EPAMIG lança três cultivares de arroz para Minas Gerais
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A Empresa de Pesquisa Agropecuária de Minas Gerais (EPAMIG), por meio de seu Programa de Pesquisa de Arroz, acaba de lançar três novas cultivares. Trata-se da BRSMG Predileta, indicada para cultivo em várzeas(com ou sem irrigação por inundação contínua controlada) . Já para plantio em terras altas foram disponibilizadas aos orizicultores mineiros as cultivares BRSMG Caravera e BRSMG Relâmpago.Os lançamentos foram realizados em dois dias de campo ocorridos nas Fazendas Experimentais da EPAMIG, nos municípios de Lambari(Sul de Minas) e de Leopoldina(Zona da Mata), respectivamente em 28/03/07 e 04/05/07. Os eventos contaram com participação de cerca de 60 pessoas em cada, entre autoridades, pesquisadores, técnicos extensionistas e produtores rurais das referidas regiões do estado.
As novas cultivares de arroz é fruto do consórcio de pesquisa entre EPAMIG, UFLA e Embrapa Arroz e Feijão. Estas variedades são mais resistentes às doenças que as anteriores, tem grãos com melhor qualidade, do tipo agulhinha – os preferidos dos consumidores e industriais. Além disso, apresentam altos índices de rendimento de grãos inteiros no beneficiamento e melhor comportamento culinário à mesa – grãos soltos e macios e com alto índice de expansão de volume na panela, relata o pesquisador da EPAMIG/Viçosa, Plínio César Soares, coordenador das pesquisas que geraram estas variedades.
Por meio do programa de melhoramento genético de arroz, diversas linhagens e cultivares são testadas a cada ano, em diversas regiões de Minas Gerais, visando oferecer as melhores opções aos orizicultores, no que tange à escolha de variedades mais apropriadas às suas lavouras e com maior aceitação comercial.
Comportamento produtivo e qualidade de grãos das Cultivares
BRSMG Predileta
As médias de produtividade de grãos obtidas em 14 ensaios realizados em Minas Gerais, durante oito anos agrícolas (1998/99 a 2005/06), pelo BRSMG Predileta e cultivares testemunhas (Rio Grande, Jequitibá e BR-IRGA409) apontaram que a nova variedade, com 6,8 t/ha de grãos, superou ligeiramente a Rio Grande (6,12%) e em maior magnitude a Jequitibá (11,41%) e a BR IRGA-409 (15,27%), na média dos ensaios. Seus grãos são longo – finos (agulhinha), os preferidos dos consumidores e industriais. Esta cultivar apresentou também excelente comportamento em relação ao rendimento de benefício de grãos (67%) e de grãos inteiros (60%). A Predileta apresenta também ótimo comportamento na panela, com grãos soltos e macios após cozimento
BRSMG Caravera
Os resultados de produtividade de grãos da ‘BRSMG Caravera’ e das testemunhas ‘BRSMG Conai’, ‘Carisma’, ‘Canastra’ e ‘Caiapó’ mostaram que a nova cultivar é muito mais produtiva do que as quatro variedades usadas para comparação, superando a melhor testemunha (‘BRSMG Conai’) em 13,4%. Em relação à ‘Carisma’, ‘Canastra’ e ‘Caiapó’, foi superior em 16,0%, 20,1% e 30,7%, respectivamente. Dessa forma, a ‘BRSMG Caravera’, pelo alto potencial de produção de grãos, associado à resistência ao acamamento, permitirá ao agricultor a adoção de altas tecnologias, tornando o arroz de terras altas uma cultura mais competitiva, sobretudo, sob condições irrigadas por aspersão sob pivô central.
BRSMG Relâmpago
As médias de produtividade de grãos obtidas, em 24 ensaios de campo, pela ‘BRSMG Relâmpago’, linhagens promissoras e testemunhas comparativas (‘BRSMG Conai’, ‘Carisma’, ‘Canastra’ e ‘Caiapó’) revelaram que a ‘BRSMG Relâmpago’, com 4232 kg/ha, superou ligeiramente a ‘BRSMG Conai’ (3,1%) e a ‘Carisma’ (5,5%) e em maior magnitude a ‘Canastra’ (9,2%) e a ‘Caiapó’ (18,8%), na média dos ensaios. Contudo, foi estatisticamente (p£0,05) semelhante às linhagens MG 1096 (4655 kg/ha) e MG 1089 (4368 kg/ha), as quais, entretanto, têm ciclo mais longo. Fica evidente que a ‘BRSMG Relâmpago’, apesar de sua superprecocidade (ciclo de 110 dias), tem alto potencial produtivo e que associado a excelente qualidade de grãos, a tolerância a brusone e a superprecocidade, se torna excelente alternativa para os agricultores (sobretudo os pequenos) de terras altas de Minas Gerais.
Nos últimos 32 anos, a EPAMIG, através do programa de melhoramento de arroz, lançou 28 cultivares – de terras altas e irrigadas -, em parceria com a Embrapa Arroz e Feijão e com a Universidade Federal de Lavras. Dessas, 16 são apropriadas para o cultivo sob irrigação por inundação contínua em várzeas e 13 são adaptadas ao sistema de cultivo em terras altas. A ‘Curinga’, como o próprio nome sugere, pode ser plantada tanto em terras altas quanto em várzeas úmidas.
Cenário mineiro é propício para o arroz
“O produtor que optar por plantar arroz em Minas, não terá que se preocupar com o mercado. Nosso consumo é muito maior que a produção do Estado; tanto que precisamos importar o grão do Rio Grande do Sul”, garante o pesquisador da EPAMIG, Plínio Soares. Devido as pesquisas de melhoramento de arroz, desenvolvidas pela EPAMIG, a qualidade do produto tem melhorado muito a cada ano, não deixando nada a desejar em relação ao arroz gaúcho, avalia.
Segundo o IBGE, a área total cultivada com arroz em Minas é de 82 mil hectares: 35 mil hectares destinados à plantação em terras altas, 13 mil hectares em várzeas irrigadas por inundação contínua, e 34 mil hectares de várzea úmida. Na safra de 2006, foram produzidas 53 mil toneladas/ ano de arroz em terras altas; 51 mil ton/ ano de arroz em áreas irrigadas por inundação e 72 mil toneladas/ ano em várzeas úmidas
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