Região do Campo das Vertentes é reconhecida como produtora de Queijo Minas Artesanal
(Em 11/11)
O Instituto Mineiro de Agropecuária (IMA) reconheceu a microrregião do Campo das Vertentes como produtora no Programa Queijo Minas Artesanal, através da publicação da Portaria nº 1.022 em 03 de novembro.
Com a inclusão da região do Campo das Vertentes, o número de municípios pertencentes ao Programa subiu para 62. A região é composta pelos municípios de Barroso, Conceição da Barra de Minas, Coronel Xavier Chaves, Carrancas, Lagoa Dourada, Madre de Deus de Minas, Nazareno, Prados, Piedade do Rio Grande, Resende Costa, Ritápolis, Santa Cruz de Minas, São João DelRei, São Tiago e Tiradentes.
Estudos históricos, agrogeológicos e de condições de solo e clima identificam as regiões tradicionalmente produtoras do Queijo Minas Artesanal (feito a partir de leite cru, não pasteurizado). Além do Campo das Vertentes as microrregiões Serro, Canastra, Araxá e Cerrado (Alto Paranaíba) também são produtoras do queijo.
O Programa, executado pela Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Estado de Minas Gerais (Emater), em parceria com o IMA, tem como objetivo garantir a segurança alimentar, através do controle sanitário do rebanho e das boas práticas no processo de produção, incentivar e fortalecer a organização dos produtores, cadastrar os produtores e definir a cadeia produtiva.
Para João Carlos Dutra de Ávila Carvalho, presidente da Associação dos Queijeiros Artesanais das Vertentes da Mantiqueira (Aquaver), a inclusão do Campo das Vertentes no Programa vai promover, além de desenvolvimento sócio-econômico, a inclusão social. “Cerca de 200 famílias terão a chance de ser orientadas para se adequar e comercializar livremente seus produtos. O leite da região será valorizado e as orientações do IMA ajudam a promover segurança alimentar e sanidade animal”, afirma o presidente. Carvalho diz ainda que hoje os queijeiros da região veem o IMA como parceira.
Altino Rodrigues Neto, diretor-geral do IMA, afirma que quanto mais adesões o Programa tiver melhor será para os produtores de queijo e consumidores. “Cada vez mais os consumidores estão em busca de produtos com garantia de procedência. Essa postura faz com que os produtores se profissionalizem e tenham seu produto valorizado”, avalia o dirigente.
Atualmente há 116 queijarias cadastradas, sendo 62 localizadas no Serro, 07 em Araxá, 26 no Cerrado e 21 na Canastra. Até outubro deste ano, 21 novas queijarias foram inseridas no Programa sendo a maior adesão na região do Serro, com 15 novas. As demais foram uma no Cerrado, duas na Canastra e três em Araxá.
Para se inscrever no Programa o produtor deve pertencer a determinados municípios de uma das cinco regiões, conforme determina a Lei Estadual 14.185/02. Caso ele atenda a esse requisito, deve procurar a unidade do IMA ou Emater mais próxima para dar início ao processo de cadastramento. Somente produtores cadastrados podem comercializar seus produtos.
A próxima etapa é cumprir uma série de exigências higiênico-sanitárias. A Emater capacita os produtores rurais, orienta sobre as adaptações do espaço físico da queijaria e sobre as boas práticas e higiene.
O IMA, órgão vinculado à Secretaria de Estado de Agricultura, Pecuária e Abastecimento, através da Lei 14.185/02, do Decreto 42.645/02 e da Portaria 818/06, determinou uma série de pré-requisitos a serem cumpridos como a qualidade da água a ser utilizada na produção do queijo, que deve ser potável e clorada, a infra-estrutura da queijaria, que deve ser azulejada e limpa, além de ter proteção contra insetos. Também são checados os currais e salas de ordenha, que devem ser cimentados e ter fonte de água própria para higienização
As condições de saúde do rebanho do qual provém o leite usado na produção também estão definidas na legislação. Para ser cadastrado, o produtor precisa apresentar documentos como nota fiscal de vacinação do rebanho contra raiva, cópia do cartão de controle sanitário, atestado de vacinação contra brucelose, atestado negativo de teste contra brucelose e tuberculose e as condições de saúde dos funcionários que participam da produção do queijo.
Cabe ao IMA, auditar todas as etapas do processo e por fim emitir um laudo técnico que aprove toda a fabricação dos queijos, deixando o produtor apto a ser cadastrado no Queijo Minas Artesanal. O processo de cadastramento leva em média um ano.