Mortes de bois em João Pinheiro foram causadas por toxina botulínica

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Mortes de bois em João Pinheiro foram causadas por toxina botulínica

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O laudo do exame laboratorial realizado pela Universidade Estadual Paulista constatou que a causa das mortes de cerca de 160 bois ocorridas na Fazenda Marinheiro, em João Pinheiro, (MG) foi o botulismo.

As primeiras mortes foram registradas no dia 22 de agosto e, assim que constatadas, fiscais do Instituto Mineiro de Agropecuária (IMA) foram acionados para que medidas sanitárias fossem imediatamente adotas. O restante do rebanho foi isolado, amostras de água e alimentos foram coletados a fim de encontrar o diagnóstico e ainda estão sob análise. Materiais dos animais foram recolhidas para uma investigação epidemiológica.

Os bois que morreram faziam parte dos 300 que estavam confinados e recebiam alimentação especial para engorda. Mais da metade já morreu e, segundo técnicos do IMA, órgão vinculado à Secretaria de Estado de Agricultura, Pecuária e Abastecimento (SEAPA) que visitaram a propriedade rural, o restante está condenado.

A doença

O botulismo é uma intoxicação resultante da ingestão e absorção pela mucosa digestiva de toxinas pré-formadas do Clostridium botulinum, que levam o animal a um quadro de paralisia motora progressiva.

A toxina botulínica pode ser encontrada em silagem ou feno – usados na alimentação dos animais - contaminados pela carcaça de pequenos animais mortos acidentalmente e incorporados ao alimento durante sua preparação. Outras maneiras de encontrar a toxina é em ração mal conservadas, com matéria orgânica em decomposição, ou com restos mortais de pequenos mamíferos ou aves, que criam condições ideais para multiplicação bacteriana e produção de toxina. Reservatórios de água contaminados por carcaças de roedores ou pequenas aves, também podem ser considerados como possíveis fontes de infecção para bovinos.

A toxina botulínica, após ser absorvida e alcançar a circulação, liga-se a receptores no Sistema Nervoso Periférico, bloqueando a síntese e liberação de acetilcolina, que atua como mediadora do impulso nervoso, determinando assim um quadro de paralisia flácida, levando o animal à morte.

Não há tratamento prático e economicamente viável para o animal intoxicado, o que pode ocasionar prejuízos significativos ao produtor.

Vacina

O botulismo pode ser prevenido através de vacinação. A primeira dose de vacina deve ser aplicada no início da primavera, antes da temporada de chuvas, quando a incidência do botulismo é maior. Em animais que nunca foram vacinados antes, é recomendável a aplicação de uma dose de reforço 4 a 6 semanas depois da primeira. A partir daí a vacinação deverá ser repetida uma vez por ano, sempre na mesma época.


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