Cama de frango: IMA alerta para uso correto do produto

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Cama de frango: IMA alerta para uso correto do produto

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O Instituto Mineiro de Agropecuária (IMA) alerta os produtores rurais para que utilizem a cama de frango de maneira correta e de acordo com o previsto na legislação. Sua utilização na alimentação de ruminantes (bovinos, bubalinos, caprinos, ovinos) é proibida de acordo com a Instrução Normativa nº 8 de 25/03/2004 do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA). No entanto, como forma de aproveitamento da cama de frango, recomenda-se sua utilização na agricultura como adubo.

A adubação orgânica, que é o uso de resíduos orgânicos de origem animal e vegetal, é utilizada para aumentar a produtividade das culturas, sendo a cama de frango um material rico em nutrientes e de baixo custo, o que a torna bem eficiente e competitivo no mercado.

A cama de aviário ou cama de frango, como é mais conhecida, é o conjunto do material utilizado para forrar o piso dos galpões de granjas, que pode ser de maravalha, palha de arroz, feno de capim, sabugo de milho triturado ou serragem com as fezes, urina, restos de ração e penas que se misturam com esse material.

Na alimentação de ruminantes além da cama de frango também são proibidos o uso de sangue e derivados, farinha de sangue, de carne e ossos, de ossos autoclavados, de resíduos de açougue, de vísceras de aves, de penas, de resíduos de abatedouros de aves e qualquer produto que contenha, em sua composição, proteínas e gorduras de origem animal e ainda, os resíduos da exploração de suínos. Estes produtos também podem ser utilizados de maneira legal como adubo.

Risco

Um dos motivos da proibição é o risco que seu uso traz para a sanidade do rebanho nacional. Dentre as doenças que podem ser veiculadas pela cama de frango, estão o Botulismo e a Encefalopatia Espongiforme Bovina, popularmente conhecida como doença da “Vaca Louca”.  

O Botulismo é uma doença causada pela ingestão da toxina do Clostridium botulinum que pode ser encontrada no meio ambiente, em ossos, fezes e até mesmo no tubo gastrointestinal de animais mortos. O botulismo causa paralisia muscular do animal, levando-o invariavelmente à morte.

Já a “Vaca Louca” pode ser transmitida através de uma proteína chamada prion, presente na farinha de carne e ossos de animais infectados que é incorporada à ração de aves, além de soja, milho e sais minerais. Esse material pode estar presente na cama de frango, visto que restos de ração caem na cama quando as aves se alimentam, e ao ser adicionada na alimentação de bovinos eles são infectados.  

Os primeiros casos da doença da “Vaca Louca” ocorreram na Europa em 1986 tendo sido registrados também em outros continentes. O Brasil é considerado de baixo risco da doença.

Por isso o IMA, na intenção de preservar esse status, inspeciona constantemente produtores rurais visando a não utilização deste produto na alimentação dos ruminantes, diminuindo o risco do surgimento da doença. O descumprimento da legislação gera auto de infração, e a documentação referente à vistoria é enviada ao MAPA, para demais providências.

Além da possibilidade de veicular agentes infecciosos, a possível presença de bactérias, arames, pregos e resíduos de inseticidas e antibióticos, representam um perigo em sua utilização na alimentação de animais.

É importante frisar que o consumo de produtos de origem animal provenientes de bovinos tratados com cama de frango também representa risco para a saúde humana.

O IMA, vinculado à Secretaria de Agricultura, Pecuária e Abastecimento, atenta os produtores para que verifiquem, antes de alimentar seus animais com ração, concentrados e suplementos protéicos, se no rótulo destes produtos não se encontram os dizeres: “USO PROIBIDO NA ALIMENTAÇÃO DE RUMINANTES”. Também é importante guardar os comprovantes e notas fiscais de aquisição de rações, concentrados, suplementos protéicos e também matérias-primas (caso a ração seja preparada na propriedade).




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