Minas leva a simpósio estudo para alongar safra do morango

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Minas leva a simpósio estudo para alongar safra do morango

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Pesquisadores da Empresa de Pesquisa Agropecuária de Minas Gerais (Epamig) vão apresentar um estudo sobre a produção quase ininterrupta de morangos para os participantes do 3º Simpósio Nacional do Morango e 2º Encontro Sobre Pequenas Frutas e Frutas Nativas do Mercosul, que serão realizados de 7 a 10 de novembro, na Embrapa Clima Temperado, em Pelotas, no Rio Grande do Sul.  O objetivo do trabalho é resolver um dos principais problemas dos morangueiros, a colheita concentrada em poucos meses, com longa entressafra que provoca o aumento de preço do morango.  

O simpósio contará com palestras e painéis, mostra de produtos e serviços, além de debater o cenário atual e as tendências de mercado das espécies utilizadas nos morangueiros. A data do evento coincide com o encerramento da safra de morango, fruta rica em vitaminas e sais minerais, apreciada por seu discreto sabor e por integrar um grande número de receitas.

O pesquisador Jaime Duarte Filho, da Epamig, irá ao simpósio na condição de coordenador estadual do Projeto de Produção Integrada do Morango, realizado em parceria pela Secretaria de Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Seapa) com as entidades vinculadas Epamig, Emater-MG e IMA, Embrapa, Universidade Federal de Lavras (Ufla) e Universidade Federal de Viçosa (UFV). Outro pesquisador da Epamig que participará do evento é Joaquim Gonçalves de Pádua, um dos autores do trabalho “Plantio Tardio de Morangos Cultivados em Hidroponia” ao lado dos pesquisadores Mônica T.A. de Gusmão, Sérgio A.L. de Gusmão e Ezequiel Lopes do Carmo.

O estudo destaca que o cultivo do morangueiro é uma atividade econômica de grande importância por causa da sua boa aceitação de mercado, alta produtividade e fornecimento da vitamina C, mas a sazonalidade da produção é um grande obstáculo. “A antecipação da colheita visando obter o produto na época de maior retorno econômico permitirá a expansão da cultura para regiões de clima mais quente e com maior elasticidade no período de colheita, em regiões tradicionais de cultivo”, assinala Joaquim de Pádua.

Com o cultivo quase ininterrupto do morangueiro serão resolvidos problemas como a produção sazonal, escassez de mão-de-obra, qualidade de frutos e lucratividade. O estudo fala dos resultados de experiências realizadas com as variedades ‘Seascape’ e ‘Campinas’ , destacando que a nova tecnologia, aliada à produção hidropônica de morangos, poderá garantir o aumento da qualidade e a produtividade de frutos, não só explorando a solução nutritiva, mas também o manejo da cultura.  A hidroponia é um sistema de cultivo dentro de estufas, sem uso de solo, em que os nutrientes necessários ao desenvolvimento e produção da planta são fornecidos somente por água enriquecida com os elementos necessários, nitrogênio, potássio, fósforo, magnésio e outros, dissolvidos na forma de sais.

Estado lidera produção

A cultura do morango representa atualmente uma das cadeias produtivas mais significativas do Brasil. Com área de aproximadamente 4.000 hectares, que se estende do Espírito Santo ao Sul do Rio Grande do Sul, a cultura envolve uma cadeia de laboratórios de produção de matrizes, viveiristas, passando pelos comerciantes de lonas, arames e túneis plásticos, fertilizantes e defensivos, aos produtores de embalagens e exportadores.

Principal produtor nacional de morango, com cerca de 4.000 agricultores, Minas Gerais deverá atingir este ano, segundo estimativas da Emater-MG, 82.500 toneladas, alcançando produtividade média de 55 toneladas por hectare. A cultura deverá movimentar recursos aproximados de R$ 90 milhões.

O plantio de morango tem grande importância socioeconômica no município de Pouso Alegre, Sul de Minas, principal produtor do país, e alcança produtividade média de 50 toneladas por hectare/ano, numa área de 308 hectares. A produção anual de 15.400 toneladas rende ao município cerca de R$ 43,1 milhões, não incluindo os valores relativos à industrialização, insumos comercializados, embalagens e irrigação. Cada hectare cultivado emprega em torno de 16 pessoas no campo.

Estiva e Bom Repouso também são grandes produtores e nestes municípios, como nos demais de Minas e do Brasil, a cultura se expande por causa da sua alta rentabilidade, quando comparada com as outras lavouras. No entanto, o êxito do cultivo é dependente de inúmeros fatores, como a época de plantio, escolha da cultivar mais adaptada, uso de mudas de qualidade, entre outros. A cultivar ‘Oso Grande’, atualmente, é a mais plantada no Estado porque apresenta boa produtividade e frutos firmes. Seu inconveniente é o de ser sujeita a algumas doenças e pragas que atacam o morangueiro o que vem motivando a introdução, por produtores e por viveiristas, de novas variedades para substituí-la.


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