Pecuária: confinamento completa 30 anos em MG

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Pecuária: confinamento completa 30 anos em MG

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Na década de 70, a história era sempre a mesma com o fim do período das chuvas: a população era obrigada a comprar carne congelada, estocada pelos frigoríficos que não encontravam animais disponíveis para abate por causa da falta de pasto nas fazendas. A estocagem era apoiada pelo governo federal, que investia em câmaras frias, mas nem sempre suficiente para atender à demanda. Por isso, o consumidor era obrigado a pagar mais pelo produto.

De olho no mercado diferenciado, alguns produtores de Minas Gerais começaram a investir no confinamento. Com o pasto seco, a saída encontrada foi instalar os animais em currais a céu aberto e alimentá-los com ração e volumoso (silagem de milho ou cana-de-açúcar picada). Em 1977, os técnicos da Emater-MG-  Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural, vinculada à Secretaria de Estado de Agricultura, Pecuária e Abastecimento de Minas Gerais, começaram a difundir a técnica pelo Estado.

“Percebemos que a prática do confinamento poderia ser a grande saída para acabar com o problema da entressafra, ao oferecer para os frigoríficos animais prontos para abate nos períodos mais secos do ano”, conta o coordenador de bovinocultura de corte da Emater-MG, José Alberto de Ávila Pires. A primeira reunião organizada pela Emater-MG foi no município de São José do Goiabal e reuniu extensionistas, produtores pioneiros no confinamento e pecuaristas interessados em conhecer a novidade. “Há trinta anos, eram 50 produtores que confinavam 12 mil cabeças de gado”, lembra José Alberto.

Vinte anos depois, Minas Gerais já confinava cerca de 155 mil animais por ano, média que permanece até hoje.  “Como éramos os pioneiros, começamos a receber visitas de várias partes do País. As pessoas queriam saber como funcionava o confinamento”, acrescenta o técnico da Emater-MG. Atualmente, São Paulo lidera o número de animais confinados, com quase 600 mil cabeças por ano. Seguem na lista os Estados de Goiás, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul e Minas Gerais.

Técnica

Os bovinos são confinados logo que acaba o período das chuvas e começa a falta pasto. Uma das principais vantagens é o tempo de engorda. Enquanto animais criados exclusivamente a pasto levam de três a quatro anos para atingir o peso ideal de abate – 16 arrobas –, os animais que passam pelo confinamento levam, em média, dois anos.  

Como não há mais diferença do preço da carne durante a entressafra, o técnico alerta que o pecuarista tem que ser eficiente para conseguir lucro com o confinamento. “Economicamente, o confinamento é mais indicado para regiões onde há boa oferta de grãos – principalmente milho e soja – que são a base da alimentação dos animais confinados”, explica José Alberto. No Triângulo Mineiro estão 65% dos animais confinados no Estado.  Apesar do custo de produção um pouco mais alto, outra vantagem econômica do confinamento é o capital de giro, que é muito mais rápido, pois o “pecuarista vai conseguir produzir as 16 arrobas na metade do tempo quando comparado à  criação tradicional”.  

O período do confinamento começa, geralmente, no mês de abril e vai até o final do ano. Os animais ficam nos currais de dois a quatro meses e começam a ser enviados para os frigoríficos em julho. O ganho de peso do boi confinado chega a ser de 1,5 kg por dia.


Confinar é uma opção também para quem dispõe de pouco espaço na propriedade. Nos confinamentos, a proporção é de um animal para cada três hectares, e no pasto a média é de um animal para cada hectare. “O pecuarista também consegue liberar a área para outras atividades, podendo alternar a pastagem com atividades agrícolas”, finaliza José Alberto.


Assessoria de Comunicação – Secretaria de Estado de Agricultura, Pecuária e Abastecimento de Minas Gerais

Jornalista responsável: Marcelo Varella

Tel.: (31) 3281-4996


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