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Emater-MG conclui Plano de Desenvolvimento Sustentável para reassentados de Irapé

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O presidente da Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Estado de Minas Gerais (Emater-MG), José Silva, participou, nesta quinta-feira (8 de junho), da inauguração da Usina Hidrelétrica Presidente Juscelino Kubitschek (Irapé). A Emater-MG, vinculada à Secretaria Estado de Agricultura, Pecuária e Abastecimento, é responsável pela assistência técnica e extensão rural no Programa de Reassentamento das Famílias Atingidas.


Construída no rio Jequitinhonha, entre os municípios de Berilo e Grão Mogol, a usina hidrelétrica de Irapé é uma obra estratégica para o Governo de Minas Gerais pela sua importância social e econômica para o Estado, em especial para as regiões do Vale do Jequitinhonha e Norte. A barragem inundou parte de oito municípios (Berilo, Botumirim, Turmalina, José Gonçalves de Minas, Leme do Prado, Botumirim, Cristália e Grão Mogol) e tem previsão de gerar 360 MW de energia, suficientes para abastecer uma cidade com aproximadamente um milhão de habitantes.


ASSISTÊNCIA ÀS FAMÍLIAS

A Emater-MG presta assistência técnica às 637 famílias que viviam na área inundada (134 km²). Cada família recebeu um módulo fiscal que varia de 40 a 50 hectares. Para a execução do trabalho, foram contratadas pela Emater-MG oito equipes técnicas com sedes em Turmalina, Capelinha, Grão Mogol, Cristália, Janaúba e Bocaiúva, cada uma delas composta de um agrônomo e uma extensionista de Bem-estar Social, num total de 16 profissionais. "As equipes estão em constante processo de capacitação para prestar sempre o melhor atendimento às famílias dos reassentados", afirmou o presidente da Emater-MG, José Silva.  


Anteriormente, foi elaborado o Levantamento Sócio-econômico e Cultural das famílias atingidas em suas comunidades de origem e agora, os PDRs. "São trabalhos desenvolvidos pela Empresa com o intuito de reduzir o impacto da mudança, com o objetivo de proporcionar ao assentado uma situação igual ou melhor que a anterior", informa o gestor do Projeto pela Emater-MG, João Carlos Guimarães.


Os reassentamentos, que iniciaram no mês de julho do ano passado, foram realizados nos municípios de Capelinha, Leme do Prado, José Gonçalves de Minas, Berilo, Água Boa, Angelândia, Turmalina, Itamarandiba, Diamantina, Cristália, Botumirim, Grão Mogol, Montes Claros, Janaúba, Francisco Dumont, Francisco Sá e Itacambira. "A primeira safra plantada no destino, principalmente em realção ao milho e ao feijão, assim como em todo o Estado, sofreu perda em função da estiagem prolongada de dezembro de 2005 a fevereiro de 2006, período crítico para o desenvolvimento dessas culturas. Com a ocorrência de chuvas, de final de fevereiro até o momento, eles estão obtendo resultados satisfatórios com feijão da seca, amendoim, mandioca e hotaliças, o que deu novo alento às famílias", diz João Carlos.


PLANO DE AÇÃO

A Emater-MG, cumprindo mais uma etapa no processo de reassentamento dos atingidos pela Usina Hidrelétrica de Irapé (UHE–Irapé), entregou à Cemig os Planos de Desenvolvimento Sustentável de Reassentamento (PDRs) da UHE-Irapé. "São 28 planos, equivalentes às 28 associações organizadas, e contemplam a esperança das 637 famílias reassentadas de se organizarem sócio-ambiental e economicamente no novo destino", afirma o gestor do Programa, o engenheiro agrônomo da Emater-MG João Carlos Guimarães. Esses planos irão nortear as ações que darão sustentabilidade às famílias nas novas áreas.


Os Planos de Desenvolvimento Rural foram elaborados com base no modelo dos Planos de Desenvolvimento de Assentamento de Reforma Agrária (PDA), do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra), levando-se em consideração as particularidades do reassentamento de Irapé. Foram definidos em um processo participativo, com a comunidade, e tiveram como base o diagnóstico da realidade dos atingidos na origem com projeção para a nova área de destino. Para sua elaboração foram realizadas oficinas de trabalho, construindo e identificando o "modus vivendi", o conhecimento da realidade – como o que produziam - e como se projetavam para o futuro.


Constam dos planos o diagnóstico sócio-ambiental e econômico dessas famílias em seu local de origem, além dos estudos de solo, plano de parcelamento das fazendas onde foram assentadas (loteamento) infra-estrutura da propriedade (atividades agropecuárias, habitação, educação, estradas, moradia, serviço sociais básicos), os costumes e a cultura, e o plano de ação que indica os projetos de interesse no novo destino.

"São ações de assistência técnica e extensão rural, elaboradas pela Emater-MG, respeitando a tradição de cultivo de cada grupo e oferecendo condições para o desenvolvimento de novas atividades", diz João Carlos. Segundo o gestor, estes planos são referencial tanto para as comunidades se organizarem no novo destino, quanto para direcionar o trabalho da Emater-MG na região. "Todos estes planos foram apresentados às comunidades e validados pelas mesmas, não significando documentos fechados, que poderão ser alterados sempre que as comunidades acharem necessário, de acordo com a nova realidade", complementa.

Além da Cemig e das 28 associações, a sociedade civil também poderá ter acesso aos planos. Eles estão arquivados na biblioteca da Emater-MG, na Unidade Central, em Belo Horizonte (Avenida Raja Gabáglia 1636, bairro Luxemburgo) e podem servir de consulta para pesquisa.

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