Exportação de carne para a UE é um desafio, afirma secretário de MG
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A visita de uma missão da União Européia às fazendas brasileiras, a partir do final deste mês, para verificar a rastreabilidade do rebanho bovino, vai ser um desafio para o Brasil. A afirmação é do secretário de Estado de Agricultura, Pecuária e Abastecimento de Minas Gerais, Gilman Viana Rodrigues. “Na última visita dos europeus ao país, no final de 2007, foram dados argumentos para que colocassem obstáculos à exportação da carne brasileira. Agora é preciso provar que o Brasil têm condições de vender para a União Européia, seguindo todas as exigências do bloco”.
Em novembro do ano passado, uma missão européia esteve no Brasil e encontrou inconformidades do Sistema Brasileiro de Rastreabilidade da Cadeia Produtiva de Bovinos e Bubalinos (Sisbov) em algumas fazendas e confinamentos brasileiros. O resultado da visita foi o estopim para que o bloco europeu suspendesse a compra da carne brasileira.
De acordo com o secretário, que também preside o Conselho Nacional de Secretários de Estado de Agricultura (Conseagri), o Brasil tem que cumprir o acordo que fez com os europeus, há oito anos, quando aceitou as regras de rastreabilidade do rebanho, mesmo que elas sejam consideradas exageradas para os padrões brasileiros. “Mercado se conquista com confiança. Neste primeiro momento, é preciso atender às exigências de rastreabilidade que estão em jogo, para, só depois, tentar alterar as normas estabelecidas”, alerta. Ele acrescenta que é possível seguir todas as condições do acordo. “Não foi errado aceitar as regras, pois elas abriram caminho para a expansão das vendas para a UE. O acordo não é impossível de ser cumprido”.
Gilman Viana lembra que o governo federal deve ter maior controle das certificadoras cadastradas pelo Ministério da Agricultura e que ficaram responsáveis por avalizar as fazendas que estão em condições de exportar para o bloco. “O acordo comercial tem regras e as fragilidades detectadas nos trabalhos das certificadoras ajudaram os produtores da Europa a pedir a suspensão das importações da carne brasileira”. Nos últimos anos, os produtores da Irlanda vinham pedindo o fim das vendas de carne bovina do Brasil para a Europa porque estavam perdendo competitividade.
Para o secretário de Minas, a suspensão foi uma questão comercial e não de sanidade. “A carne brasileira é um produto saudável. O que está sendo questionado é o controle do trânsito dos animais e não a qualidade do produto”. Gilman Viana lembra que o Brasil é o maior exportador de carne bovina do mundo e vende para cerca de 180 países.
“O horizonte não é negro. Existe uma penumbra. Agora, deve-se percorrer uma nova estrada com dados sustentáveis”, afirma. Para o secretário de Minas Gerais, as exportações só voltarão ao normal depois que a UE perceber in loco que existe uma grande quantidade de fazendas aptas a exportar. “O que não se pode é aceitar que os governos federal e estaduais determinem quais fazendas podem exportar se todas apresentarem as mesmas condições. Se a União Européia quiser limitar um número de propriedades, ela que se encarregue de fazer os cortes. Mas tenho uma percepção otimista em relação às auditorias”. Por outro lado, segundo o secretário, “não deve haver esperança para que as propriedades que não estejam em conformidade com as regras de rastreabilidade voltem a exportar”.
Reflexos
Para o secretário de Minas Gerais, ainda não é possível mensurar todos os prejuízos com a suspensão da venda de carne para a União Européia. “O primeiro impacto é na alma. É muito ruim para o país, especialmente para os pecuaristas, ser apontado como não cumpridor de acordos comerciais”. Outro reflexo que já começa a ser percebido é a queda do preço da carne no mercado interno provocada pelo aumento da oferta. “Mas existe o outro lado da moeda: muitos frigoríficos, que não vendiam para o exterior, estão se aproveitando da situação para reduzir o preço do boi pago ao produtor. É o lado pernicioso do comércio. Existe a alegria do consumidor e, ao mesmo tempo, a queda da remuneração para o pecuarista”.
As alterações do preço da carne também já estão sendo sentidas na Europa. “Lá, o produto já está mais caro. Temos notícias de que países como Suécia e Itália já reclamam da suspensão da compra da carne brasileira, pois estão sentindo o desabastecimento
Em novembro do ano passado, uma missão européia esteve no Brasil e encontrou inconformidades do Sistema Brasileiro de Rastreabilidade da Cadeia Produtiva de Bovinos e Bubalinos (Sisbov) em algumas fazendas e confinamentos brasileiros. O resultado da visita foi o estopim para que o bloco europeu suspendesse a compra da carne brasileira.
De acordo com o secretário, que também preside o Conselho Nacional de Secretários de Estado de Agricultura (Conseagri), o Brasil tem que cumprir o acordo que fez com os europeus, há oito anos, quando aceitou as regras de rastreabilidade do rebanho, mesmo que elas sejam consideradas exageradas para os padrões brasileiros. “Mercado se conquista com confiança. Neste primeiro momento, é preciso atender às exigências de rastreabilidade que estão em jogo, para, só depois, tentar alterar as normas estabelecidas”, alerta. Ele acrescenta que é possível seguir todas as condições do acordo. “Não foi errado aceitar as regras, pois elas abriram caminho para a expansão das vendas para a UE. O acordo não é impossível de ser cumprido”.
Gilman Viana lembra que o governo federal deve ter maior controle das certificadoras cadastradas pelo Ministério da Agricultura e que ficaram responsáveis por avalizar as fazendas que estão em condições de exportar para o bloco. “O acordo comercial tem regras e as fragilidades detectadas nos trabalhos das certificadoras ajudaram os produtores da Europa a pedir a suspensão das importações da carne brasileira”. Nos últimos anos, os produtores da Irlanda vinham pedindo o fim das vendas de carne bovina do Brasil para a Europa porque estavam perdendo competitividade.
Para o secretário de Minas, a suspensão foi uma questão comercial e não de sanidade. “A carne brasileira é um produto saudável. O que está sendo questionado é o controle do trânsito dos animais e não a qualidade do produto”. Gilman Viana lembra que o Brasil é o maior exportador de carne bovina do mundo e vende para cerca de 180 países.
“O horizonte não é negro. Existe uma penumbra. Agora, deve-se percorrer uma nova estrada com dados sustentáveis”, afirma. Para o secretário de Minas Gerais, as exportações só voltarão ao normal depois que a UE perceber in loco que existe uma grande quantidade de fazendas aptas a exportar. “O que não se pode é aceitar que os governos federal e estaduais determinem quais fazendas podem exportar se todas apresentarem as mesmas condições. Se a União Européia quiser limitar um número de propriedades, ela que se encarregue de fazer os cortes. Mas tenho uma percepção otimista em relação às auditorias”. Por outro lado, segundo o secretário, “não deve haver esperança para que as propriedades que não estejam em conformidade com as regras de rastreabilidade voltem a exportar”.
Reflexos
Para o secretário de Minas Gerais, ainda não é possível mensurar todos os prejuízos com a suspensão da venda de carne para a União Européia. “O primeiro impacto é na alma. É muito ruim para o país, especialmente para os pecuaristas, ser apontado como não cumpridor de acordos comerciais”. Outro reflexo que já começa a ser percebido é a queda do preço da carne no mercado interno provocada pelo aumento da oferta. “Mas existe o outro lado da moeda: muitos frigoríficos, que não vendiam para o exterior, estão se aproveitando da situação para reduzir o preço do boi pago ao produtor. É o lado pernicioso do comércio. Existe a alegria do consumidor e, ao mesmo tempo, a queda da remuneração para o pecuarista”.
As alterações do preço da carne também já estão sendo sentidas na Europa. “Lá, o produto já está mais caro. Temos notícias de que países como Suécia e Itália já reclamam da suspensão da compra da carne brasileira, pois estão sentindo o desabastecimento
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