Selo de rastreabilidade é um diferencial para produtores de morangos do Sul de Minas
Publicado em:
Quinze produtores de morangos firmaram uma parceria com o Instituto Mineiro de Agropecuária (IMA) para a utilização de um selo de rastreabilidade. Além de maior controle de qualidade e garantia de produto dentro dos padrões permitidos de resíduos, os produtores agregam valor à sua produção e aumentam sua lucratividade. A iniciativa inédita vai proporcionar mais confiabilidade aos morangos produzidos no sul de Minas.
O selo, criado por duas empresas privadas do setor agrícola no município de Pouso Alegre junto com os produtores da região, é afixado nas embalagens de morangos que vão para comercialização e cada produtor tem um código, que é inserido em um espaço destinado para isso. Com o código em mãos, o consumidor acessa o site www.sisfrut.com.br, insere o número e tem acesso a diversas informações sobre o morango que comprou como fotos da propriedade e da plantação, tipos de insumos usados e quando usados, o número do receituário agronômico, dentre outros. Esses dados são abastecidos pelo engenheiro agrônomo responsável de cada propriedade.
Outros benefícios que o selo de rastreabilidade traz são a organização da classe produtora, segurança de consumir morangos produzidos com alta qualidade, respeitando a legislação do uso de agrotóxicos e o meio ambiente, acompanhamento detalhado das entregas e do histórico de compras. Também é possível ter acesso à cópia das análises de resíduos feitos nos morangos, no qual é possível ver o tipo de resíduo presente e se a quantidade está dentro do permitido na legislação.
O produtor Benedito Márcio de Andrade, do município de Cambuí (MG) afirma que com o selo de rastreabilidade sua venda melhorou. “Agora que tenho o selo meu produto é mais bem aceito no mercado. Além disso, aconteciam alguns equivocos na minha produção por falta de informação. Agora estou mais bem informado e está havendo uma maior troca de informações entre os produtores, os desvios não acontecem mais”, finalizou.
Para Altino Rodrigues Neto, diretor-geral do IMA essa iniciativa abre caminho para a profissionalização da produção de hortifrutigranjeiros. “Percebemos hoje um movimento de produtores a favor de melhorar o valor agregado de seus produtos e para isso, o selo de rastreabilidade é um grande aliado”, explica.
Amauri Passos, proprietário de uma das empresas afirma que "a parceria com o IMA acontece num momento em que o mercado do morango está carente de credibilidade, pois o excesso de agrotóxico, fez diminuir a procura pelo fruto. A rastreabilidade visa oferecer a toda a cadeia (produtores, distribuidores, comerciantes e principalmente aos consumidores) a segurança de estarem consumindo um produto monitorado e dentro das normas de controle."
De acordo com os produtores a parceria com o Instituto vai proporcionar maior confiabilidade ao selo. Para o IMA, o objetivo de fazer parte desta iniciativa é usar como modelo para expandir para outros produtos do estado. Os 15 produtores possuem juntos, uma área plantada de 160 hectares e mais de um milhão e 270 mil pés de morangos, o que produz cerca de seis milhões e 400 mil caixas por ano, na região do Sul de Minas. Eles passaram a integrar o Projeto Alimento Seguro (PAS) do Instituto, que monitora resíduos de agrotóxicos em morangos e tomates que agora conta com 60 produtores de morango e 45 de tomate.
Minas Gerais é o maior produtor de morango do país e possui uma área plantada de 1.614 hectares. Em 2008 a produção foi de 79 mil toneladas. Hoje, somente produtores de morango inseridos no PAS é que têm acesso ao selo. A partir do ano que vem, será disponibilizado para produtores que tiverem interesse em aderir.
PAS
A metodologia do PAS visa desenvolver ações para provocar mudança de comportamento dos produtores em relação ao uso seguro de agrotóxicos. Para isso, estão sendo realizadas desde maio, palestras e reuniões com as comunidades e a fiscalização do comércio e do uso do produto foi intensificada.
Análises laboratoriais realizadas pelo Projeto de mostraram que o plantio de tomate e morango em 11 municípios mineiros que detêm a maior produção do estado está sendo feito dentro dos padrões recomendados em relação ao uso do agrotóxico. A primeira coleta, realizada em julho, mostrou que das 54 amostras analisadas, 81,5% estavam em conformidade com o recomendado, 5,5% utilizavam produtos não indicados e 13% estavam fora do padrão quanto ao limite máximo de resíduos.
Nas propriedades que não seguem o padrão recomendado, que totalizam 18,5%, os produtores serão orientados pelo IMA, com o objetivo de adequar o uso de agrotóxicos, de acordo com as normas vigentes. Até dezembro, quando termina o Projeto, haverá novas coletadas para análises laboratoriais, totalizando 160 amostras.
Compartilhe via:
Dúvidas?
Fale Conosco