, a secretária de Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Ana Valentini, abriu a programação do Seminário “Águas do Cerrado: sustentabilidade para o mundo”. O evento on-line é uma realização do Sebrae Minas, Regional Noroeste e Alto Paranaíba, em parceira com o Consórcio Cerrado das Águas (CCA) e a Associação dos Produtores Rurais e Irrigantes do Noroeste de Minas Gerais (Irriganor).

A proposta do seminário é abordar as iniciativas de gestão e conservação dos recursos hídricos, além de discutir alternativas para a preservação ambiental e a revitalização de mananciais das regiões Noroeste e Alto Paranaíba. Segundo o diretor de Operações do Sebrae Minas, Marden Márcio Magalhães, a melhor forma de celebrar a data é abrir oportunidade para as discussões e apresentar as boas práticas.

“Estamos presenciando uma grande evolução no mercado consumidor, nos investidores que estão destinando recursos específicos para projetos de sustentabilidade e também no produtor rural, que está preocupado em conduzir suas atividades com foco na preservação. A região do Cerrado se posiciona como protagonista nas discussões sobre o uso dos recursos hídricos e do crescimento sustentável,” afirma.

Em sua apresentação, a secretária Ana Valentini destacou os desafios do setor agropecuário para atender a demanda por alimentos da população mundial, que deve atingir 9,1 bilhões de pessoas em 2050. “Segundo estimativas da Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO), será necessário aumentar a produção mundial em mais de 70% para alimentar todas essas pessoas. E para cumprir essa meta, o Brasil precisa aumentar sua produção em 40%, seguindo sua vocação natural como produtor de alimentos”, afirma.

A disponibilidade de terras, tanto para a agricultura quanto para a pecuária; o desenvolvimento de tecnologia de ponta em agricultura tropical; infraestrutura e logística, a disponibilidade de crédito rural e a irrigação são alguns dos fatores que se somam para que o país aumente sua produção de alimentos.

“A irrigação exerce um papel fundamental nesse contexto. Nunca vamos produzir alimentos sem água, nem sobreviver sem alimentos. O uso racional dos recursos hídricos, por meio de sistemas de irrigação, viabiliza o crescimento da oferta de alimentos, uma vez que ele potencializa o uso da área, com ganho expressivo de produtividade das culturas, que podem alcançar até três safras por ano numa mesma área”, explica a secretária de Agricultura.

Práticas sustentáveis

A secretária Ana Valentini também destacou algumas práticas sustentáveis que podem garantir ao setor agropecuário o status de produtor de água, como as ações que garantem a infiltração da água no solo e o abastecimento dos lençóis (freático e artesiano); a construção de bacias de captação para a retenção das águas das chuvas em locais de meia encosta, o uso de tecnologias para a preservação ou aumento da capacidade de infiltração da água nos solos e a proteção dos corpos d’água contra o escoamento superficial, assoreamento da calha, eutrofização e contaminação das águas.

Agricultura irrigada

A agricultura irrigada corresponde a 66,2% do total de outorgas e consome 45,6% da vazão outorgável. “É importante fazer esse discernimento porque esse percentual não é sobre a vazão total. Em Minas Gerais, o volume outorgável é de 50% da Q7, 10, que é a vazão mínima de 7 dias de duração e 10 anos de recorrência, o que é uma quantidade pequena. Além disso, a irrigação disponibiliza a água para a planta no momento certo. E no período de 5 dias, 99% da água, em média, retornam à atmosfera na forma de vapor (evapotranspiração) e mais limpa”, pondera a secretária.

Segundo Ana Valentini, o Brasil possui potencial para aumentar em 8 vezes sua área irrigada com sustentabilidade, chegando a 60 milhões de hectares, com respeito ao meio ambiente e impulsionando o desenvolvimento socioeconômico. “Para isso é necessário adotar o gerenciamento responsável, levando-se em consideração as desigualdades hídricas regionais; a visão macro e sistêmica da bacia hidrográfica e considerar as estratégias para conservação de água e solo”, explica. Também são fundamentais a garantia dos usos múltiplos das águas de forma racional, minimizando os conflitos; a utilização de ferramentas modernas de monitoramento e a desburocratização do sistema de outorgas.

No primeiro dia do seminário, além da apresentação da secretária Ana Valentini, o evento contou com mini palestras, que abordaram os temas “Irrigação sob a ótica dos grãos”, apresentada pelo pesquisador da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) Camilo de Lelis Teixeira de Andrade e as “Boas práticas no uso da água na agricultura”, proferida pelo professor da Universidade de Uberaba (Uniube) André Fernandes.

O seminário continua nesta terça-feira (23/3), das 19h às 20h, com as mesas redondas sobre as boas práticas no Cerrado e Noroeste Mineiro para preservação dos recursos hídricos e o trabalho de telemetria do ribeirão do Entre Ribeiros, sub-bacia do rio Paracatu. A inscrição prévia para a participação no evento pode ser feita neste link.

Márcia França - Ascom/Seapa

Foto: Divulgação/Seapa

 

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