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Produção de leite em Minas Gerais será recorde

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O rebanho leiteiro de Minas Gerais deverá bater um recorde histórico neste ano. A previsão é de que o Estado atinja uma produção de 7,6 bilhões de litros de leite, um aumento de 3,7% em relação ao ano anterior. Minas é o maior produtor brasileiro de leite, com aproximadamente 30% do total. A projeção de crescimento foi feita pela Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa).

De acordo com o assessor da Secretaria de Agricultura, Pecuária e Abastecimento de Minas Gerais, Rodrigo Venturin, esse crescimento ocorreu pela expectativa de aumento de renda gerada na atividade leiteira, diante de melhores preços nos mercados. “No mercado internacional os preços dos produtos lácteos, nos primeiros sete meses do ano, cresceram 76% em relação ao mesmo período de 2007”. Segundo ele, houve um estímulo para a exportação de produtos lácteos, principalmente leite em pó. Em Minas, o aumento foi de 274% no valor arrecadado e 113% na quantidade exportada. Já no mercado interno, houve um aumento do consumo, conseqüência da melhoria de renda da população brasileira.

Em Minas outro aspecto relevante que estimulou os produtores foi o investimento de empresas de diferentes segmentos, adquirindo e ampliando indústrias de laticínios existentes no Estado. Segundo Rodrigo Venturin, o setor responde rapidamente com o aumento da produção de leite, quando os preços de mercado são remuneradores. “O pecuarista investe na alimentação das vacas, o que resulta em aumento da produção”, comenta.  

“O crescimento da produção só será sustentado se a demanda por equivalente. Num determinado momento, o preço e a quantidade atingem tetos de absorção pelo mercado”, explica o assessor da Secretaria. O setor já começa a se preocupar com este crescimento da produção, pois caso o mercado internacional se retraia ou o consumo interno diminua, pode-se ter uma forte queda dos preços pagos aos produtores, que já estão sendo penalizados com o aumento no custo de produção. “Desde  junho já se verifica uma redução dos preços pagos ao produtor, embora ainda estejam acima da média histórica”, afirma Rodrigo Venturin.

Segundo o estudo da Embrapa, o índice de custo de produção de leite registra um incremento no custo de produção de 19,7%, acumulado nos últimos 12 meses. Fica evidenciado no estudo que os principais reajustes ocorreram no sal mineral (86%) e na ração (27%).  Rodrigo Venturin recomenda, ainda, que façam a gestão de suas propriedades como empresas, de forma a otimizar os fatores de produção e adotar tecnologias adaptadas à realidade da região, potencializando a renda da atividade leiteira.

O estudo da Embrapa sobre os custos de produção está publicado no Centro de Inteligência do Leite (www.cileite.com.br), desenvolvido em parceria com a Secretaria de Agricultura de Minas Gerais. O Centro é uma ferramenta de análise conjuntural à disposição da cadeia produtiva do leite.

Gerenciamento

O município de Pompeu, no Centro-Oeste de Minas, é o maior produtor estadual de leite. A produção diária é de aproximadamente 300 mil litros e o rebanho de vacas ordenhadas chega a quase 35 mil cabeças. Além da liderança na produção, Pompeu também se destaca pela produtividade. Enquanto a média estadual é de 4,6 litros/vaca/dia, o índice em Pompeu é de 8,5 litros/vaca/dia.

Nessa região, a Secretaria de Agricultura, Pecuária e Abastecimento de Minas Gerais desenvolve o Sistema de Gestão e Habilitação Técnica dos Pequenos Produtores Rurais de Leite.  Criado pelo programa estadual Minas Leite, o sistema envolve atualmente 144 propriedades. O acompanhamento sistemático das atividades das fazendas pelos técnicos da Emater-MG possibilitou  aumentos dos índices de produtividade – acima de oito litros de leite por animal – e melhorias na eficiência da mão-de-obra nas fazendas, com o registro de crescimento médio de 80 para 103 litros de leite retirado por  trabalhador. Esse desempenho e outras ações para melhorar a gestão das propriedades possibilitam atualmente a produção média de 4.450 litros/mês em cada uma das propriedades.    


As propriedades incluídas no programa Minas Leite têm 60 hectares em média e produção diária de até 200 litros. Para se cadastrar, o produtor deve procurar a unidade da Emater no município e comprovar sua condição de agricultor familiar. Segundo Rodrigo Venturin, além do Centro-Oeste, atualmente também há propriedades do  Alto Paranaíba e do sul do Estado incluídas no programa.


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