Agência de notícias Reuters destaca o trabalho de parceria da Emater-MG com o Cemaden para previsão de safra no semiárido

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Agência de notícias Reuters destaca o trabalho de parceria da Emater-MG com o Cemaden para previsão de safra no semiárido

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A reportagem foi publicada na última quarta-feira (24/02) no site da Thomson Reuters Foundation, um braço da agência que aborda temas como ações humanitárias, mudanças climáticas e direitos da mulher
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BELO HORIZONTE (25/02/2016)  -  A agência  britânica de notícias Reuters, considerada a principal do mundo, destacou o trabalho do Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais  (Cemaden) e da Emater-MG para coletar informações sobre a safra no semiárido. A reportagem foi publicada na última quarta-feira (24/02) no site da Thomson Reuters Foundation, um braço da agência que aborda temas como ações humanitárias, mudanças climáticas e direitos da mulher.

A reportagem destaca o uso do aplicativo AgriSupport, disponibilizado para celulares, que possibilita que os agricultores auxiliem no levantamento de dados. O aplicativo viabiliza o registro fotográfico georreferenciado da área plantada e coleta de informações sobre o plantio, feito pelos agricultores familiares, com apoio dos extensionistas rurais da Emater-MG.

O levantamento apresentará informações sobre o cultivo e manejo, variedades cultivadas, datas de plantio e a distribuição espacial das culturas agrícolas no semiárido. O AgriSupport possibilitará a criação de uma base de dados, que permitirá subsidiar projetos  de interesse social. Clique aqui para acessar a reportagem no site da Thomson Reuters Foundation.

Leia a tradução da reportagem:

No Brasil, aplicativo de celular prevê o risco na quebra da produção agrícola

SÃO JOSÉ DOS CAMPOS, Brasil, Fev 24 (Fundação Thomson Reuters) – Apesar de possuir anos de experiência, Charlei Sousa luta para cultivar milho. A escassez de chuva levou metade de sua última plantação, ele afirma que por anos as chuvas irregulares se tornaram um agravante para a produção, na cidade de Montes Claros.

 “Nós não sabemos mais como e quando plantar” diz Sousa, um produtor familiar que cultiva cerca de 30 hectares (74 acres) de milho no norte do estado de Minas Gerais, localizado em uma região semiárida do Brasil. Alterações nos padrões climáticos associados à mudança do clima desafiam o conhecimento tradicional dos agricultores familiares brasileiros, particularmente aqueles localizados em áreas tipicamente secas dos nove Estados do Nordeste, onde as terras são usadas principalmente para o cultivo de milho, arroz, feijão e mandioca.

Mas a solução pode estar a caminho. Nesta estação, Sousa terá um novo aliado: um aplicativo para smartphone. Usado como um tipo de diário de campo, o aplicativo irá gravar o que foi plantado e quando foi plantado, a quantidade de fertilizante usado, dados geográficos, fotos e outros detalhes.

A quilômetros dali, em São José dos Campos, interior do estado de São Paulo, cientistas recebem dados em tempo real. A informação produzida por Charlei Sousa e outros agricultores familiares irão alimentar um novo sistema projetado para monitorar o risco de quebra na produção agrícola nas regiões semiáridas do Brasil. “Não existe um monitoramento em tempo real como este,  da informação vinda direta do produtor” afirma Ana Paula Cunha, pesquisadora do Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden).

O centro juntamente com a Análise de Sistemas Aplicados e com e com o Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia, desenvolveram um aplicativo chamado Agrisupport. Com a ajuda dos produtores, cientistas do Cemaden afirmam que serão capazes de prever, com até dois meses de antecedência, se a região semiárida enfrentará risco na quebra da produção agrícola.

Conjuntamente com a informação recebida dos produtores, pesquisadores irão se apoiar nas medições de umidade, temperatura, vento e radiação solar vindas de equipamentos de monitoramento instalados em nove estados. Os dados serão lançados em modelos matemáticos que os pesquisadores executam nos computadores do instituto e serão transformados em previsões para os produtores e outros no Brasil. “Nós queremos fornecer informações sobre a perda de produtividade da cultura para todos os municípios da região semiárida,” diz Regina Alvalá, coordenadora no Cemaden. O primeiro relatório é esperado para o final de 2016.

Planejamento de pagamentos

As previsões são particularmente importantes para o governo federal. Desde 2003, Brasília oferece compensações financeiras para agricultores familiares do semiárido cuja perda de safra represente pelo menos 50%. Esse tipo de seguro é conhecido como Garantia-Safra.

"Para quem toma a decisão, informações sobre o risco na quebra da produção agrícola é vital, pois possibilita uma melhor visão de quanto será pago em seguro,” explica Alvalá. “Mas a informação também é relevante para o produtor”, afirma ela. “Se o agricultor deseja estender a área plantada, mas as previsões mostrarem que as condições climáticas não serão boas o suficiente para aquele tipo de cultura, o agricultor poderá poupar as sementes”, exemplifica.

De acordo com os dados disponibilizados pelo governo, cerca de 63,000 agricultores familiares se candidataram para receber o Garantia-Safra no ano passado. O governo paga R$ 850,00 (aproximadamente $ 215) por produtor, em cinco parcelas. Mas parte dos agricultores reclamam que o montante é muito baixo e que não cobre os gastos.

O acesso ao Agrisupport pode se uma nova forma de diminuir as perdas dos produtores nas regiões de seca. Reinaldo Oliveira, engenheiro agrônomo da Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural (Emater–MG), um órgão do Estado,  está  trabalhando diretamente com produtor ajudando-o a ultilizar o aplicativo. “O celular já é usado pelos agricultores familiares diariamente, mas para enviar informações pelo aplicativo é necessária uma boa conexão com a internet, o que nem sempre é possível em algumas regiões”, ele diz . Todavia, os agricultores que enviarem uma foto de pragas no cultivo, por exemplo, podem em minutos receber um feedback sobre o problema, afirma Oliveira.

O agricultor Charlei Sousa já testou o aplicativo. Além de fornecer informações sobre a safra, ele planeja o plantio. Ele também irá reportar sobre sua colheita e receberá conselhos de como cuidar bem de sua safra. "Acredito que o aplicativo ajudará pequenos agricultores a se organizarem melhor. Nós saberemos previamente qual será a melhor época para iniciar o plantio. Essa informação nos ajudará a economizar dinheiro,” afirma Sousa.

(Reportagem de Nadia Pontes; Edição de Laurie Goering: Por favor, doe  para a Fundação Thomson Reuters, braço filantrópico de Thomson Reuters que cobre noticias humanitárias, mudanças climáticas, direitos da mulher, tráfico e direitos de propriedade. Visite Thomson Reuters Foundation.
 
Fonte: Fundação Thomson Reuters
Autora: Nadia Pontes
Tradução: Débora Leal/Emater-MG

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