Minas vai ganhar novo frigorífico para exportação

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Minas vai ganhar novo frigorífico para exportação

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O município de Campina Verde, no Triângulo Mineiro, terá a partir de outubro um frigorífico com capacidade para abater inicialmente 400 bovinos por dia e vai dobrar este volume no primeiro semestre de 2008, o que poderá gerar uma receita anual da ordem de R$ 300 milhões. Além de atender ao mercado interno, o frigorífico também pretende exportar para  diversos  países, inclusive  da União Européia (UE), e por isso vai trabalhar conforme as exigências desse bloco antes mesmo de firmar contratos de embarque. O projeto é do Grupo Garantia Torlim, de São Paulo, e tem o suporte do Programa Minas Carne, criado Secretaria de Agricultura, Pecuária e Abastecimento de Minas Gerais.

“O estímulo concedido pelo governo do Estado à implantação e recuperação de indústrias para o abate de bovinos visando à exportação foi decisivo para o Garantia Torlim escolher a região do Triângulo”, explicou o presidente do grupo, Jair Antônio de Lima. Durante encontro nesta semana, em Belo Horizonte, com o secretário de Agricultura, Pecuária e Abastecimento de Minas, Gilman Viana Rodrigues, o empreendedor observou também que Minas tem um dos maiores rebanhos do país, com altíssimo índice de sanidade e acrescentou que “consideramos também o fato de o sistema tributário do Estado ser um dos melhores do  país”. Jair Lima informou ainda que pretende utilizar em Campina Verde a experiência de frigoríficos do grupo instalados em Itaporã e Amambai, no Mato Grosso do Sul, e em Umuarama, no Paraná.

Segundo o secretário Gilman Viana, “o Grupo Garantia Torlim demonstrou sensibilidade ao escolher Minas Gerais para desenvolver o seu projeto e principalmente ao fazer a opção pelo Triângulo, porque a região é reconhecida como um pólo de alta tecnologia para a produção de bovinos”. Gilman Viana acrescentou que “o Triângulo está habilitado para comercializar carne com a União Européia, beneficiando-se do status sanitário alcançado pelo Estado, que há 13 anos não registra casos de febre aftosa em seu território”. Esta condição, de acordo com o secretário, é de fundamental importância para os investidores confiarem no potencial de projetos pecuários no Estado.

Para realizar seu projeto em Campina Verde, o grupo Garantia Torlim comprou em abril o frigorífico Friverde, desativado desde outubro 2006, dimensionado para abater diariamente 300 animais e com aprovação para vender a carne para alguns países da Lista Geral.  Esta lista é formada por  quase 130 países de diversos continentes que importam carne certificada pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), como Emirados Árabes, Irã, Peru, Cazaquistão,  Hong Kong e outros. “No entanto, não entram os países da União Européia”, ressalta o empresário Jair Antônio Lima. Segundo ele, o frigorífico vai atuar nos mercados da Lista Geral na primeira fase de suas atividades, mas desde o início obedecerá às normas do bloco europeu porque o objetivo é incluir este mercado no seu programa de exportações.

O dirigente do Grupo Garantia Torlim informou que, para alcançar esse estágio, o frigorífico vai trabalhar até atingir a produção diária de 800 animais, com previsão de investimentos da ordem de R$ 10 milhões nesse programa de expansão. De acordo com Jair Lima, parte desses recursos será destinada à ampliação das instalações do frigorífico de 3.370 para 8.800 metros quadrados. O grupo decidiu dar preferência às empresas mineiras para a construção das instalações complementares e para o fornecimento dos equipamentos necessários à montagem do frigorífico. Conforme a previsão do empreendedor, na fase de pleno funcionamento, a indústria oferecerá cerca de 800 empregos diretos e mil indiretos.

Minas Carne
 
O frigorífico do Grupo Garantia Torlim é o quinto a se instalar no Estado, desde 2006, com o estímulo do Minas Carne, que observa, entre outros fatores, as vocações regionais para a dinamização do setor. Integram a relação os seguintes frigoríficos: Independência, em Janaúba, no Norte do Estado, com capacidade diária de abate de 800 a 1.200 bois; Friboi, em Teófilo Otoni, região Nordeste, capacidade diária de 1.000 bois; Suinco, em Patos de Minas, no Triângulo, capacidade diária de abate de 400 bois ou 800 suínos; 3A, em Frutal, também no Triângulo, com previsão de início de funcionamento até março de 2008.    

“O estímulo à criação e reativação de frigoríficos é parte importante do Minas Carne, criado para organizar e moderna a cadeia produtiva da carne, aumentando a competitividade do setor”, explicou o coordenador do programa, João Batista de Lima Soares. “Os objetivos principais do programa são gerar emprego e renda, atrair novos investimentos para Minas Gerais e fortalecer o trabalho de segurança alimentar. As ações abrangem desde o setor primário até a industrialização e exportação de carne, por meio da atuação do grupo de secretarias estaduais de Minas que trabalham em parceria”, acrescentou.  No pacote de benefícios do Minas Carne, está o  crédito presumido. É uma concessão de 7% aos frigoríficos sobre o valor das exportações de carne de animais abatidos no Estado, adquiridos ou recebidos em operação interna.

De acordo com o assessor, Minas Gerais possui o terceiro rebanho bovino do país, com cerca de 22 milhões cabeças, mas agrega pouco valor à carne. “Por isso, o programa estimula a criação e o desenvolvimento dos frigoríficos, com a inclusão de novas tecnologias em seus programas. Ao mesmo tempo, intensifica o controle sanitário para garantir o status do rebanho de Minas Gerais, considerado um dos melhores do país”, finalizou o assessor.

Com o novo frigorífico, Campina Verde dá mais um passo no cumprimento da sua vocação para a pecuária. Essa história começou no início do 19, com a ocupação do lugar por um casal de comerciantes de gado procedente de Jacareí, São Paulo. Nas terras da fazenda onde eles moravam surgiu o povoado, que passou a se chamar Campina Verde em 1923 e se transformou em município quinze anos depois, mantendo forte tradição como produtor de bovinos. Agora, a proposta com a retomada da industrialização no município, é levar o produto da bovinocultura local e regional para os maiores mercados internacionais.  















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