Minas quer auto-sustentação em carvão até 2015

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Minas quer auto-sustentação em carvão até 2015

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Minas Gerais perde anualmente cerca de R$ 200 milhões, só em tributos, por causa do déficit na produção de carvão vegetal, que obriga a indústria siderúrgica mineira a buscar o produto em outros Estados e países. A informação foi transmitida nesta segunda-feira (12) pelo secretário da Agricultura, Gilman Viana Rodrigues, durante a primeira reunião da Câmara Técnica de Desenvolvimento Florestal, realizada no Banco de Desenvolvimento de Minas Gerais (BDMG).


O secretário explicou que, para começar a mudar o quadro de dependência  mineira em relação ao carvão, que já está cotado em cerca de US$ 100 dólares o metro cúbico, uma das medidas necessárias é aumentar a área de floresta plantada no Estado de cerca de 1,2 milhão de hectares para 2 milhões de hectares. “O segmento de produção de floresta, em Minas, gera atualmente cerca de 800 mil empregos diretos e indiretos e esse volume deverá crescer na proporção do aumento de plantio”, acrescentou.



“Defendemos a desburocratização dos controles sobre o setor de florestas  plantadas para possibilitar o avanço do segmento até alcançar a auto-sustentação por volta de 2015”, enfatizou o secretário. Gilman Rodrigues preside a câmara, que conta com a participação dos seguintes secretários: Alberto Duque Portugal, Ciência, Tecnologia e Ensino Superior; José Carlos Carvalho, Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável; Fazenda, Simão Cirineu Dias; Planejamento e Gestão, Renata Vilhena; e Márcio Lacerda, Desenvolvimento Econômico. A Câmara Técnica de Desenvolvimento Florestal conta também com representantes dos segmentos industrial e de silvicultura, além de entidades dos produtores rurais, cooperativas e universidades.


Conforme explicou o secretário, a proposta da câmara técnica é para o desenvolvimento de ações públicas e estas dependem, entre outros fatores, de reformas no comando e controle das florestas. A câmara aprovou a formação de um grupo de trabalho para propor normas complementares ao trabalho da Secretaria da Agricultura como gestora das florestas plantadas pela Lei Delegada nº 114. Para incluir a participação da sociedade nessa reforma, a câmara deverá sugerir a realização de uma audiência pública na Assembléia Legislativa de Minas Gerais.



Equiparação de tratamentos


Segundo os membros da câmara técnica, é necessário dar às florestas plantadas o mesmo tratamento conferido aos demais produtos agropecuários. Inclusive porque o segmento faz parte do sistema de produção integrada agricultura, pecuária e floresta, que vem sendo proposto aos produtores de Minas Gerais. Há também a recomendação para que a Emater-MG, vinculada à Secretaria da Agricultura, intensifique a transferência de tecnologia avançada para os pequenos produtores de floresta.


Para o presidente da Associação Mineira de Silvicultura, Bernardo Vasconcellos, o setor precisa continuar crescendo cerca de 4% ao ano de forma sustentável. Ele destacou que, além da necessidade da normatização das ações da Secretaria da Agricultura dentro da Lei Delegada 114, é preciso que a legislação do setor defina os aspectos da segurança jurídica para facilitar a opção dos investidores.


Maior fonte energética


O carvão vegetal responde por 21,9% das fontes energéticas renováveis no Brasil, informa a Câmara Técnica de Desenvolvimento Florestal com base em levantamento do Instituto Estadual de Florestas (IEF) e Associação Mineira de Silvicultura (MAS).  Em Minas Gerais, o carvão vegetal e lenha participam com 33%, seguido de petróleo/gás natural, energia hidráulica, carvão mineral e derivados e outras fontes. Da área total com cobertura vegetal do Estado, de 58,8 milhões de  hectares, cerca de 1,2 milhão, ou 1,9% é de florestas plantadas. Para a vegetação nativa são 19,8 milhões de hectares, ou 33,65% da área total. Além disso, cerca de 80% da matéria-prima destinada a produção de carvão vegetal em Minas Gerais provém das plantações florestais.          

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